quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Gestão à vista (4) - Richard Branson no Ted Talks



As Ted Talks são já célebres por colocarem em discurso directo várias personalidades de diversas áreas, dando-nos a sua opinião sobre os mais diversos assuntos ou simplesmente contando-nos a sua história.
Desta vez é Richard Branson, o icónico líder do grupo Virgin, que se senta à conversa e partilha com os ouvintes um pouco da sua experiência de vida, não só empresarial mas também pessoal.
Durante o discurso, Branson conta e explica alguns dos acontecimentos e/ou projectos que o têm tornado famoso, nem sempre ligados à vertente empresarial, mas partilha também a sua faceta de líder carismático, afirmando a importância que as pessoas e a maneira como são tratadas têm dentro das suas empresas e também a importância que viver sempre em aprendizagem tem tido na sua vida.
Uma conversa bastante interessante com um dos mais carismáticos executivos dos últimos anos, onde não só se fala de negócios, mas também de várias outras componentes pessoais também de vital importância.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Citações (14) - William Arthur Wood

"A Liderança é baseada na inspiração, não na dominação; na cooperação, não na intimidação."

William Arthur Wood

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Pub por Pub (15)



Chipotle é o nome de uma cadeia de fast-food originária dos EUA e que serve essencialmente comida mexicana.
Já há alguns anos esta cadeia de restaurantes lançou um programa interno chamado Food with Integrity, que tem tido desde então o objectivo de fazer com que os produtos usados nos restaurantes da marca seja orgânicos, criados de maneira ambientalmente sustentável, sem recurso a químicos e que sejam o mais saudáveis possível, mas tendo em conta que estamos a falar de uma cadeia de fast-food. Por todo este esforço de implementar práticas saudáveis e entrar em conta com a sustentabilidade do planeta nos seus menus, a Chipotle tem recebido já algumas distinções.
Recentemente produziu também um anúncio televisivo alusivo a essa preocupação, em que vemos um pequeno agricultor que faz crescer a sua exploração agrícola mas que cedo começa a ceder às tentações de crescimento rápido e passa a usar hormonas de crescimento nos seus animais, a mecanizar todos os processos, entre outros rituais pouco aconselháveis para os consumidores finais e para o ambiente. Algum tempo depois de se aperceber dos erro que cometera, o pequeno agricultor sacrifica esse crescimento do negócio para poder voltar a ter um negócio pequeno, mas honesto e sustentável, que não maltratasse os seus animais e que lhe livrasse a consciência de algum peso.
É nesta fase que entra a mentalidade da Chipotle acerca da sustentabilidade e de como tudo é melhor se optarmos por essa via. O anúncio está engraçado, sentimental e recorre a animações também elas interessantes. De destacar ainda a canção do anúncio, a famosa “The Scientist”, mas cantada agora não pelos Coldplay, como habitual, mas sim pela lenda do country Willie Nelson.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Católica e Nova distinguidas nos rankings do Financial Times

Foram recentemente publicados os rankings do Financial Times das melhores Business Schools europeias. São vários os rankings publicados pelo Financial Times, mas este é considerado o principal, uma vez que agrega toda a oferta formativa das escolas.
As notícias para Portugal foram das melhores possíveis, dado que uma vez mais existem duas representantes nacionais, que neste ano subiram bastante no ranking – da Universidade Católica e da Universidade Nova de Lisboa.
A Católica Lisbon School of Business and Economics, primeira Universidade portuguesa a figurar neste ranking, entrou este ano para o Top 35 das Business Schools, ficando no 33º lugar, o que representa uma subida de 29 lugares no ranking (no ano passado tinha ficado em 62º).
Quanto à Universidade Nova, teve também uma grande subida, posicionando-se agora em 39º lugar, quando no ano passado ocupava a 73ª posição.
Boas notícias para o meio académico português nas áreas de Economia e Gestão, que coloca duas instituições em muito honrosos lugares no mais conceituado ranking de Business Schools.

Fontes utilizadas:
Jornal de Negócios - Site
Diário Económico - Site
Expresso - Site

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

As marcas da nossa vida (20) - Timberland


Corria o ano de 1952 quando Nathan Swartz adquiriu metade da Abington Shoe Company, em Abington, no estado americano do Massachusetts. Três anos depois, tornava-se dono por inteira da empresa, que fabricava sapatos para várias marcas.
Em 1965, já toda a família Swartz estava presente no negócio, ano em que era introduzida uma inovação no fabrico de sapatos através de um método que permitia fundir a sola ao sapato sem ter que os coser, possibilitando assim criar sapatos e botas verdadeiramente à prova de água.
No ano de 1973, a marca Timberland foi registada, embora apenas como nome de uma linha de botas à prova de água, passando a empresa a denominar-se oficialmente The Timberland Company apenas em 1978. Após mudança de nome, a empresa introduziu os sapatos de vela (boatshoes) no seu portfólio de produtos e, em 1980, expandiu-se para o seu primeiro mercado internacional – Itália.
O final da década de 1980 foi de crescimento e mudança para a empresa. Primeiramente, Sidney Swartz, filho do fundador, tomou conta das operações da marca. Algum tempo depois, abriu em Newport, no estado de Rhode Island (EUA), a primeira loja oficial da marca. Em 1987, a Timberland tornou-se a primeira produtora de botas a fazer publicidade na televisão nacional e, um ano depois, deixou de produzir exclusivamente calçado, começando a produzir linhas de vestuário para mulher e homem. Em 1990, abriu a primeira loja da marca na Europa, em Londres.
A empresa participava já em várias iniciativas de caridade, mas em 1992 deu início a uma das políticas que mais a diferencia do resto do mundo empresarial e que tantos louvores lhe tem valido. Com o intuito de ajudar os seus trabalhadores a serem parte integrante das suas comunidades, a Timberland instituiu o programa The Path of Service, oferta aos seus empregados de 16 horas pagas em que estes podiam fazer serviço comunitário perto de suas casas. A política de responsabilidade corporativa da marca teve no ano seguinte outro marco, quando a empresa adoptou um código de conduta ambientalmente ético.
A Timberland, em especial as suas icónicas botas amarelas, eram uma parte integrante da cultura hip-hop e rap que estava em pleno crescimento nos EUA no início da década de 1990, facto que levou a que as vendas da marca nesse período triplicassem.


Em 1996, deu-se outra expansão de portfólio, tendo sido introduzidas a linha de calçado de criança, bem como a linha de malas e relógios.
Em 1997, a empresa melhorou ainda mais a sua política de responsabilidade empresarial, aumentando o número de horas pagas oferecidas aos seus colaboradores para serviço comunitário para 40. No ano seguinte, nos 25 anos da empresa, foi organizado o primeiro “Serv-a-palooza”, o maior evento até aí realizado de serviço comunitário por parte de uma empresa. Ainda nesse ano, Jeffrey Swartz, antigo Chief Operations Office da marca, tornou-se o novo CEO, cargo que ainda ocupa.
Como prémio por todo o percurso e pelas condições oferecidas a todos os trabalhadores, a Timberland foi considerada em 1998 uma das 100 melhores empresas para trabalhar nos EUA, um índice criado pela revista Fortune. Até 2007, a empresa esteve todos os anos presente nesse ranking, tendo entrado também para outros índices e rankings que avaliam as condições de trabalho das empresas, de revistas como a Forbes ou a Working Mother.
Em 2005, a empresa expandiu a sua área de actividade, adquirindo a Smart Wool Corporation, uma empresa especializada na produção de meias de lã. Em 2006, a Timberland introduziu um novo standard em termos de transparência de produtos e redução da pegada ambiental da empresa, destacando-se a etiqueta que desde aí passou a constar em grande parte dos produtos da marca, que indica a pegada ambiental do produto em questão.
Desde a introdução dessa medida, a Timberland tem lançado vários produtos mais amigos do ambiente. Solas de sapatos feitas a partir de pneus reciclados, blusões e meias feitos a partir de desperdícios de grãos de café, e toda uma linha de produtos ambientalmente responsáveis – linha Earthkeepers, cujas venda têm aumentado todos os anos. Estes projectos fazem da Timberland um caso de sucesso e uma das empresas que servem de referencial no que toca a protecção ambiental interligada com a actividade produtora. Este esforço verde não se fica só pelos produtos. Também nas lojas da marca há sempre o pensamento ecológico em mente, salientando-se a campanha de substituição das lâmpadas regulares por lâmpadas LED, o que permite reduzir a pegada ambiental dos pontos de venda em 11%.
Por todo este esforço ambiental, a Timberland ficou em 2º lugar no ranking da Climate Counts para as empresas que maiores esforços têm desenvolvido para combater as alterações climáticas.
Através da análise da sua história, podemos ver que a Timberland tem conseguido manter um oferta de produtos de qualidade, apreciados um pouco por todo o mundo. Mas o que mais ressalva é que muitas vezes a marca não é falada pelas suas botas ou casacos, mas sim pelas políticas de responsabilidade empresarial, de respeito pelo ambiente e pelos seus colaboradores. Neste campo, a empresa é verdadeiramente um exemplo a seguir, e a prova viva de que lucros e inovação são totalmente compatíveis com boas condições de trabalho e respeito pelo ambiente, demonstrando também que as oportunidades de negócio verde abundam e obtém normalmente boas respostas por parte dos consumidores. Todo este percurso está patente na sua missão: “Equipar as pessoas para fazer a diferença no seu mundo”...

domingo, 13 de novembro de 2011

Trabalhadores portugueses mais caros e menos produtivos

A consultora de gestão Hay Group revelou os resultados de um estudo que efectuou acerca da competitividade do trabalho em Portugal e, como seria de esperar à luz do que têm sido os últimos anos, os dados não são os mais animadores.
Este estudo usou como principal base o indicador ROHC, Return on Human Capital, avaliando o retorno de cada euro investido nos trabalhadores e indica que os trabalhadores portugueses custam cada vez mais, mas são também cada vez menos produtivos.
Actualmente, por cada euro investido em trabalhadores portugueses, são produzidos hoje menos 6% de valor acrescentado do que há 15 anos. Este efeito negativo em muito se deve aos aumentos médios anuais dos custos com pessoal (4,2%) superiores ao aumento médio do valor acrescentado (3,7%). Este estudo vem assim evidenciar uma tendência e um problema já identificado no tecido empresarial português – a baixa produtividade e competitividade, muito em resultado também da aposta excessiva que foi feita no sector não transaccionável da economia durante as últimas décadas. Tudo isto, apesar de os trabalhadores portugueses serem dos que têm horários de trabalho mais extensos e salários mais reduzidos quando em comparação com os outros países da Europa.
Em entrevista ao “Expresso – Economia”, Luís Sitima, partner do Hay Group defende que as organizações deveriam relacionar os aumentos salariais não com a inflação mas sim com a produtividade, bem como que a aposta deve ser feita na exportação, na competitividade e na inovação, desinvestindo nos negócios que destroem valor.

