sábado, 31 de julho de 2010

Num momento em que tanto se fala acerca das Agências de Rating...

As Agências de Rating são entidades que efectuam estudos e avaliações acerca da capacidade de países, empresas ou instituições de pagarem as suas dívidas até à data limite estipulada, atribuindo para esse efeito notas de risco sobre essa mesma capacidade.
Actualmente, existem várias Agências de Rating espalhadas um pouco por todo o mundo, mas em 1975 convencionou-se que apenas três, a Moody's Investor Services , a Fitch Ratings e a Standard & Poor's, todas americanas, poderiam ser utilizadas oficialmente, medida tomada nos Estados Unidos para controlar o aparecimento de novas agências de rating que se estava a dar, algumas com actividades e objectivos nem sempre esclarecidos e que por vezes não iam ao encontro das necessidades dos mercados.

Muito se tem falado destas Agências também pelas falhas que têm apresentado desde que a crise se instalou, em 2008, quando por exemplo eram atribuídas classificações altas não só a produtos financeiros complexos e bancos que se veio a provar que não tinham grande valor, mas também ao sector imobiliário americano, onde a crise acabou por despoletar, passando ainda pelo caso da Islândia, país que também obtinha avaliações elevadas e acabou por atingir a bancarrota.
Actualmente, as críticas acerca da falta de objectividade e até de independência das avaliações da Agências de Rating continuam, sendo estas acusadas de se terem precipitado nas avaliações negativas que fizeram a vários países e empresas europeias, avaliações essas que culminam numa maior dificuldade e maiores custos de financiamento para essas empresas e países.

Esta situação tem até levado a que várias figuras da economia europeia tenham criticado publicamente a actuação destas agências, havendo já vários apoiantes da ideia de necessidade de criação de uma Agência de Rating europeia, para colmatar as falhas das americanas em relação aos mercados do Velho Continente, de entre os quais se destacam o Presidente francês Nicolas Sarkozy e a Chanceler alemã Angela Merkel.

Fica ainda uma frase proferida por Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, acerca da actividade destas agências:"As agências de rating, em geral, têm tendência para ampliar os movimentos dos mercados financeiros, quer seja em alta ou em baixa (...) Isto vai contra a estabilidade financeira".

Para mais informações acerca da três agências americanas e acesso às tabelas da notas de risco aconselho os seguintes sites: Moody's, Standard&Poors, Fitch Ratings


Sites consultados: RTP, Diário Económico

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pub por Pub (2)




Escolhendo uma palavra para descrever este anúncio, essa seria Patriótico, pois neste curto minuto temos uma grande mostra de todo o patriotismo, grandeza e liberdade do estilo de vida americano, o clássico american way.

Grandioso e mesmo poderoso, o anúncio prima por juntar a marca e o modelo que publicita (Dodge Challenger) a esse mesmo estilo de vida, transmitindo-nos que se trata de um automóvel majestoso, forte, onde conseguimos desfrutar a liberdade do modo de vida americano em cada minuto que o estejamos a conduzir.

Perfeitamente adequado para o mercado para o qual foi desenvolvido (o americano), o anúncio demonstra a aposta no futuro (com a remodelação do modelo em questão), usando para a publicitar, a tradição e o orgulho americano. Isso está patente no elogio a toda a histórica indústria automóvel norte-americana (da qual a Dodge faz parte e é um símbolo), estando a tradição presente não só no cenário - uma batalha contra os ingleses - mas sobretudo na utilização da figura de George Washington, um dos pais fundadores da nação, a comandar as tropas, a partir de uma frota de Challengers, para mais uma vitória pela liberdade e pelo estilo de vida em que os americanos acreditam, terminando com um slogan também sumptuoso, fazendo lembrar o mote americano "Home of the Free, Land of the Brave".

