sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

As marcas da nossa vida (9) - H&M

Nas nossas visitas aos centros comerciais ou zonas de comércio em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo, há muitas lojas que são uma constante, que estão por todo o lado: uma delas é, sem dúvida, a H&M.
Esta marca sueca de vestuário, prático e “da moda”, mas bastante mais acessível que o das casas de alta costura, tornou-se, nos últimos anos, uma referência nos guarda-roupas e um verdadeiro colosso da moda mundial.
A marca nasceu na Suécia, primeiramente a comercializar apenas roupa dirigida ao sexo feminino, pela mão de Erling Persson. O nome inicial da marca foi Hennes e a primeira loja abriu na cidade sueca de Västerås no ano de 1947.
Em 1968, Erling Persson adquiriu uma loja ligada à caça situada em Estocolmo, de nome Mauritz Widforss. Com o stock de roupa ligada à prática da caça, a marca passou a comercializar também roupa de homem, passando a marca a denominar-se Hennes & Mauritz (H&M).
Ainda antes da passagem da marca para H&M, a primeira loja fora da Suécia foi aberta, em 1964, na vizinha Noruega, tendo a expansão continuado em 1967 para a Dinamarca.
Mas foi no final dos anos 80 e início dos anos 90 que a marca sofreu uma grande expansão. Já tinha chegado em 1976 ao Reino Unido, mas, nessa altura, chega à Holanda e à Alemanha. O período de notória expansão seguinte chega no final da década de 90 e início dos anos 2000, em que se expande praticamente para o resto da Europa, chegando a Portugal em 2003.
Um dos grandes marcos da expansão da marca foi também a abertura da primeira loja nos EUA, em 2000, localizada em plena 5ª Avenida, em Manhattan, Nova Iorque.
Actualmente, a H&M está presente em mais de 40 países, empregando cerca de 76000 pessoas, em mais de 200 lojas espalhadas por todo o mundo, tendo ainda um grande potencial de expansão, mas sendo já considerada, desde 2008, a maior empresa cotada no índice bolsista sueco, atingindo já cerca de 183000 accionistas.
Desta forma, a marca tem crescido e cimentado a sua posição no mundo da moda, apesar da concorrência de outras grandes marcas internacionais que estão presentes no mesmo segmento de mercado e com a mesma metodologia em termos de produtos.
A H&M tem também mantido a sua missão de colocar à disposição do cliente moda de qualidade, mas a preços acessíveis. Para este efeito, a marca conta com uma equipa de mais de 100 designers permanentes que todos os dias criam novas peças para definir a conjuntura em termos de moda um pouco por todo o mundo, tendo sempre em atenção os gostos, desejos e tendências dos clientes, num processo que não demora muito tempo do gabinete dos designers até às prateleiras das lojas.
São também de notar algumas colaborações da marca com estilistas de renome internacional, com Stella McCartney, Jimmy Choo, Karl Lagerfeld ou Roberto Cavalli, que produziram algumas colecções exclusivas e limitadas para a marca, que costumam esgotar em poucas horas, o que demonstra os frutos da estratégia da marca de diferenciar a sua produção, usando o chamariz dos estilistas de renome internacional, aproveitando para oferecer um pouco do glamour da alta costura, mas mantendo a filosofia de moda prática e acessível em termos monetários.
A gestão da marca continua na família Persson, sendo o Chairman Stefan Persson, que abandonou as funções de CEO em 1998. Desde 2009, o cargo de CEO é ocupado pelo seu filho, Karl-Johan Persson.






quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Citações (7) - Michael Hammer

"O segredo do sucesso não é prever o futuro. É preparar-se para um futuro que não pode ser previsto."

Michael Hammer

Fonte: Revista Dirigir (nº112 Out. a Dez. de 2010)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Timberland - Lucros e Consciência Ambiental