Fonte utilizada: Expresso Economia, 12 de Novembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Coca Cola muda de vermelho para branco em defesa do urso polar

Nos EUA e no Canadá, os consumidores de Coca-Cola terão uma surpresa quando se dirigirem ao supermercado e na prateleira da famosa bebida onde antes reinava a cor vermelha estiver agora uma grande quantidade de latas brancas.
Não se trata de uma nova variedade de Coca-Cola, mas sim de uma mudança temporária de cor da Original. Entre o corrente mês de Novembro e Fevereiro do próximo ano, a Coca-Cola irá colocar no mercado norte-americano milhões de latas brancas, tudo isto para contribuir para a salvação da espécie que tem estado presente em muitas das campanhas de publicidade da marca americana desde 1922 – o urso polar, cuja imagem também aparece na nova lata.
Esta campanha surge para garantir fundos para o WWF – World Wildlife Fund, em especial para a conservação do urso polar e do seu habitat natural no Ártico, que está actualmente ameaçado pelas alterações climáticas.



terça-feira, 1 de novembro de 2011

As marcas da nossa vida (19) - Chocapic

Neste ano, os cereais Chocapic comemoram o seu 25º aniversário. 25 anos de pequenos almoços e/ou lanches mais doces e achocolatados para todos os milhares de pessoas que optam por incluir esta referência no segmento dos cereais na sua alimentação.
Os cereais Chocapic consistem em flocos de trigo cobertos de chocolate e foram lançados em 1986, ano em que também deram entrada no mercado português pela Nestlé, que nesse ano lançou ainda também as Estrelitas e as Crepitas, outras duas marcas de cereais.
Numa altura em que a oferta de cereais se resumia essencialmente aos clássicos Corn Flakes, os Chocapic vieram trazer algo de completamente novo, passando a fazer parte das refeições de muitas crianças, hoje já adultas e que ainda continuam a consumir os cereais de sempre, podendo por isso ser utilizado o termo de geração Chocapic.
Para além do sabor a chocolate, outra das marcas dos Chocapic é a sua mascote, um cão de nome Pico, que anda sempre acompanhado pelo seu amigo Pierre. No entanto, no início da histórias dos Chocapic a mascote da marca ainda não era o Pico, mas sim o Moinho de Cereais, tendo sido feita a substituição em 1991.
Também nos anos 90 os Chocapic atingiram a liderança do mercado dos cereais de criança, que ainda hoje mantêm, com quase 30% do mercado, atingindo uma facturação de cerca de 17 milhões de euros (2010).
Em 2001, deu-se a primeira alteração à gama Chocapic, com o lançamento das barras de cereais da marca. Essa expansão continuou em 2006, quando foi lançado o Chocapic Duo, que contém flocos de cereais de chocolate negro e branco.
Neste ano de 2011, foram já lançados também os Chocapic Go (saquetas individuais de cereais), mais fáceis de transportar para qualquer lado, e também os Chocapic Recheados, que contém, para além dos Chocapic normais, alguns flocos recheados com chocolate.
25 anos passaram e os Chocapic ainda continuam um sucesso em termos de vendas e reputação junto dos seus clientes. Apesar do seu target serem as crianças, a verdade é que ainda muitas ex-crianças continuam leais aos seus cereais de chocolate, contribuindo também para o fenómeno alimentar que são estes Chocapic.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Citações (13) - Thomas Edison

"As oportunidades são muitas vezes desperdiçadas pelas pessoas, porque aparecem vestidas de fato-macaco e parecem trabalhosas"

Thomas Jefferson

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

As marcas da nossa vida (18) - Unilever

A Unilever nasceu como empresa oficialmente no dia 1 de Janeiro de 1930. No entanto, a sua história já tinha começado uns anos antes, uma vez que o que lhe deu origem foi a junção de duas empresas cujas raízes remontam ao século XIX. Uma delas, a Lever Brothers, era uma empresa de sabão inglesa, iniciada por William Lever em 1884. A outra empresa foi a Margarine Unie, uma junção de empresas produtoras de margarina, de onde se destacavam a Jurgens e a Van der Bergh, duas empresas familiares holandesas iniciadas em 1872, que durante muitos anos foram rivais na produção de margarina, mas que se associaram em 1908.
Ambas as empresas tinham já presença internacional e tinham agregado outras no seu percurso, de que se destacam, por exemplo, a Walls, pertença da Lever Brothers, que ainda hoje existe e produz gelados. Em Portugal é conhecida como Olá e, na altura em que foi integrada na Lever Brothers, o seu negócio principal não era a produção de gelados mas sim de salsichas.
A Unilever é actualmente uma das maiores empresas de retalho mundiais, sendo a sua maior concorrente a americana Procter & Gamble, rivalidade que começou logo no ano do nascimento da Unilever, quando a empresa americana entrou no mercado britânico.
No período da 2ª Guerra Mundial, a Unilever passou por algumas dificuldades, que se prenderam sobretudo com o corte na relação entre os negócios da empresa nos territórios ocupados pela Alemanha e o Japão e as sedes da empresa de Londres e Roterdão. Esta separação forçada dificultou a vida à empresa, mas trouxe também lições importantes. Para fazer face a essa dificuldade, a Unilever optou por uma estrutura organizacional que conferia mais independência às divisões da empresa em cada nação, permitindo assim uma concentração maior nas necessidades dos clientes de cada país. No final da Guerra, a empresa ganhou de novo o controlo pleno dos seus negócios internacionais, mas a estrutura organizacional adoptada anteriormente manteve-se. Apesar disto, os negócios da empresa na China e na URSS foram “perdidos”, devido à nacionalizações e controlo político por parte desses regimes na altura.
Os anos 50 foram de crescimento para a marca, mesmo apesar do revés acima referido. Em 1955, a empresa introduziu no mercado britânico os fish sticks ou “douradinhos” como são conhecidos em Portugal, que se tornaram um elemento de relativa importância na alimentação dos britânicos. Ainda nesse ano, introduziu também a marca de sabonetes Dove nos EUA. Três anos mais tarde, entrou no mercado dos congelados na Holanda, com a aquisição da Vita NV, que mais tarde se viria a tornar o Grupo Iglo.
Em 1960, apareceu outra das marcas de renome da Unilever, a margarina Becel, que surgiu como resposta a um pedido que a comunidade médica endereçou à Unilever para produzir um produto que baixasse o colesterol. Devido a esta sua propriedade, a Becel era, nessa altura, apenas comercializada em farmácias. Em 1963, foi lançada no mercado europeu a marca de gelados Cornetto. Nesse ano, a Becel passou ainda a ser considerada margarina de dieta, e com esta nova denominação passou a poder ser comercializada fora das farmácias. Quatro anos depois, deu-se a primeira aparição televisiva do Capitão Iglo (Captain Birds Eye no Reino Unido).
Os anos 70 foram mais complicados para a empresa. O choque do petróleo de 1973 afectou o consumo em todo o mundo, e o único ponto positivo desse choque foi o aumento dos lucros na filial africana da empresa, potenciados pela Nigéria, país exportador de petróleo. Para além disso, na década de 70, os super e hipermercados proliferaram no mundo desenvolvido. Este tipo de comércio teve desde início um grande poder de negociação, o que enfraqueceu um pouco as capacidades negociais de fornecedores como a Unilever.
Apesar da conjuntura menos favorável, em 1971, a Unilever adquiriu a Lipton e tornou-se uma das maiores empresas mundiais na área do chá. Adquiriu também a Frigo, uma marca de gelados espanhola, e já no final da década, em 1978, adquiriu a National Starch, uma empresa americana de produção de adesivos, completando uma das maiores aquisições nos EUA por parte de uma empresa europeia.
No início da década de 80, outras duas marcas emblemáticas foram acrescentadas ao portefólio: Vienetta, que começou no Reino Unido, e a Axe, que iniciou em França. Devido à sua estratégia de crescimento, essencialmente baseada em aquisições, a Unilever tinha uma estrutura pesada e dispersa por várias áreas de negócio. Dessa forma, em 1984, deu início à Core Business Strategy, que resultou na alienação e desinvestimento de várias marcas, tendo esses fundos sido transferidos para as marcas que constituíam o negócio nuclear da empresa.
Nos anos 90, a reestruturação da empresa continuou, com a venda de algumas marcas e por vezes com a eliminação de divisões completas da empresa. Novas marcas foram também introduzidas, como é o caso da marca de champô Organics. A Unilever também adaptou a sua estratégia à realidade da altura, em que as preocupações ambientais e de saúde começavam a ter mais impacto. Assim, lançou um código de princípios para reduzir as gorduras nos seus produtos alimentares e iniciou um compromisso para pescar o peixe para os seus produtos apenas em zonas de pesca sustentáveis.
Os anos 2000 chegaram, mas a palavra de ordem na empresa continuou a ser reestruturação. Mais marcas foram alienadas e outras foram adquiridas, continuando presente a intenção de dar maior importância às marcas que faziam parte do núcleo da empresa, ou seja, os sectores de cuidado pessoal, doméstico e alimentação. Das marcas que nessa altura passaram a fazer parte do universo Unilever destacam-se por exemplo a Ben & Jerry’s. A estratégia de reorganização da empresa ficou conhecida como “Path to Growth” e pretendia essencialmente, tal como referido atrás, focar a empresa nas marcas e nos sectores de mais relevo, mas também aumentar as margens da Unilever nesses mesmos produtos, e trazer uma nova estrutura organizacional à empresa. A Unilever tornou-se uma empresa mais sustentável e com menor pegada ambiental, através de vários processos de certificação de fornecedores, entre outras iniciativas.
Actualmente, a Unilever é uma das maiores empresas a nível mundial, contando com mais de 400 marcas, que comercializa em mais de 180 países. Os seus colaboradores são mais de 160 000 e a empresa estima que todos os dias 2 mil milhões de pessoas usem produtos Unilever.

