segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Pub por Pub (9)



Quando pensamos em hooligans, as primeiras imagens que nos vêm à memoria tendem a ser imagens associadas ao futebol, sobretudo em Inglaterra, e imagens também elas nem sempre as mais pacíficas e ordeiras.
Aproveitando esta imagem, e o facto de que para esses adeptos o futebol é a maior, senão mesmo a única paixão, a Puma criou este anúncio para a sua campanha Hardchorus, colocando um grupo de hooligans ingleses a entoar uma canção romântica no interior de um dos tradicionais pubs onde acontecem os encontros antes dos jogos.
Esta campanha foi lançada por ocasião do dia dos namorados, para que os verdadeiros adeptos não tivessem q ue decidir entre o seu clube e os seus entes queridos, podendo ir ao jogo e dedicar esta tão romântica mensagem e assim atenuar a sensação de ter sido deixada(o) por um jogo de futebol em pleno dia dos namorados.
Uma ideia original e criativa, feita a pensar nos adeptos futebolísticos para os quais o futebol aparece em primeiro lugar na lista de prioridades, que não deixa ninguém indiferente, já que não é todos os dias que vemos tão temível grupo de adeptos a entoar tão afinadamente uma canção amorosa.

sábado, 20 de novembro de 2010

As marcas da nossa vida (7) - M&M's

Quem pode dizer que nunca teve um momento mais doce graças aos M&M’s? É essa a magia dos conhecidos chocolates, que fazem parte da vida de milhões de fãs por todo o mundo, apesar de se tratar de um chocolate e trazer consigo as nem sempre desejadas calorias extra.
A saga dos tão conhecidos e adorados “chocolate candys”, como são apelidados, começou no final da década de 30 do séc.XX , durante a Guerra Civil de Espanha.
Ao longo do conflito, um americano, Forest Mars Sr., desloca-se até Espanha e encontra-se com alguns soldados que estavam a comer pequenos pedaços de chocolate envoltos numa cobertura de açúcar rígida, o que fazia com que estes não se derretessem nas mãos. Mars achou a ideia curiosa e, quando voltou aos Estados Unidos, desenvolveu a receita.
Em 1941, a marca foi patenteada como M&M’s, sigla de Mars & Murrie, em honra do fundador Forest Mars e do seu sócio no produto, R. Bruce Murrie. Ainda nesse ano, os chocolates começaram a ser comercializados nos Estados Unidos mas onde fizeram realmente furor no seu primeiro ano de vida foi na Europa, já que as tropas americanas estacionadas no Velho Continente a travar a 2ª Guerra Mundial escolheram os M&M’s como parte integrante das suas rações (o que ainda hoje acontece), pois eram um pequeno lanche pronto a ser ingerido em qualquer cenário e, como não derretiam, eram resistentes a todos os tipos de clima.
Primeiramente, eram comercializados em tubos de cartolina e só em 1948 passaram a vir nos pequenos sacos castanhos onde ainda hoje são vendidos os M&M’s originais.
Em 1950, foi adicionada ao “snack” outro traço característico, o “m” branco em cada pedaço.
Os M&M’s eram já um sucesso nos Estados Unidos quando, em 1954, fizeram a sua estreia publicitária na televisão, onde foi lançado o slogan “Melts in your mouth, not in your hands” ou seja, “Derrete na sua boca, não nas suas mãos”, em alusão a uma das suas principais características, o facto de não derreter.Enquanto hoje, quando pensamos em M&M’s, nos vem logo à imagem as cores sortidas dos pequenos chocolates, a verdade é que, até 1960, a única cor era o castanho, tendo nesse ano sido introduzidas outras três cores, o amarelo, o vermelho e o verde, e para que outra cor fosse acrescentada foram precisos mais 16 anos, quando, em 1976, o laranja se juntou também à família M&M’s.
Após se ter tornado um produto de culto nos Estados Unidos, a internacionalização da marca deu-se em 1980, chegando a 16 países um pouco por todo o mundo, como a Austrália, Itália, Reino Unido, Canadá, Japão ou Hong Kong. Em 1982, os M&M’s expandem-se novamente, mas agora para fora do planeta, visto que foram também incluídos nas rações para as primeiras missões espaciais do space shuttle. Esta deslocação ao espaço fez com que os M&M’s estejam agora em exposição permanente no Museu do Ar e Espaço do Smithsonian Institute, em Washington DC.
O número de aficionados aumentou assim consideravelmente e, em 1995 foi adicionada uma nova cor, o azul, por votação dos consumidores. Dois anos depois, em 1997, abriu o primeiro M&M’s World, em Las Vegas, uma autêntica megastore onde estão disponíveis desde os habituais chocolates até vestuário e vários outros produtos de merchandising. Actualmente, existem duas lojas deste tipo para além da de Las Vegas, uma situada em Orlando e outra em Nova Iorque.
Em 2002, foi adicionada outra cor, também por votação dos consumidores, tendo o roxo vencido desta vez.
Assim, os M&M’s são uma das marcas mais reconhecidas do mundo, atingindo uma produção diária de 400 milhões de M&M’s nos Estados Unidos, fazendo parte do Grupo Mars, em honra do seu fundador, grupo do qual também fazem parte outras insígnias como o Mars, o Snickers, os chocolates Dove, Skittles, Bounty, entre outras.