quarta-feira, 28 de julho de 2010

As marcas da nossa vida (1) - TAP



A TAP ( Transportes Aéreos Portugueses), é a companhia aérea portuguesa por excelência, contando já com mais de 60 anos de história.
A sua fundação remonta a 14 de Março de 1945, quando o director do Secretariado da Aeronáutica Civil, Humberto Delgado, cria a secção de Transportes Aéreos (TAP). Ainda neste ano a companhia adquire os seus primeiros aparelhos, dois DC-3 Dakota com capacidade para 21 passageiros.
No ano seguinte, é criado o Curso Geral de Pilotos, e abertas as duas primeiras linhas aéreas, primeiro a linha Lisboa-Madrid, e, em seguida, a "Linha Imperial" - Lisboa-Luanda-Lourenço Marques - que contava com 12 escalas e 15 dias de duração (ida e volta, num total de 24540 km).
Até ao início dos anos 50, são criadas ligações aéreas com Paris(1948), Sevilha (1948) e Londres (1949).
Em 1953 a empresa é privatizada, mas mantendo uma maioria de capitais estatais, inaugurando ainda nesse ano as primeiras ligações a Marrocos, mais precisamente a Casablanca e Tânger.
O final da década de 50, mais concretamente o ano de 1958 é de recordes para a empresa, com esta a ultrapassar os 1000 trabalhadores, e os 64 mil passageiros, abrindo alas para a grande expansão que a empresa sofreria nos anos seguintes, começando com a abertura das linhas Lisboa-Porto Santo, e Lisboa-Rio de Janeiro em 1960. Em 1962 a empresa adquire o seu primeiro avião a jacto, passo que leva a que em 1964 seja ultrapassado o milhão de passageiros e a que em 1967 a TAP fosse a única transportadora europeia a operar exclusivamente com aviões a jacto.
A empresa continua em expansão, adquirindo em 1972 os primeiros aparelhos e grande porte, quatro Boeing 747-200, e chegando a 1974 a operar com 32 aparelhos, voando para mais de 40 destinos, contando com cerca de 9000 trabalhadores e tendo transportado já cerca de 1,5 milhões de passageiros.
Em 1975, após o 25 de Abril, a empresa não resiste à vaga de nacionalizações e transforma-se em empresa pública, sofrendo ainda nesse ano um processo de modernização, com a chegada de novas aeronaves e a introdução de serviços computorizados.
Contrastando um pouco com o desenvolvimento das décadas de 60 e 70, os anos 80 são menos positivos para a TAP, mas também para as companhias aéreas em geral, pois, como resultado dos choques do petróleo, o preço dos combustíveis sofreu um grande aumento, provocando assim uma escalada dos custos da transportadora aérea, aliado ao facto de nessa altura terem aparecido os primeiros voos charter (também chamados low-cost, ou voos de baixo custo), e de a empresa enfrentar uma concorrência agressiva, num sector ainda pouco regulado. Durante os anos seguintes a empresa foi modernizando a sua frota, iniciando em 1989 uma relação que ainda hoje dura, com a Airbus (fabricante de aviões europeu), com a chegada dos primeiros A310-300. Neste ano, são ainda criados os voos para não fumadores (voos azuis), e, pela primeira vez, uma mulher (Teresa Carvalho) ingressa na empresa como piloto.
Durante os anos 90, a empresa aumenta o número de passageiros, e renova a sua frota, mantendo a boa relação com a Airbus, embora estes sejam anos não tão positivos financeiramente, acumulando prejuízos avultados. Este cenário financeiro só acaba em 2005, ano em que pela primeira vez desde há algum tempo, a transportadora aérea obtém lucros, em virtude do bom ano que efectuou, adoptando uma nova imagem, sendo galardoada com vários prémios, e integrando em Março o grupo Star Alliance, o maior grupo de companhias de aviação a nível mundial. Nos anos que se seguiram, a empresa continuou a conquistar prémios, e a crescer, consumando a compra da VEM, o maior centro de manutenção da América do Sul, em 2006, e a integração da Portugália Airlines em 2007.
Actualmente, a TAP conta já com uma frota de 77 aeronaves, efectuando 1850 voos semanais, para cerca de 64 destinos espalhados por 30 países, acumulando cada vez mais prémios e cimentando a sua posição de companhia aérea de topo.


Fontes Utilizadas: TAP Portugal - Site Oficial ( www.tap.pt)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Pub por Pub (1)



Enquanto crianças, todos acabamos por ter aquele objecto que nos fica na memória, e que realmente nos fascina e nos desperta desejo, mesmo que seja algo inatingível, pelos mais diversos factores. Muitas vezes prometemos a nós mesmos que, quando "formos grandes", iremos conseguir atingir a satisfação de cumprir esse sonho.