Algumas das marcas Unilever

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Prémio Nobel da Economia 2011

Christopher Sims e Thomas Sargent

Foram divulgados esta segunda-feira os vencedores do Prémio Nobel da Economia de 2011. Os vencedores são Christopher Sims e Thomas Sargent, e foram galardoados pelas suas investigações na área da macroeconomia, mais especificamente sobre as implicações que a política económica tem em diversas variáveis como o PIB, a inflação, o emprego e o investimento, sendo os modelos desenvolvidos por ambos bastante utilizados actualmente para averiguar o impacto de várias políticas económicas. Os trabalhos desenvolvidos por ambos os economistas são independentes, mas segundo a Academia Sueca acabam por se complementar, daí o prémio ter sido atribuído conjuntamente.

Christopher Sims concluiu a sua licenciatura na área da matemática na Universidade de Harvard e obteve depois um doutoramento em economia pela mesma Universidade. É actualmente professor de economia na Universidade de Princeton, nos EUA, e tem desenvolvido muito do seu trabalho na análise do efeito das taxas de juro definidas pelos bancos centrais.

Thomas Sargent estudou na Universidade de Berkeley e obteve um doutoramento na Universidade de Harvard. Actualmente é professor de economia e negócios na Universidade de Nova Iorque, e dedicou maior parte do seu trabalho ao tema da inflação.

Fontes utilizadas:
Diário Económico
Expresso
Diário de Notícias

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs (1955-2011)


Steve Jobs morreu aos 56 anos, deixando um legado absolutamente impressionante não só em termos empresariais, mas também com uma marca profunda no mundo actual graças à sua persistência e ao seu espírito inovador e empreendedor.
A Apple é actualmente a empresa mais valiosa do mundo, mas o contributo de Steve Jobs vai para além disso. Para além dos produtos revolucionários que preenchem o universo tecnológico e marcam uma geração, fica também, entre outros contributos, o impacto no cinema de animação, através dos estúdios Pixar, a que presidiu até à venda destes à Disney.
Em Agosto, Steve Jobs deixou o cargo de CEO da Apple, alegando que não se sentia já capaz de desempenhar o seu trabalho nas melhores condições, e passou a ocupar o cargo de chairman. Nessa altura, muito se especulou acerca do agravamento do seu estado de saúde, que era já muito debilitado.
Considerado um dos melhores e mais emblemáticos CEOs de sempre e um verdadeiro génio, têm-se espalhado um pouco por todo o mundo as mensagens de solidariedade e apreço por Steve Jobs.

Esta é a mensagem que a Apple deixou no seu site:
"A Apple perdeu um génio visionário e criativo, e o mundo perdeu um espantoso ser humano. Aqueles que tiveram a sorte de conviver com o Steve perderam um grande amigo e um mentor inspirador. O Steve deixou para trás uma empresa que só ele podia ter criado, e o seu espírito será, para sempre, as bases da fundação da Apple".

Fica ainda uma frase que Steve Jobs deixou como lema no seu emblemático discurso em Stanford: “Stay hungry, stay foolish”

Fica também um antigo anúncio da Apple, intitulado "Crazy Ones", onde no final foi colocada a imagem de Steve Jobs como homenagem:

terça-feira, 27 de setembro de 2011

As marcas da nossa vida (17) - Disney


Corria o ano de 1923 quando Walter Elias Disney, chegou a Los Angeles, a capital do cinema, para tentar relançar uma carreira no cinema de animação que tinha já começado em Kansas City, mas sem grande sucesso. Tal como muitos que chegaram a LA para vingar no cinema, Walt Disney pouco mais tinha que esse sonho. A sua situação financeira não era propícia a novos negócios e estava agora numa cidade e numa realidade completamente diferentes. Apesar do panorama, Walt, com espírito empreendedor, alugou uma câmara e montou um estúdio na garagem de um tio. Aí, em parceria com o seu irmão Roy, Walt deu origem à Disney.
Os primeiros tempos foram conturbados. A sua primeira série de filmes, Alice, pouco chegava para manter o estúdio. Quando tentou a sorte com outra série de animação, Oswald the Rabbit, a distribuidora com quem tinha contrato levou-lhe a série e maior parte do seu pessoal. No entanto, foi este pequeno revés que despoletou todo o universo Disney que conhecemos.
Para se lançar de novo, Walt criou uma nova personagem, o rato Mortimer. Por indicação da sua mulher, Lily, o rato deixou de se chamar Mortimer e passou a Mickey. Em 1928, o rato Mickey apareceu no seu primeiro grande filme, Steamboat Willie, que durava 7 minutos e foi o primeiro filme de animação a sincronizar som com imagem.

Cartaz do filme Steamboat Willie

O sucesso da personagem foi imediato e catapultou a Disney para um novo período. Em 1932, com o filme Flowers & Trees, Disney ganhou o primeiro Óscar atribuído a um filme de animação. Em 1937, Disney lançou a sua primeira longa-metragem, Branca de Neve e os Sete Anões. Ainda na década de 30, Walt Disney implementou um sistema de bónus aos colaboradores, para os premiar pelo seu trabalho e puxar pela sua produtividade.
Com o desenvolver da 2ª Guerra Mundial, o estúdio perdeu acesso aos mercados estrangeiros e passou por algumas dificuldades, mas ainda assim lançou nesse período algumas das suas obras-primas, como Pinóquio, Fantasia, Dumbo e Bambi. Em apenas uma década, Disney passou do simples Steamboat Willie para longas-metragens elaboradas e de grande sucesso.
Apesar do sucesso no cinema, Walt Disney queria expandir o negócio da empresa e pensou num local onde toda a família pudesse ir, pois tinha identificado esta lacuna nos espaços de entretenimento. Assim nasceu o projecto da Disneyland, que abriu em 1955, em Anaheim, na Califórnia. A abertura deste parque foi na altura o lançamento de um conceito totalmente novo de local de entretenimento e serviu de inspiração e de base para muitos outros parques de diversões espalhados pelo mundo.
Nos anos 60, a inovação nos estúdios Disney continuou e daí saíram êxitos como A Bela e o Monstro, ou os 101 Dálmatas. Outro filme com que a Disney marcou profundamente a história do cinema foi Mary Poppins, lançado em 1964, que se diferenciava por ser um filme de animação, mas onde entravam também actores reais, e onde foram introduzidos efeitos especiais de vanguarda.
Em 1966, porém, deu-se um acontecimento que marcou o fim de uma era na empresa. O seu fundador, Walt Disney, faleceu aos 65 anos. Nessa altura, o seu irmão mais velho, Roy, com quem trabalhava já, tomou conta da empresa. Walt Disney era a principal figura da empresa, e admirado por todos, apesar da cultura rígida que tinha imposto na empresa, rigidez essa que se estendia desde um código de vestuário até à pouca capacidade de perdoar erros, entre outros exemplos.
Antes de morrer, Walt Disney projectava já outro parque temático, para o qual já tinha comprado uma vasta porção de terreno na Flórida. O seu irmão continuou essa ideia, e, em 1971, abria o Walt Disney World, em Orlando. Roy Disney faleceu apenas dois meses após a abertura do parque, tendo a gestão da empresa sido assumida por uma equipa de trabalhadores da empresa, que tinham sido já “treinados” pelos dois irmãos.
Em 1983, abriu o primeiro parque temático fora dos EUA, mais precisamente em Tóquio, no Japão. Os japoneses, fãs confessos do universo Disney na altura, reagiram muito bem ao projecto, o que se revelou nas taxas de afluência ao parque.
No entanto, nem tudo ia bem no mundo Disney. Devido essencialmente à estrutura de custos pesada, os estúdios passavam por um período de pouca saúde financeira. Esta situação precipitou uma mudança na gestão e, em 1984, Michael Eisner e Frank Wells tornaram-se os novos CEO da empresa.
A nova direcção acreditava que a Disney não podia continuar a ser vista como um estúdio de cinema e uma gestora de parques de diversões, mas que tinha que passar para uma nova dimensão e ser considerada uma empresa de entretenimento familiar. Esta política levou assim a uma expansão da marca e a uma maior exploração da rentabilidade das suas personagens e dos seus recursos. Foram abertas mais lojas Disney e produzidos muitos mais produtos de merchandising das personagens favoritas da Disney. Em relação aos filmes, foram lançadas novas edições dos grandes clássicos, e grande parte dos filmes realizados nessa altura foram êxitos de bilheteira. Este ímpeto expansionista só terminou com a abertura da Euro Disney, em Paris, no ano de 1992.