Fontes utilizadas:
Site oficial M&M's
Site Oficial Mars

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Citações (4) - Humberto Barbosa

"Nunca investir em coisas cuja rentabilidade não dependa directamente do meu talento. Nunca investi na bolsa, ações ou depósitos a prazo."


Humberto Barbosa, fundador das Clínicas do Tempo e Persona,
em resposta à pergunta "Qual a sua regra de investimento?"
Expresso ("Revista Única", nº1984), 6 de Novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Portugueses em alta

Todos os dias recebemos notícias menos agradáveis sobre a actual situação económica e financeira do país, perspectivando-se tempos ainda piores a avizinharem-se. No entanto, um pouco em contraste com este estado caótico, há também novidades acerca de personalidades portuguesas que enaltecem o facto de em Portugal haver também grandes individualidades nessas mesmas áreas.
Nos últimos tempos, António Borges foi nomeado director do departamento europeu do FMI, e António Horta Osório aceitou tornar-se o novo CEO do Lloyd’s Bank, o maior banco de retalho na Inglaterra e um dos maiores do mundo.

António Borges tem sido uma das mais reconhecidas figuras portuguesas na área da Economia nos últimos anos, com carreira académica notável, tendo leccionado na Universidade Católica Portuguesa, na Universidade de Stanford nos Estados Unidos e ainda no INSEAD, universidade da qual foi reitor entre 1993 e 2000. Foi ainda vice-governador do Banco de Portugal e membro do conselho de administração de várias empresas e instituições ligadas á área económica.
Agora atinge um novo patamar, tornando-se o responsável pelo FMI na Europa, substituindo o polaco Marek Belka, que abandonou o cargo para assumir a presidência do banco central do seu país. Segundo a imprensa, Dominique Strauss-Kahn, presidente do FMI, considerou que António Borges reúne uma grande experiência académica, mas também no sector público e privado, perfilando-se assim como a pessoa ideal para o cargo.
Esta notícia aparece também em bom plano para Portugal, pois, numa altura em que uma nova intervenção do FMI na nossa economia é um cenário cada vez mais provável, o facto de ser alguém com um profundo conhecimento do panorama económico português a organizá-la pode ser bastante positivo.

António Horta Osório, gestor português licenciado na Universidade Católica e com um MBA no INSEAD, tornou-se o novo CEO do Lloyd’s Bank, a convite do próprio ministro das Finanças britânico, uma vez que o Estado inglês teve que intervir neste banco quando se instalou a crise económica.
Assim, Horta Osório mantém-se no topo da hierarquia bancária inglesa, deixando o grupo Santander, onde tinha construído uma carreira notável nos últimos 18 anos. No seio do grupo Santander, António Horta Osório esteve já em Portugal, no Brasil e estava em Inglaterra desde 2006. Para além disso, era já apontado como o mais provável sucessor do actual administrador delegado do grupo espanhol Alfredo Sáenz, e, num futuro próximo, para liderar o banco espanhol como braço direito de Ana Patrícia Botín (que agora o substitui na liderança do Santander UK), filha de Emílio Botín, o presidente do grupo Santander.
Ainda assim, Horta Osório decidiu abraçar um novo desafio e permanecer no Reino Unido, também por razões familiares, uma vez que a continuidade no Santander e a hipotética subida na hierarquia do banco espanhol o iriam provavelmente obrigar a uma mudança para Madrid.
No Lloyd’s Bank, a sua missão será a de “arrumar a casa” e tentar recuperar o colosso britânico após a grave crise económica e financeira que se abateu também sobre a banca, de maneira a criar valor e regressar aos lucros para que o dinheiro que o Governo foi obrigado a investir no Lloyd’s possa ser devolvido, de preferência com lucro, aos contribuintes.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Pub por Pub (8)