A Timberland, marca americana considerada um dos pesos pesados da indústria do calçado e do vestuário, é actualmente um dos exemplos a seguir no que toca a responsabilidade ambiental e na maneira como se pode aliar lucro e uma consciência mais verde.
Em 2010, atingiu o segundo lugar no ranking da ONG Climate Counts das empresas que estão a tomar medidas mais agressivas no combate às alterações climatéricas.
Este patamar foi atingido sobretudo pelas medidas que a empresa tomou nos últimos anos, e que, para além de reduzirem em muito a pegada ambiental da marca, trouxeram ainda grandes perspectivas de lucro, sobretudo desde a chegada à chefia da empresa de Jeffrey Swartz, neto do fundador da Timberland e um verdadeiro entusiasta das políticas ambientais.
A primeira grande medida surgiu em 2006, quando a marca adoptou uma etiqueta para o seu calçado que, para além de revelar o país de fabrico e os materiais utilizados, revela também o impacto ambiental que a produção do artigo em questão teve. Esta ideia, muito criticada e até ridicularizada pelos concorrentes da indústria do calçado, começa já a ser encarada como uma política a adoptar por esses mesmos concorrentes.
Jeffrey Swartz afirma, em entrevista à revista Visão (nº931, de 6 a 12 de Janeiro de 2011), que leu uma crónica acerca da possibilidade de reutilizar os grãos de café após a sua utilização, tendo apresentado a ideia a um dos grupos de desenvolvimento da marca e, seis meses depois, apareceu o S Café, um blusão integralmente produzido à base de grãos de café e garrafas de refrigerantes reciclados, que, segundo o líder da Timberland, é tão confortável quanto qualquer outro produto da marca e também impermeável.
Esta noção do potencial que os produtos reciclados podiam ter na produção da marca levou à criação da linha Earthkeepers, que primeiro se cingiu às famosas botas Timberland, mas que agora se estende já ao vestuário. Para as botas desta colecção a empresa começou a utilizar borracha preparada a partir de pneus reciclados nas solas e também reforço interior de fios de casca de coco.
Actualmente, esta linha de produtos é a que regista o maior crescimento na procura, crescimento esse que foi da ordem dos 300% nos EUA e que representa já cerca de 10% da facturação da marca, afirmando Jeffrey Swartz que esta linha tem potencial para atingir os 250 milhões de dólares em volume de negócio. Este aumento da procura mostra a preocupação crescente dos consumidores por produtos ecologicamente responsáveis e também o aparecimento de um mercado completamente novo, com novos padrões de consumo e com enorme potencial de crescimento, mas que por vezes ainda não é totalmente aproveitado e respeitado pelas empresas.
Outra das medidas ambientais que teve também um impacto significativo nas contas da empresa foi a substituição, em 2009, de todas as lâmpadas tradicionais das lojas da marca nos EUA por lâmpadas com tecnologia LED, o que representa uma diminuição da pegada ambiental da empresa em cerca de 11%. Com esta medida, a empresa previa uma poupança de 75 mil dólares anuais, e um retorno do investimento no prazo de um ano, mas na realidade, a poupança é bastante maior, chegando aos 120 mil dólares anuais.
Desta forma, a Timberland é um exemplo no que toca a práticas ambientais, demonstrando a todo o mundo empresarial que um maior respeito pelo ambiente, para além de um conforto moral, pode ser sinónimo de poupança, redução nos gastos e de novas oportunidades de negócio, havendo grande possibilidade de arrecadar lucros, já que os consumidores começam cada vez mais a procurar produtos com pegada ambiental mais reduzida e a valorizar a preocupação das empresas com o ambiente nas suas escolhas.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Leituras (4) - "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel


“O Príncipe”, escrito por Nicolau Maquiavel, aparece-nos como outro dos grandes clássicos da literatura mundial que se tornou leitura aconselhada para gestores e líderes.
A obra foi dedicada ao filho de Piero de Medici, Lorenzo II de Medici, um nobre italiano, Duque de Urbino e governador de Florença entre 1513, ano em que foi escrito o livro, e 1519.
Com esta obra, Maquiavel pretendia ensinar ao novo governador como ser um líder militar e político exemplar e que dificilmente falhasse. São então dadas instruções de como agir em caso de combate, de que tropas escolher, de que pessoas se rodear, e que atitudes um verdadeiro líder deve adoptar para atingir o sucesso. Estas instruções são acompanhadas com a descrição de episódios da história italiana contemporânea de Maquiavel e até mesmo com alguns relatos de episódios dos grandes impérios da Antiguidade, para mostrar os frutos que se podem colher com uma liderança forte e regida pelos princípios patentes no livro, bem como as desgraças em que o futuro príncipe pode incorrer se acabar por se tornar num líder fraco.
Desta forma, “O Príncipe”, surge como um verdadeiro manual da liderança, lido e pensado por alguns dos grandes estrategas militares da história, como Napoleão Bonaparte, e que também acabou por ser adoptado pela Gestão como um dos clássicos a analisar, pelas importantes lições acerca de liderança que se podem retirar da sua leitura.
O livro conta com 26 capítulos, dos quais grande parte não ultrapassa as 5 páginas. De leitura rápida e fácil, mesmo tendo em conta a época em que foi escrita, está disponível com um vocabulário bastante acessível.


Sublinhados:
“Assim acontece nas coisas do Estado; porque, conhecendo-se com antecipação (coisa que se não oferece senão ao homem prudente) os males que nele nascem, é possível curá-los rapidamente; mas quando, pela ignorância deles, crescem de tal modo que todos se apercebem da sua existência, é que não há mais remédio.”

“E, por isso, um príncipe que não cuide da milícia, além de outras infelicidades, como se disse, não pode ser estimado pelos seus soldados, nem fiar-se neles.”

“ E os homens hesitam menos em ofender um que se faça amar do que um que se faça temer; porque o amor consiste num vínculo de obrigação que, dada a maldade dos homens, é roto no primeiro momento em que se levanta o interesse; mas o temor consiste num medo de represálias que nunca cessa. Deve, todavia, o príncipe fazer-se temer de modo que, se não ganhar amor, evite o ódio, porque pode muito bem conjugar o ser temido com o não ser odiado; (…)”

“Aquele príncipe que produz de si esta opinião é assaz reputado; e contra quem é reputado com dificuldade se conjura, com dificuldade de trata de atacá-lo, porque se sabe que é excelente e reverenciado pelos seus.”

“E os homens em geral julgam mais pelos olhos que pelas mãos, porque ver é coisa que toca a todos, e sentir a poucos. Todos vêem o que parecemos, poucos sentem o que somos; (…)”