Estátua de Walt Disney, com Mickey - Walt Disney Studios Paris

Poucos anos depois, os filmes de animação tiveram uma nova fornada, com sucessos como Pocahontas, Rei Leão, Corcunda de Notre Dame ou Mulan, a serem lançados com poucos anos de intervalo. No ano de 1995, iniciou-se também a pareceria entre a Disney e a Pixar, empresa de Steve Jobs, com a produção do primeiro filme de animação digital, Toy Story. Desde então, essa parceria tem sido responsável por muitos dos últimos sucessos da Disney.
Em 1996, a empresa deu um passo de gigante no que toca a expansão do negócio, ao avançar para a compra do grupo Capital Cities/ABC, pela quantia de 19 biliões de dólares, adquirindo assim um dos maiores grupos de media americanos, dono de vários canais de televisão, estações de rádio e jornais.
No ano de 2005, Robert Iger tornou-se o novo CEO da empresa, tendo esta entrado um novo ciclo de crescimento. Uma das suas primeiras grandes decisões foi a de adquirir a Pixar, com quem a Disney tinha já uma produtiva parceria. Nos anos seguintes sob a gestão de Iger, a Disney registou lucros elevados, devido ao sucesso de vários dos filmes, como a série Piratas das Caraíbas, ou séries na ABC como Donas de Casa Desesperadas ou Anatomia de Grey.
Em toda a sua história, a Disney tem mudado bastante, mas tem conseguido manter durante toda a sua história a mística e a magia que envolvem o seu universo, estendendo-se isso não só aos consumidores mas também a todos os colaboradores. A sua história mostra-nos também que uma clara definição da actividade da empresa e do mercado em que se quer inserir, bem como um total aproveitamento dos seus recursos fazem toda a diferença entre uma situação complicada e um sucesso estrondoso.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Católica e Nova na lista dos melhores mestrados

Todos os anos, o Financial Times publica uma lista das melhores escolas de Gestão mundiais. Esta lista divide-se nas categorias de licenciaturas, mestrados, formação de executivos, entre outros programas de ensino em Gestão.
Nesta semana foi divulgada a lista dos melhores mestrados em Gestão a nível mundial no ano de 2011 e nela figuram, pela primeira vez, duas instituições de ensino superior portuguesas. A Católica, primeira universidade portuguesa a figurar nos rankings das licenciaturas, e que também está presente no da formação de executivos, junta agora mais uma distinção, estreando-se na 65ª posição. A Nova, que ocupa agora o 61º lugar, manteve-se neste ranking, onde já no ano passado tinha entrado.
Para além desta classificação individual, a Nova conta com outra presença no ranking, uma vez que faz parte do grupo de 26 universidades internacionais, o grupo CEMS, onde é leccionado o mestrado em gestão internacional, que ocupa o 2º lugar.
De destacar ainda que a Católica ficou em 4º lugar no parâmetro da empregabilidade, garantindo que, ao fim de apenas 3 meses após a conclusão do programa, 100% dos estudantes foram colocados. A Nova, neste parâmetro em particular, atingiu o 10º lugar.
Assim se premeia a aposta que estas duas universidades têm feito na educação e na excelência do seu ensino, dando cartas num mercado cada vez mais global, e figurando assim nos mais importantes rankings de classificação de business schools.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

As marcas da nossa vida (16) - Hewlett-Packard


A história da Hewlett-Packard (HP) começou quando dois recém-formados engenheiros pela Universidade de Stanford se conheceram. Bill Hewlett e Dave Packard tornaram-se amigos em 1934 e, três anos depois, deram início à HP numa garagem situada na cidade de Palo Alto, na Califórnia. Actualmente, esta cidade é sede de muitas empresas ligadas ao ramo das tecnologias, fazendo parte do chamado Sillicon Valley.
Em 1938, foi lançado o primeiro produto da empresa, um oscilador, aparelho que servia para emitir tons puros e tinha aplicação na manutenção de linhas de rádio e telefone. A actividade já tinha começado mas só em 1939 o nome final ficou estabelecido, pois havia a indecisão sobre qual dos nomes dos sócios devia ficar em primeiro lugar. A discussão ficou resolvida com um lançamento de moeda ao ar.
Em 1940, a empresa deixou a garagem-berço e mudou-se para um edifício alugado, também na cidade de Palo Alto. Ainda nesse ano, a HP instituiu um bónus de Natal para os colaboradores e também bónus de produtividade, deixando registado nas fundações da marca o princípio de partilha de resultados. Após os bónus, foi também atribuído aos colaboradores da empresa um sistema pioneiro de seguros de saúde.
Um ano depois, a HP lançou-se num novo mercado, o de medição de ondas. Nos anos seguintes, este tipo de produtos, de análise de ondas e frequências, continuou a ser a principal actividade da empresa. Prosseguiu o lançamento dos osciladores, mas também de contadores de alta-frequência e de osciloscópios.
A HP começou desde cedo a ser também uma referência no que toca a relação e preocupação com os colaboradores. Para além dos programas já atrás referidos, começou em 1957 com um programa de partilha de acções da empresa com os colaboradores, introduziu um programa de objectivos que tinha como principal função a passagem de algum poder de decisão para os empregados e a construção de uma organização mais horizontal. O programa de partilha de acções obrigou a empresa a abrir-se ao público, tendo as primeiras acções sido comercializadas a 16 dólares, ainda em 1957. Em 1958, a empresa contava já com mais de 1700 colaboradores e atingia já lucros de 28 milhões de dólares.
Em 1959, a marca procedeu ao plano de internacionalização, com a abertura de uma fábrica na Alemanha e de uma sede de marketing na Suíça. Este plano deu início a uma série de acontecimentos que projectaram ainda mais a empresa. No começo dos anos 60, a empresa foi cotada pela primeira vez no NYSE, o índice bolsista de Nova Iorque e entrou na produção de artigos para a área da medicina. A expansão da marca era notória e, em 1962, a empresa entrou para o Fortune 500, a lista das maiores empresas americanas, começando por ocupar o 460º lugar (actualmente ocupa o 11º). Este início de década agitado foi apenas o prenúncio do que chegaria. Ainda nessa década, a HP lançou-se no mercado asiático através duma joint venture com a japonesa Yokogawa, abriu os seus laboratórios de investigação e lançou o seu primeiro computador em 1966, conhecido pela referência HP 2116A.


HP 2116A - o 1º computador da marca

Após a entrada na era dos computadores, a HP lançou-se também na produção de calculadoras. As primeiras lançadas foram revolucionárias pelo seu tamanho reduzido e capacidade de computação, tornando obsoletos alguns objectos mais rudimentares de contagem e medição.
O desenvolvimento de computadores e instrumentos de cálculo apurados continuou nos anos seguintes (década de 1970), tendo a HP sido uma das mais inovadoras empresas do ramo, introduzindo várias modificações que em muito contribuíram para o conceito de PC que hoje temos.
Em 1979, um dos engenheiros da empresa descobriu um processo de aquecimento de metal que levava a que este se espalhasse de determinada forma. A exploração desta descoberta criou o negócio dos tinteiros da empresa. Em 1984, foi lançada a primeira impressora (como nós conhecemos) HP, mais silenciosa, eficaz e poderosa que todas as outras até aí lançadas.
Novamente um passo à frente da concorrência, até em questões menos corporativas, a HP começou em 1987 um programa de reciclagem de hardware.
Em 1989, a garagem onde tudo começou foi assinalada como lugar histórico, por ter desencadeado o processo de criação de Sillicon Valley.
Em 1996, Dave Packard faleceu, depois de ter mantido funções de chairman na empresa até 1993. Cinco anos depois, deu-se a morte do outro fundador, Bill Hewlett.
Actualmente, o CEO da empresa é Léo Apotheker e a HP é considerada a maior empresa de IT mundial. Emprega mais de 300 mil pessoas e tem negócios em 170 países.
A HP é verdadeiramente um colosso da tecnologia e da sua história podem ser retiradas muitas lições de gestão. Os dois fundadores da empresa sempre tentaram obedecer a um conjunto de regras e princípios que projectaram a marca para o que ela é hoje. A simplicidade, a inovação, o respeito e preocupação pelos colaboradores, a comunicação na empresa, entre outros, são atitudes que têm importância fundamental no sucesso de uma empresa. Dave Packard e Bill Hewlett eram adeptos de ideias simples, procuravam a proximidade com os empregados , o respeito e a confiança nestes acima de tudo. Para além disso, a liderança de cada produto era o objectivo, e para isso era dado grande ênfase à inovação e tecnologia produzidas internamente e às ideias que vinham de dentro da empresa, fosse de quem fosse. Estes ensinamentos não são regras infalíveis, mas na maior parte dos casos fazem toda a diferença no sucesso ou insucesso de uma organização.

Para ilustrar este facto, aqui ficam algumas palavras de Bill Hewlett:
“Se as pessoas tomarem parte no processo de tomada das decisões em que vão estar envolvidas, irão ser muito mais eficazes na implementação dessas mesmas decisões.”