É este recordar da infância e dos sonhos característicos desse período das nossas vidas que está patente neste anúncio, feito ainda para mais, a um produto que preenche provavelmente o imaginário e os desejos não só de muitos pequenos admiradores, mas também de muitos entusiastas que já abandonaram a tenra idade, mas que ainda sonham com o privilégio que deve ser possuir um Porsche.

Assim, aqui fica este anúncio, bastante apelativo, pois consegue despertar essa nostalgia da infância, mas que acaba por contar quase uma história de vida à volta do automóvel, quando no final nos é apresentada a ideia por trás da mística e da paixão da marca alemã, pois " há uma coisa engraçada em relação a um Porsche, há o momento em que se sabe que se quer um, o momento em que pela primeira vez somos donos de um, e, para os verdadeiros aficionados, uma ou duas décadas entre os dois momentos"...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Citações (1) - António Mexia

"Interessa-me é que me vejam como líder e tenham uma noção clara de liderança, como um movimento em que não se avança sozinho, mas se faz avançar todos."

"Ser líder não tem a ver com ego. Ser líder é ser humilde, ver e ouvir e associar-lhe determinação e decidir."

António Mexia (entrevista). Expresso ("Revista Única", nº1969), 24 de Julho de 2010

domingo, 25 de julho de 2010

Leituras (1) - Sobre "A Arte da Guerra", de Sun Tzu

Escrita no Império Chinês pelo conhecido estratega Sun Tzu, durante o século VI a.C., esta obra serviu de referência para vários dos grandes oficiais e estrategas militares presentes nos conflitos da nossa História.
Recentemente, a utilização prática deste tratado de guerra foi alargada e, actualmente, é tida como leitura obrigatória para os gestores e líderes de empresas de topo, pois, em vários passos presentes ao longo dos treze capítulos, são fornecidas tácticas e conselhos simples e eficazes sobre como moralizar e lidar com as tropas, estabelecer planos, atacar, defender, manobrar, passos estes que saem do sentido estritamente militar e continuam plenos de sentido no domínio empresarial.
É assim uma obra de relevo para os empresários de hoje em dia, estimulando as capacidades de se manter forte no campo dos negócios, resistir ao panorama exterior e interior e, mais que tudo, a capacidade de liderar, mantendo uma relação próxima, de respeito e de abertura com os colaboradores, conseguindo estimular a moral e levando a que todos compreendam a visão e a missão da empresa e rumem no mesmo sentido com gosto, eficácia e dedicação.
É uma obra estratégica a ler e analisar, sem dúvida, com contributos para o mundo da gestão.
O leitor interessado deve gastar algum tempo a folhear as diversas edições presentes no mercado, pois a oferta é variada, havendo edições apenas com os princípios do mestre Sun Tzu enquanto outras edições apresentam interpretações esclarecidas de vários dos tradutores e estudiosos desta obra, incluindo algumas até mesmo relatos dos episódios históricos que terão levado à constituição dos princípios.
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1. "O general é o baluarte do Estado: se o baluarte for completo a todos os níveis, o Estado será forte; se o baluarte for deficiente, o Estado será fraco."
2. "O líder perfeito cultiva a lei moral e adere estritamente ao método e à disciplina; assim, está nas suas mãos controlar o sucesso."
3. "Um exército pode marchar grandes distâncias sem grandes dificuldades, se marchar por regiões onde o inimigo não se encontra."
4. "Manobrar um exército é vantajoso; com uma multidão indisciplinada, é extremamente perigoso."
[citações a partir da edição anotada por Lionel Giles (Lisboa: Edições Sílabo, 2007)]

A abrir...

Alargar os horizontes sobre o mundo em geral e sobre as áreas de que gostamos em particular é uma actividade que me entusiasma cada vez mais e que ocupa grande parte do meu quotidiano. Assim, aqui irei tentar expor, à medida das minhas possibilidades (de tempo, de gosto, de oportunidade), os resultados dessas mesmas incursões e pesquisas, publicando, escrevendo, pensando, opinando sobre vários assuntos, num acto de partilha e de troca, tendo como tronco comum uma Gestão particular - a minha gestão.