Por vezes, a publicidade, fazendo uso do seu enorme poder sobre as massas, também transmite informação não só sobre um ou outro produto, mas também sobre causas. A que se apresenta neste anúncio, da organização ambientalista portuguesa Quercus, é sobre uma das causas que mais preocupação e atenção tem merecido na última década (embora ainda não suficiente) pelo impacto que se prevê que venha a ter no nosso planeta e na nossa forma de viver – o aquecimento global.
Aqui, são então retratadas três espécies animais a desistirem da sua vida, visto que o seu habitat e, consequentemente, as suas condições necessárias à sobrevivência foram destruídas pela actividade humana e pelo aumento da temperatura global. Assim, aparece o slogan final “Se nós desistirmos, eles desistem”, em alusão à dificuldade que a população e os líderes mundiais têm tido em encarar o aquecimento global como um problema real, sério e crescente.
Desta forma, num anúncio triste e algo emotivo, mas que constitui uma poderosa forma de sensibilizar os espectadores para uma causa, a Quercus chama-nos a atenção para a estrondosa missão que temos em mão de salvar o planeta em que vivemos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Leituras (3) - "Economia Portuguesa, as últimas décadas" de Luciano Amaral



Recentemente, a Fundação Francisco Manuel dos Santos (que apresenta como objectivo principal a promoção e o estudo da realidade portuguesa, sendo responsável por vários projectos, como o portal Pordata) lançou um conjunto de estudos precisamente sobre a realidade portuguesa em várias áreas, desde a educação à economia, passando ainda pela justiça fiscal.
Um desses ensaios, da autoria de Luciano Amaral, intitula-se Economia Portuguesa, as últimas décadas, e faz uma análise do que tem sido a economia portuguesa pós-25 de Abril, e de quais têm sido os principais problemas, mas também virtudes da nossa economia nestes últimos 35 anos, responsáveis pelo estado em que hoje nos encontramos.
O livro faz assim um retrato detalhado dos acontecimentos económicos que colocaram Portugal na difícil situação em que se encontra actualmente, dando como exemplo o descalabro em termos de aumentos salariais em 1975, a fraca produtividade dos trabalhadores portugueses face aos seus salários, a entrada no euro e as condições que se têm criado para a expansão do sector não transaccionável da economia como algumas das principais razões para o descontrolo económico do país durante grande parte das últimas décadas. É ainda feita uma análise à relação existente entre a educação e o desenvolvimento económico, aposta que em Portugal não tem tido os efeitos pretendidos. Apesar de tudo, ao longo do livro vemos também que em Portugal também tem havido boas práticas económicas que nos levaram a bons ritmos de crescimento sobretudo no início dos anos 90, e que chegaram a catapultar a nossa economia como um caso de sucesso e de estudo.
Apesar de se tratar de um livro de economia, todo o texto está escrito de uma maneira bastante acessível, onde não abunda uma linguagem demasiadamente técnica, ou seja, que pode ser lido facilmente por qualquer pessoa sem grandes conhecimentos na área económica, havendo inclusive, um glossário no final onde estão presentes as definições dos poucos termos menos acessíveis utilizados na obra.


Sublinhados:
“A importância do Estado para o aumento do investimento no país é indubitável. Mais problemática é a qualidade desse investimento.”

“Por vezes a relação é estabelecida de forma quase directa: mais educação seria igual a mais crescimento económico. Sem negar a importância da formação escolar, veremos mais adiante que, tanto a nível social como económico os seus efeitos benéficos são um pouco menos óbvios. Eis algo que, entre outras coisas, tem consequências para a própria política educativa, nomeadamente quando tanta esperança é colocada na relação directa entre gasto público e aumento dos níveis educacionais.”

“Curiosamente, esta actividade permanente acaba por representar um obstáculo à capacidade do Estado-Providência para cumprir o objectivo da igualdade de rendimento. É que o frenesim reivindicativo a que se sujeita conduz à criação de especialistas em reivindicação, cuja tarefa é obterem as melhores condições de remuneração possíveis. Só que estes especialistas não correspondem necessariamente aos mais carentes, mas apenas aos mais capazes de negociar.”