Fontes utilizadas:
HP - Site Oficial
CNN Money - Site
Dearlove, Denis; Crainer, Stuart; As 50 maiores marcas, Abril/Controljornal, 1999


sábado, 17 de setembro de 2011

Pub por Pub (14)



Este anúncio foi produzido pela agência de publicidade alemã Serviceplan para publicitar os sistemas de vigilância da Santec, uma empresa também alemã.
No anúncio vemos uma filmagem de dois ladrões a assaltarem uma casa, quando, de repente, a imagem pára. Em seguida, várias pessoas entram em cena, com os ladrões ainda imobilizados, e começam a mudar todo o cenário envolvente.
Quando os dois larápios voltam a ser vistos no modo “Play”, já não estão na casa que pretendiam roubar, mas sim numa cela de prisão.
Uma forma criativa e humorística de retratar os produtos da marca e de publicitar a sua eficiência. Se esta for tão grande como a “prometida” no anúncio, podemos com certeza esperar tempos mais seguros à boleia da Santec.
Destaque-se ainda que este anúncio foi um dos premiados no festival Cannes Lions de 2011, tendo sido galardoado com um Bronze Lion.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

sábado, 10 de setembro de 2011

Metro da Baixa-Chiado passa ser uma estação PT Bluestation

A estação do Metropolitano de Lisboa da Baixa-Chiado chama-se, a partir de ontem, Baixa-Chiado PT Bluestation. Esta novidade surge devido à parceria estabelecida entre a Portugal Telecom e o Metro de Lisboa, ficando a operadora de telecomunicações com os naming rights da estação durante os próximos quatro anos. Este tipo de parceria é inovador e ainda único no mundo, sendo a primeira vez em que uma empresa se associa a este tipo de transporte público dando o nome a uma das suas estações.
O aspecto da estação foi também alterado, havendo agora um pouco por toda a estação projecções com notícias, o estado do tempo, informações de trânsito, entre outras. Para além das alterações no aspecto, para que este vá ao encontro das insígnias da marca, existem também outras inovações: a PT oferece aos passageiros acesso gratuito à sua rede WiFi dentro da estação, e está também planeada toda uma agenda cultural para a estação, com actividades mensais. Em toda a sinalética da rede do Metro será também introduzido o símbolo da PT na localização da Baixa-Chiado, bem como iluminação azul, a cor da marca.
O interesse da marca na estação de metro pode ser explicado em grande parte pelos cerca de 13 milhões de passageiros que por lá passam anualmente, e que assim tomam contacto com o universo PT. Muitos destes passageiros são estrangeiros, sendo esta iniciativa útil também para que a PT promova os seus negócios já existentes fora de Portugal. O investimento realizado pela PT não foi divulgado, mas, segundo a imprensa, é significativo. Este investimento surge em boa altura para o Metro de Lisboa, uma vez que a empresa transportadora passa por um momento de aperto financeiro e também existem projectos de expansão das linhas em análise. De qualquer forma, este tipo de apoio será sempre uma ajuda para a sustentação do sistema de transporte público.
Por todos estes motivos, surgem já notícias de que esta poderá vir a não ser a única associação deste tipo no Metro de Lisboa, embora nada de concreto tenha sido ainda divulgado.

Fontes utilizadas:
Marketeer
Meios & Publicidade
Diário Económico

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Grant's activa a prevenir a condução sob o efeito do alcóol


A Grant’s, em associação com a Emparques, vai levar a cabo uma campanha de sensibilização relativa ao consumo de álcool e posterior condução, em especial pelos mais jovens.
Desta forma, será realizada uma iniciativa no Parque Camões, no Bairro Alto em Lisboa, que pretende exactamente premiar os condutores responsáveis. Na altura do levantamento dos carros, os condutores serão submetidos a um teste do balão e aqueles que apresentarem uma taxa de alcoolemia de 0.0 g\l terão como prémio 3 horas de parque grátis. Esta iniciativa decorrerá nos próximos dias 16 a 18 de Setembro, entre as 23h00 e as 03h00.
Desta forma, e apesar de ser uma das mais conhecidas marcas de whisky mundiais, a Grant’s desempenha também um papel importante na moderação do consumo deste tipo de bebidas e no alerta para os perigos de uma condução sob o efeito do álcool.

Fontes utilizadas:
Marketeer - Site
Meios e Publicidade - Site

domingo, 4 de setembro de 2011

Gestão à Vista (3) - Discurso de Steve Jobs em Stanford



Neste vídeo temos um discurso feito por Steve Jobs em 2005, na cerimónia de formatura da Universidade de Stanford, nos EUA, uma das mais reconhecidas instituições de ensino superior a nível mundial. No início do discurso, Jobs começa por dizer que vai contar aos alunos recém-formados apenas três histórias. Vemos depois que essas histórias são um resumo dos momentos de viragem da sua vida, a desistência da faculdade, o despedimento da Apple e o cancro que lhe foi diagnosticado. Enquanto nos relata esses momentos do seu percurso, Jobs vai dando vários conselhos que foi forçado a aprender pelas circunstâncias da vida e que acabam vários deles por ser importantes não só para as pessoas que se movimentam nas estruturas empresariais, mas também talvez para a generalidade da população. Ficam então relatos e conselhos como o de não desanimar perante as adversidades, mas sim encará-las como um momento de mudança, sempre com a esperança de que tudo acabará algures num desfecho mais risonho. Jobs destaca também a certa altura a importância de gostar do que se faz como uma forma absolutamente determinante de sucesso e resiliência em toda a experiência profissional e de vida. Já na parte final, fica o testemunho acerca da sua experiência de fim de vida, deixando o aviso de que a vida é demasiado curta para se perder tempo e para ser vivida através dos pensamentos e ideias de outros, para ser vivida na calada. Ao terminar a sua intervenção, Steve Jobs deixa uma frase que ele afirma ter tentado manter presente em toda a sua vida, finalizando então este discurso notável com um “Stay hungry, stay foolish” para todos os jovens presentes na plateia de Stanford.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

As marcas da nossa vida (15) - IKEA



O início da famosa construtora de móveis sueca remonta a 1943. Ingvar Kamprad, um jovem de 17 anos, dá início ao seu negócio com uma pequena quantia de dinheiro que tinha recebido do pai como prémio de aproveitamento escolar. O seu negócio na altura ainda não se assemelhava ao que hoje é a IKEA, pois comercializava canetas, carteiras, molduras e outros artigos práticos, através da venda porta a porta. O nome IKEA deve-se às inicias dos seus nomes, e também a Elmtaryd e Agunnaryd, a quinta e a aldeia onde Ingvar passou a sua infância. A introdução dos móveis como principal produto da marca dá-se em 1948, com produtos originários de fábricas próximas do local onde nasceu o fundador. Em 1951 é publicado o primeiro dos catálogos IKEA, ainda hoje utilizados. Com a introdução deste sistema de venda, Ingvar pensou que se poderia tornar um comerciante de grande escala e optou desde então pela comercialização de produtos a baixo preço. No entanto, foi em 1956 que surgiu o modelo de negócio da marca. Para que uma mesa coubesse no automóvel sem se danificar, um dos funcionários da empresa retirou-lhe as pernas e assim nasceu o conceito da auto-montagem, que hoje distingue a IKEA, e que permitiu na altura reduzir ainda mais o preço dos móveis vendidos. O baixo preço permitiu que a empresa superasse em parte a concorrência e iniciasse a sua rota de crescimento, que culminou com a abertura da primeira loja da marca em 1958, em Älmhult, na Suécia, na altura a maior exposição de móveis da Escandinávia. Foi também nesta loja que abriu o primeiro restaurante IKEA, em 1960. Como era ainda a única loja da marca, maior parte dos clientes tinha que fazer grandes deslocações para a visitar, e desta forma podiam fazer também as suas refeições na própria loja, sem terem que sair e assim perder mais tempo. Os anos seguintes são de expansão, com o aparecimento de várias peças de mobiliário que ainda hoje são referências IKEA. Com este crescimento, a marca expande-se logo em 1963 para a Noruega, e abre, dois anos depois, a sua maior loja, em Estocolmo. Devido às enormes dimensões, é lá que aparece o conceito de armazém self-service, outra das peças importantes do conceito de compras IKEA que vigora desde então. Até final dos anos 70, a marca sueca expande-se para o resto da Escandinávia e para vários outros países, como Austrália, Canadá, Alemanha e Holanda. Em 1984, é lançada a IKEA Family, o clube de clientes da marca, que hoje conta já com cerca de 15 milhões de sócios. Dois anos depois, o fundador da marca, Ingvar Kamprad deixa a direcção executiva da empresa, tendo passado o cargo de director do Grupo IKEA a ser ocupado por Anders Moberg. Devido à sua actividade maioritariamente consumidora de recursos naturais, a IKEA implementa em 1990 a sua primeira grande política ambiental. Actualmente, a empresa continua esse projecto, procurando tornar-se a si, aos seus produtos, e consequentemente aos seus clientes mais ambientalmente sustentáveis. Para uma maior integração de todo o processo produtivo da marca, a IKEA adquire, em 1991, as suas próprias serrações e fábricas, dando origem ao grupo industrial Swedwood. Pela mesma altura, é também dada uma maior atenção às crianças, sendo lançadas, desde 1994, várias linhas de móveis a pensar exclusivamente nos mais novos. De destacar também o evento Big Thank You que aconteceu em 9 de Outubro de 1999, e se apresentou como um prémio a todos os colaboradores da empresa. Todas as vendas realizadas nesse dia foram divididas por todos os colaboradores, como forma de reconhecimento do seu trabalho e dedicação à empresa. Os anos mais recentes têm sido também de uma continuada expansão dos negócios e da sua notoriedade, sobretudo nas políticas de filantropia e de protecção do ambiente, onde mantém parcerias com muitas das principais ONGs. A IKEA chega a Portugal em 2004, e actualmente conta com mais de 260 lojas em 25 países, contando com 123 mil colaboradores nas suas lojas e no seu grupo industrial. A missão e objectivo da empresa é criar um melhor dia-a-dia para os seus clientes. Não sabemos se o fazem efectivamente, mas a verdade é que a IKEA, com o seu modelo de negócio assente no pilar dos preços baixos, revolucionou completamente o mercado do mobiliário e certamente a maneira como muitas pessoas cuidam da sua casa. A sua gama de mais de 9000 produtos, todos ainda com uma inspiração sueca, está hoje presente em muitas habitações por todo o mundo, ditando tendências em termos de decoração e mudando lares e, quem sabe, até criando mesmo um melhor quotidiano para todos os seus clientes. 

Fontes utilizadas:
IKEA Portugal - Site Oficial
Dearlove, Denis; Crainer, Stuart; As 50 maiores marcas, Abril/Controljornal, 1999

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Steve Jobs e o futuro da Apple


Esta semana terminou o período como CEO de um dos mais conceituados e respeitados dirigentes dos últimos anos, Steve Jobs.
Numa carta dirigida ao Conselho de Administração da Apple e a toda a comunidade da marca da maçã, Steve Jobs apresentou a sua demissão, dizendo que sentiu que chegou o dia em que não conseguiria mais corresponder às expectativas como CEO da Apple, dizendo-se que este anúncio aparece em muito relacionado com os problemas de saúde com que Jobs se tem debatido nos últimos anos.
Apesar de deixar o cargo de Presidente Executivo da tecnológica americana, Steve Jobs continuará a exercer funções na empresa, mas agora como Presidente do Conselho de Administração. O cargo de CEO será ocupado por Tim Cook, que já conta com 10 anos de experiência na empresa e que os analistas mundiais consideram capaz de continuar o legado do fundador da marca.
Jobs foi um dos fundadores da Apple, no ano de 1976, e manteve-se na empresa até 1985, quando divergências com a estrutura directiva o levaram a abandonar a marca que tinha ajudado a fundar. Em 1996, regressava à empresa, já depois de ter fundado a Next (adquirida pela Apple nesse ano) e de ter tido um enorme impacto na indústria da animação, na época em que liderou a Pixar.
Desde o seu regresso, a Apple tornou-se numa marca de enormes dimensões, cujos produtos revolucionaram o panorama tecnológico mundial.
Agora, muito se especula acerca do seu futuro sem Steve Jobs. A demissão do CEO provocou uma descida na cotação das acções da empresa e uma subida nas acções de vários concorrentes.
Apesar de muitas vezes ser criticado pelas políticas de produtos que aplicou na Apple, e também pelo seu estilo de gestão considerado duro e impessoal, a verdade é que Steve Jobs deixou uma enorme marca no mundo empresarial e tecnológico, pelos métodos que utilizou e pelos produtos que ajudou a criar.
Uma citação sua corre no mundo da gestão: “É a inovação que distingue um líder de um seguidor”.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Gestão à vista (2) - Drive: The surprising truth about what motivates us



Este vídeo tem como grande base o livro Drive, de Daniel Pink, e mais especificamente o seu discurso na RSA, a RoyalSociety for the Encouragement of Arts, Manufactures and Commerce, uma sociedade que tem como objectivo a discussão e o lançamento para a sociedade de ideias que maximizem e dêem a descobrir todo o potencial humano.
No caso específico deste pequeno vídeo, o principal tema é a motivação dos trabalhadores, e em especial qual o papel que o dinheiro representa como motivador.
Durante o vídeo, são-nos mostrados os resultados de um estudo que obteve a conclusão de que nem sempre o dinheiro é o melhor motivador, e que este perde um espaço considerável quando falamos de actividades cognitivas. Em paralelo com o dinheiro, o estudo apresenta outras motivações, que são a autonomia, a mestria numa dada actividade e o propósito da realização desta. Já no final, é feita uma análise ao que acontece quando o objectivo lucro ultrapassa o propósito da empresa e das implicações que isso tem na sua imagem.

sábado, 13 de agosto de 2011

Marcadores (2) - David Ricardo



David Ricardo nasceu em Londres em 1772. A sua família era judaica, de origem portuguesa, e tinha-se estabelecido na capital britânica depois de ter estado na Holanda. O seu pai trabalhava na Bolsa de Londres, tendo David começado a acompanhá-lo na sua actividade com apenas 14 anos.
Aos 21 anos foi deserdado pela família por ter casado com uma mulher não judia, mas nessa altura tinha já vários conhecimentos no mercado bolsista, o que lhe permitiu manter-se na actividade em que tinha entrado com o pai durante mais alguns anos e constituir uma fortuna considerável.
Aos 27 anos, David Ricardo leu A Riqueza das Nações, de Adam Smith, livro que nessa altura lhe despertou o interesse pelos assuntos económicos.
Dez anos mais tarde, publicou o seu primeiro artigo económico e a sua obra mais notável, Princípios de Economia Política e Tributação, foi publicada corria o ano de 1817.
As suas ideias e pensamentos económicos tiveram grande influência na altura, tendo dado origem à primeira grande doutrina económica. Os seus seguidores formaram então a chamada “escola clássica”, que teve grande impacto no pensamento económico.
A sua teoria económica era centrada na Lei dos Rendimentos Decrescentes, especialmente quando interligada com as questões das rendas da terra cultivável, tudo isto numa altura em que a economia mundial estava essencialmente baseada na agricultura. Outros dos destaques da sua linha de pensamento foi a Lei da Vantagem Comparativa, acerca dos benefícios do comércio livre e da especialização das nações no que melhor produziam.
David Ricardo foi também membro do Parlamento Britânico, mais precisamente da Casa dos Comuns. Faleceu no ano de 1823, aos 51 anos.


Principles of Political Economy and Taxation
Londres, 1817


Fontes Utilizadas:
About.com Economics - The Life and Works of David Ricardo
Wikipedia - David Ricardo
César das Neves, João Luís. Introdução à Economia. 8ª edição. Lisboa, Verbo, 2007


domingo, 7 de agosto de 2011

As marcas da nossa vida (14) - Adidas


A história da famosa marca de artigos desportivos começou no ano de 1920, na Alemanha, pelas mãos de Adolf Dassler. No início, Dassler tinha como objectivo a produção de calçado durável e resistente que fosse ao encontro das necessidades dos atletas e fosse também uma ferramenta útil na prevenção das tão indesejadas lesões.
Começou o seu negócio na casa de banho da casa da mãe, com ajuda de dois sapateiros, produzindo calçado em cabedal com trabalho exclusivamente manual.
Três anos depois, conseguiu que o seu irmão Rudolf se juntasse ao negócio, sendo assim criada a Dassler Brothers Shoe Factory Herzogenaurach. Pouco tempo depois, a produção atingia já as 50 unidades diárias, maioritariamente de calçado de atletismo e, em 1925, surgiram pela autoria da Dassler as primeiras botas para futebol com pitons incorporados.
Nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928, vários atletas corriam já com sapatos Dassler, aproveitando Adolf esta oportunidade para estar em contacto com os atletas e assim juntar ideias para optimizar os seus produtos.
A marca continuou a sua especialização no desporto, entrando cada vez mais na indumentária dos atletas de alta competição. Em 1931, produziu os primeiros sapatos dedicados à prática de ténis.
O sucesso nos Jogos Olímpicos continuou, tendo várias medalhas e recordes do mundo sido conquistados por atletas que calçavam sapatos Dassler, tanto nas Olimpíadas de 1932 (Los Angeles), como de 1936 (Berlim), entrando nesta lista o norte-americano Jesse Owens. No final da década de 1930, a Dassler produzia já 30 modelos de sapatos para 11 desportos, chegando a sua produção aos 1000 pares diários.
Após a 2ª Guerra Mundial, a empresa voltou à actividade em pleno no ano de 1947 e, apenas um ano depois, deu-se uma grande mudança na empresa. Os dois irmãos decidiram separar-se, ficando Adolf com a Dassler, e mudando o nome da empresa para Adidas, uma junção da sua alcunha, Adi, com o seu apelido, Dassler. O seu irmão Rudolf criou então a Puma. Foi também nesta altura que as três riscas tradicionais da marca foram introduzidas no calçado.
Nos anos 50, a Adidas começou a dar mais atenção ao futebol, tendo introduzido várias inovações nas botas apropriadas a este desporto que tiveram grande impacto na sua maneira de jogar. Ficaram associadas à Adidas, por exemplo, a conquista do Campeonato do Mundo de 1954 pela selecção alemã, equipa que usava as botas Adidas com pitons adaptáveis. O domínio nos Olímpicos era também notório, já que, nas Olimpíadas de Melbourne, em 1956, 75% dos medalhados calçavam Adidas.
Em 1961, a Adidas começou a produzir também têxtil desportivo, tendo começado dois anos mais tarde a produção de bolas de futebol, que ainda hoje são as utilizadas em grande parte das competições futebolísticas mundiais. Ainda nesta década, contínuas inovações foram introduzidas nos produtos, tendo a marca mantido o domínio absoluto nas principais competições desportivas mundiais.
No Campeonato Mundial de Futebol do México, em 1970, uma bola Adidas, a “Telstar”, foi pela primeira vez a bola oficial duma competição. Nos Jogos Olímpicos de Munique (1972), a marca tornou-se também a patrocinadora oficial do evento. Ainda nesse ano, para diferenciar os produtos genuínos das falsificações, a marca introduziu o logótipo do Trevo.

Logótipo do Trevo

Em 1976, os destinos da Adidas eram já geridos pelo filho do fundador, Horst Dassler, que a levou a líder mundial em termos de inovação desportiva. Nesta altura, várias personalidades do desporto, como Franz Beckenbauer ou Muhammad Ali, calçavam Adidas. Em 1978, faleceu o fundador da marca e grande impulsionador das suas inovações, Adi Dassler.
Nos anos 80, e apesar da liderança que a Adidas tinha no mercado e no mundo desportivo, a empresa passou por algumas dificuldades. A estrutura industrial pesada manchava os resultados, sobretudo numa altura em que a concorrência era já maior, sobretudo por parte da Nike. Então, corria o ano de 1985, Horst Dassler deu início a uma reformulação da empresa, alterando as estruturas e reduzindo o seu pendor industrial, direccionando ainda mais a empresa para a inovação desportiva. Esta mudança já não seria terminada por Horst, pois faleceu em 1986, com apenas 51 anos. Três anos depois, e apesar da empresa continuar no controlo da família Dassler, a Adidas tornava-se uma sociedade de capitais. Esta abertura de capitais levou ao abandono do rótulo de empresa familiar quando, em 1990, a família vendeu acções. O maior accionista da marca passou então a ser o francês Bernard Tapie. No entanto, a gestão da marca passou por períodos conturbados nos anos seguintes, com as faltas de liquidez do então dono e problemas com os bancos.
Em 1993, Robert Louis-Dreyfus tomou então o controlo da empresa. Sob a sua gestão, a Adidas voltou ao sucesso dos tempos áureos. A marca continuou a inovação e a focalização desportiva, mas deu também mais atenção ao vestuário comum.
A reformulação da marca continuava em marcha e, em 1996, a Adidas procurou associar-se a caras novas do desporto mundial, como David Beckham ou Anna Kournikova. Ainda nesse ano, foi lançado o novo logótipo. Em 1998, era já cotada em bolsa e dava entrada no índice DAX (onde estão presentes as 30 maiores empresas alemãs). Em 1999, a empresa comemorou o seu 50º aniversário, e inaugurou também a nova sede, na cidade onde a marca nasceu, Herzogenaurach.
Nos anos mais recentes, a Adidas voltou definitivamente à posição de topo. A empresa abriu as suas primeiras megastores em várias capitais mundiais, continuou a sua associação exclusiva aos grandes eventos desportivos mundiais, bem como a diversos dos mais conhecidos atletas. Durante os últimos 10 anos, a marca tem tido vários anos de vendas recorde, aumentando cada vez mais o seu valor. Em 2006, a Adidas adquiriu a Reebok, juntando assim num grupo duas das maiores insígnias desportivas mundiais.
A Adidas tornou-se numa referência incontornável no desporto mundial, tendo, ao longo da sua história, demonstrado que a aposta constante na inovação e na atenção dada a cada um dos seus atletas deram resultados impressionantes, colocando novas tecnologias ao dispor da alta competição e trazendo-as depois para o comum dos desportistas por lazer, assegurando assim um papel importante na promoção e elevação da qualidade do desporto mundial.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pub por Pub (13)



Este anúncio, produzido pela filial argentina da agência publicitária BBDO, tem como objectivo promover a H2OH!, um dos produtos da Pepsico, mais conhecida pela sua Pepsi. Este produto consiste numa água com sabores e tem tido maior sucesso na América do Sul.
Durante o anúncio, vemos um jantar de família que contava com uma novidade. Pela primeira vez, o namorado da filha do casal jantava com a família da amada.
Normalmente, este tipo de jantares não são totalmente do agrado da pessoa que se apresenta, mas este foge à regra. Logo ao início, a matriarca da família fica encantada pelos gostos musicais do namorado da neta, mas o rol de elogios continua e espalha-se por toda a família, tendo o rapaz a sorte de não fazer parte daquele conjunto de cônjuges tomados de ponta pelos sogros. Adequou-se perfeitamente à família, deixando todos a suspirar.
Foi assim a companhia perfeita para uma refeição, tal como a Pepsico defende que a sua bebida é.
Este anúncio entrou ainda na lista dos vencedores do festival Cannes Lions 2011, tendo sido galardoado com um Gold Lion.

domingo, 31 de julho de 2011

As marcas da nossa vida (13) - Jerónimo Martins

Corria o ano de 1792 quando um jovem, de nome Jerónimo Martins, abriu o seu negócio em pleno Chiado, na Rua Ivens. A sua tenda, como eram apelidados na altura este tipo de estabelecimentos, comercializava um pouco de tudo, desde produtos alimentares até utensílios domésticos. A loja foi ganhando a sua fama e influência no comércio lisboeta, tendo como clientes muitas das famílias da classe alta, incluindo a própria Casa Real Portuguesa, da qual recebeu o alvará de fornecedora oficial em 1797, concedido já ao filho do fundador, que dirigia a tenda desde a morte do seu pai.
Este sucesso no comércio lisboeta manteve-se, mas mesmo assim não ilibou a empresa de passar por momentos de aperto, muito por culpa dos seus donos, já na altura em que o negócio pertencia aos netos do fundador. Um dos dois netos mantinha hábitos e vícios que custavam caro e ameaçaram a estabilidade financeira da empresa. Nesta altura (1878), o outro neto, João António Martins, tomou as rédeas do negócio e, a muito custo, conseguiu endireitá-lo e direccioná-lo novamente para o caminho de prosperidade. Após a sua morte, e como não tinha descendentes, o estabelecimento ficou entregue aos funcionários mais capazes, tendência essa, de passagem da liderança de funcionário em funcionário, que se manteve.
Com a revolução económica e no consumo deixada como herança da 1ª Guerra Mundial, a Jerónimo Martins passou por novo período de crise. A salvação do estabelecimento apareceu pela mão de um grupo oriundo do Norte do país, os Grandes Armazéns Reunidos. Assim, nasceram os Estabelecimentos Jerónimo Martins & Filho. Foi nesta altura que o negócio passou para o controlo da família do actual presidente do Grupo, a Família Soares dos Santos, pois um dos dois directores dos estabelecimentos agora criados era Francisco Manuel dos Santos.

Loja Original no Chiado

Com a fusão, surgiu também a reestruturação do negócio e a recuperação do estatuto na sociedade lisboeta. Em 1930, a Jerónimo Martins foi a primeira empresa a pagar um subsídio de Natal aos seus trabalhadores e, em 1938, o negócio da empresa estendia-se à produção alimentar com a criação da FIMA, Fábrica Imperial de Margarina, Lda.
Com a expansão do grupo para a área industrial, a Jerónimo Martins cresceu e ganhou protagonismo, acrescido ainda com a criação de uma joint-venture (associação de empresas) entre o grupo português e a Unilever, gigante da distribuição anglo-holandesa, no ano de 1949. Esta associação entre as empresas foi responsável pelo aparecimento de marcas reconhecidas do retalho português, como a «Olá», que surgiu em 1959, através da compra da empresa de produção de gelados «Esquimó», ou a «Iglo», que integrou a joint-venture em 1970.
Em 1980, nasceu uma das principais insígnias do grupo, a rede de supermercados Pingo Doce. Em 1985, foi criada a Jerónimo Martins Distribuição e, ainda nesse ano, a empresa assumiu o papel de holding.
Os anos 80 foram de clara expansão para o Grupo, também com a aquisição em 1988 da empresa de cashandcarry Recheio, e, em 1989, da «Gallo», a conhecida marca de azeite. Foi ainda no ano de 1989 que se deu a entrada em Bolsa do Grupo Jerónimo Martins. Em 1990, novamente em associação, desta vez com a empresa alemã Douglas Ag, a Jerónimo Martins trouxe para Portugal a Hussel, conhecida marca chocolateira.
Na década de 90, a estratégia da empresa passou muito pela internacionalização do Grupo. A Jerónimo Martins chegou assim à Polónia em 1995, através da aquisição de um grupo de cashandcarry (Eurocash), e ao Brasil em 1997, com a aquisição de uma rede de supermercados de bairro. Ainda nesse ano, adquiriu a rede polaca de supermercados Biedronka, uma das jóias do grupo actualmente.
Já nos anos 2000, a empresa repensou a sua estrutura, alienando algumas participações e apostando mais forte nas que mais garantias ofereciam. Assim, foi notório o crescimento tanto do Pingo Doce em Portugal como da operação polaca, com o Biedronka.
A empresa lançou-se também este ano, através da sua marca «Recheio», no segmento dos supermercados de bairro em Portugal, com o lançamento da cadeia «Amanhecer».
Actualmente, a Jerónimo Martins, e em especial a família do seu Presidente do Conselho de Administração, Alexandre Soares dos Santos, são também conhecidos pelo trabalho da Fundação Francisco Manuel dos Santos, presidida por António Barreto, que tem como principal objectivo estimular o estudo da realidade portuguesa, promovendo assim um maior conhecimento da população de várias realidades do seu país. Entre outras iniciativas, a Fundação tem publicado vários ensaios, escritos por personalidades de várias áreas, acerca da realidade de Portugal, seja na Economia, na Educação, na Saúde, entre outros temas.
Com mais de uns impressionantes 200 anos de história, a Jerónimo Martins tem crescido no mercado português e também internacional, sendo actualmente uma referência na área do retalho.

Fontes utilizadas:
Grupo Jerónimo Martins - Site Oficial
Fundação Francisco Manuel dos Santos - Site Oficial

terça-feira, 26 de julho de 2011

Gestão à vista (1) - Simon Sinek – How great leaders inspire action



Neste vídeo, parte integrante das conferências TedTalks, Simon Sinek expõe o seu modelo, que apelida de “golden circle” ou “círculo dourado”, com o qual pretende explicar o porquê de empresas como a Apple terem mais sucesso que os seus concorrentes, embora a base dos seus produtos, a tecnologia e os recursos disponíveis sejam iguais para todos os que competem nos seus mercados.
Sinek apela então à componente inspiracional da liderança, demonstrando, segundo o seu modelo, que apenas uma diferença no discurso e na visão da empresa pode explicar estas diferenças, algumas vezes gritantes, entre marcas.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Leituras (6) - StoryTelling, de Gabriel García de Oro


Gabriel García de Oro nasceu na cidade de Barcelona, decorria o ano de 1976. Tendo feito a sua formação académica em Filosofia, dedicou a sua carreira à vida empresarial, mais precisamente como criativo na OgilvyOne.
Neste seu livro, StoryTelling – A Magia das Palavras (Lisboa: GestãoPlus Edições / Bertrand, 2011), o autor fala-nos acerca de algumas das dificuldades que actualmente as empresas atravessam, ajudando o leitor a identificá-las e aconselhando-o sobre muitas delas, mas de uma forma curiosa e que acaba por se revelar bastante útil, contando-nos uma história. Não uma história densa e que dure várias páginas, pois a maior parte delas são na verdade anedotas, fábulas e pequenos contos, que demoram pouco a ler.
O que é verdadeiramente interessante e que nos obriga quase que involuntariamente a memorizar a história contada é o comentário feito pelo autor no fim de cada uma. Este comentário, mais do que nos transmitir a moral da história, procura relacioná-la com a vida empresarial, seja em termos de comportamento em grupo ou individual. E é nestas conclusões, também elas curtas mas ricas, que identificamos várias situações pertencentes ao quotidiano de cada trabalhador, de cada líder, de cada gestor.
Após a leitura do conto e do comentário, é fácil identificá-las no nosso próprio dia-a-dia e somos também levados a reflectir um pouco sobre elas, como nos afectam e como podemos mudá-las, levando muitas vezes a um compromisso pessoal de mudança (compromisso esse que muitas vezes acaba por ser esquecido logo ao virar de página, ficando no entanto o esforço).
Para além da reflexão e tentativa de melhoramento pessoal, este livro e estes contos podem também tornar-nos bons contadores de histórias, e, consequentemente, bons professores para este tipo de morais e conselhos. É-nos explicado no prefácio do livro que este tipo de metáforas e combinações de ideias coloca em acção o hemisfério direito do nosso cérebro, que nos torna mais completos, intuitivos e criativos, servindo também como uma maneira mais rápida para atingir as nossas emoções.
Desta forma, para este tipo de lições, uma história é mais completa, criativa e memorizável que um conjunto de números ou estatísticas, daí advindo a importância do Storytelling no contexto empresarial.
Esta importância fica patente na frase que introduz o livro, da autoria do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen: “Os contos servem para adormecer as crianças e despertar os adultos”.
Os contos são cerca de 50 e procuram focar todo um conjunto de vertentes da vida empresarial, como Gestão do Tempo, Gestão do Poder, Liderança, Estratégia, entre muitas outras.
Assim, após a leitura deste livro. ficamos provavelmente mais aptos para despertar os adultos. Ficamos, pelo menos, de certeza com um espólio de contos para adormecer os filhos ou intervir com um certo estilo numa reunião ou entrevista, contando uma história e transmitindo a sua moral.

domingo, 17 de julho de 2011

As marcas da nossa vida (12) - Levi Strauss & Co.


Levi Strauss nasceu na Baviera no ano de 1829. Aos 18 anos mudou-se, com o resto da sua família para a cidade de Nova Iorque, onde começou a trabalhar num negócio de tecidos com dois dos seus irmãos. Em 1853, Levi Strauss obteve a cidadania americana e, ainda nesse ano, devido à corrida ao ouro da Califórnia, deslocou-se para a Costa Oeste dos EUA, mais precisamente para São Francisco, onde estabeleceu o seu próprio negócio. Importava roupa, roupa interior e vários acessórios e depois revendia-os às pequenas lojas que começavam a aparecer no estado, devido ao desenvolvimento que a Califórnia estava a sofrer. Pouco tempo depois, Levi era já uma figura conhecida na cidade, não só pelo seu negócio, mas também pelas suas obras de caridade, atitude que passou para a empresa que já na altura tinha o seu nome, Levi Strauss & Co., mas que ainda não comercializava o seu produto mais famoso, os jeans.
Corria o ano de 1872 quando um dos seus clientes, Jacob Davis, lhe escreveu a propor uma parceria na obtenção de patente e comercialização de um novo método que criara. Para tornar as calças que comercializava mais resistentes para os mineiros que procuravam ouro nessa região dos EUA, ele colocava rebites metálicos em certos pontos de junção, como nos bolsos. Desta forma, as calças duravam mais tempo, o que era bastante apreciado pelos clientes.
A ideia agradou a Levi Strauss e, no ano seguinte, após a obtenção da patente, a empresa começa a comercializar o produto que a tornou famosa, as calças de ganga, que tinham já os rebites incorporados, que na altura foram uma revolução. Estas calças, actualmente denominadas jeans (na altura, eram chamadas waist-overalls) eram do modelo XX, até que em 1890 foram denominadas 501®, devido ao número dos lotes, modelo que ainda hoje é o principal da marca.
Em 1902, com 73 anos, Levi Strauss morre, tendo a empresa sido herdada pelos seus sobrinhos. O início do século XX foi atribulado para a marca, não só pela morte do fundador, mas também porque, em 1906, um violento terramoto, seguido de grandes incêndios, causou grandes danos na cidade de São Francisco, tendo sido destruídas as duas fábricas da marca, bem como a sua sede e praticamente todos os registos até à data.

Numa decisão pautada pela ética, que ainda hoje é considerada uma das imagens de marca da Levi’s, a empresa concedeu, após a catástrofe, crédito aos seus clientes, para que estes se pudessem recompor e pagar apenas depois. A empresa manteve também os salários de todos os seus empregados, mesmo sem produção, até que estes voltaram a trabalhar nas novas instalações, construídas pouco depois do terramoto.
Em 1912, já recuperada, a empresa lança os Koveralls, uma linha de produtos para criança, que foram os primeiros produtos Levi’s comercializados em todos os EUA, uma vez que, nessa altura, as famosas calças de ganga ainda se mantinham à venda exclusivamente na zona da Costa Oeste.
A Levi’s, a par da sua ética e política de beneficência, é também conhecida pela sua gestão de recursos humanos. Esta característica nasceu também nesta altura, quando, em 1926, foi uma das primeiras empresas a oferecer bónus aos seus colaboradores. Dois anos depois, é registada a marca Levi’s ®, pois assim começaram a ser denominadas pelos seus clientes, em substituição do nome original Levi Strauss.
Com a Grande Depressão, a Levi’s não foi excepção e passou por períodos difíceis, mas, mesmo assim, inovou, mantendo todos os empregados. Para isto, instituiu que apenas trabalhariam três dias por semana e, em alguns casos, o seu trabalho era colocar de novo os ladrilhos do chão da fábrica, apenas para lhes dar trabalho e os manter com a empresa.
A Depressão acabou por passar e, em 1934, a marca lança as Lady Levi’s, as primeiras jeans femininas.
Durante a 2ª Guerra Mundial, era normal os soldados americanos aparecerem em imagens a usar calças e casacos Levi’s, garantindo assim uma primeira fase de exposição mundial à marca.
Nos anos 50, e com a expansão para o Sul dos EUA, a Levi’s inova novamente na sua política de recursos humanos, pois, apesar de toda a tensão racial que se vivia naquele país nessa altura do século, a empresa assegurava oportunidades de trabalho iguais para afro-americanos. As políticas de beneficência e o envolvimento com as comunidades onde estavam instaladas as unidades da marca eram já uma regra que vinha desde o seu fundador, pelo que em 1952 a empresa cria a Levi Strauss Foundation, conhecido como o braço solidário da Levi’s, para coordenar todas essas acções de caridade.
A Levi’s começava a ser já conhecida como um marco de qualidade e da cultura americana, e, assim, começava a contar com presenças mais assíduas em eventos fora dos EUA. Desta forma, a marca começou a exportar os seus primeiros produtos em 1959, ainda só para a Europa.


Com o crescimento das vendas em todos os locais onde estava já presente, a Levi’s, para continuar o seu ímpeto de crescimento, decidiu abrir-se a capitais externos, em 1971, vendendo acções da empresa. A abertura das empresas a investidores tem lados positivos e negativos, e no caso da Levi’s, a pressão do exterior não foi benéfica. Apesar de continuar a ter vendas bastante grandes e de ter tido bons momentos, como ter-se tornado a marca de vestuário oficial da equipa olímpica americana, e de ter aberto a sua primeira loja fora dos EUA, mais precisamente em Espanha, em 1983, a empresa terminou a sua aventura bolsista em 1985, quando voltou inteiramente para as mãos da família do fundador. Esta aquisição foi consumada por Robert Haas, bisneto do fundador, que se tinha tornado CEO da empresa em 1984. De resto, desde a morte de Levi Strauss, e mesmo durante o período em que esteve em bolsa, a marca foi sempre gerida pela família do fundador, podendo ser assim considerada uma empresa familiar.
Sob a gestão de Haas, a Levi’s começou a recuperar das quebras de resultados que tinha vivido nos anos anteriores. Esta recuperação começou desde logo com o lançamento da linha, também de vestuário, Docker’s, que se tornou um sucesso imediato. O respeito pelos colaboradores manteve-se uma tradição da família, e, em 1987, Haas publicou uma “declaração de aspirações” que tinha como objectivo desenvolver as capacidades de liderança e de inovação de todos os empregados, e que estes fossem encorajados a demonstrá-las, transferindo algum poder para os colaboradores e incentivando-os a abraçar a mudança e atingir a excelência. Em 1992, a Levi’s tornou-se a primeira empresa a oferecer apoio médico total aos companheiros (mesmo que não casados) dos seus colaboradores.
Nos anos que se seguiram, a empresa foi acumulando prémios e menções, não apenas pelo seu reconhecimento como uma das maiores marcas de vestuário mundiais, mas também pelas suas políticas de caridade, recursos humanos e pela ética presente em todas as suas decisões.
Em 2003, a Levi Strauss & Co celebrou o seu 150º aniversário e também o 130º aniversário do aparecimento das suas famosas jeans.
Com toda a sua história, a Levi’s transmite também algumas lições importantes para o mundo empresarial. Atingir uma posição de liderança e admiração mantendo uma política de recursos humanos e de respeito pelos seus colaboradores inovadora e generosa, tomando decisões constantemente aclamadas pela sua ética é algo de extraordinário. Tudo isto salta ainda mais à vista num contexto como o actual, em que as empresas são cada vez mais criticadas, precisamente pelas suas falhas nas questões acima referidas. Vemos também que apenas a manutenção da empresa como algo familiar pode possibilitar uma tal passagem de valores desde o seu fundador até os dias de hoje, ilustrando as vantagens que uma exposição menor aos riscos e pressões do mercado podem trazer.

Fontes utilizadas:
Levi Strauss & Co. - Site Oficial
Dearlove, Denis; Crainer, Stuart; As 50 maiores marcas, Abril/Controljornal, 1999

Advertising Archives