terça-feira, 27 de setembro de 2011

As marcas da nossa vida (17) - Disney


Corria o ano de 1923 quando Walter Elias Disney, chegou a Los Angeles, a capital do cinema, para tentar relançar uma carreira no cinema de animação que tinha já começado em Kansas City, mas sem grande sucesso. Tal como muitos que chegaram a LA para vingar no cinema, Walt Disney pouco mais tinha que esse sonho. A sua situação financeira não era propícia a novos negócios e estava agora numa cidade e numa realidade completamente diferentes. Apesar do panorama, Walt, com espírito empreendedor, alugou uma câmara e montou um estúdio na garagem de um tio. Aí, em parceria com o seu irmão Roy, Walt deu origem à Disney.
Os primeiros tempos foram conturbados. A sua primeira série de filmes, Alice, pouco chegava para manter o estúdio. Quando tentou a sorte com outra série de animação, Oswald the Rabbit, a distribuidora com quem tinha contrato levou-lhe a série e maior parte do seu pessoal. No entanto, foi este pequeno revés que despoletou todo o universo Disney que conhecemos.
Para se lançar de novo, Walt criou uma nova personagem, o rato Mortimer. Por indicação da sua mulher, Lily, o rato deixou de se chamar Mortimer e passou a Mickey. Em 1928, o rato Mickey apareceu no seu primeiro grande filme, Steamboat Willie, que durava 7 minutos e foi o primeiro filme de animação a sincronizar som com imagem.

Cartaz do filme Steamboat Willie

O sucesso da personagem foi imediato e catapultou a Disney para um novo período. Em 1932, com o filme Flowers & Trees, Disney ganhou o primeiro Óscar atribuído a um filme de animação. Em 1937, Disney lançou a sua primeira longa-metragem, Branca de Neve e os Sete Anões. Ainda na década de 30, Walt Disney implementou um sistema de bónus aos colaboradores, para os premiar pelo seu trabalho e puxar pela sua produtividade.
Com o desenvolver da 2ª Guerra Mundial, o estúdio perdeu acesso aos mercados estrangeiros e passou por algumas dificuldades, mas ainda assim lançou nesse período algumas das suas obras-primas, como Pinóquio, Fantasia, Dumbo e Bambi. Em apenas uma década, Disney passou do simples Steamboat Willie para longas-metragens elaboradas e de grande sucesso.
Apesar do sucesso no cinema, Walt Disney queria expandir o negócio da empresa e pensou num local onde toda a família pudesse ir, pois tinha identificado esta lacuna nos espaços de entretenimento. Assim nasceu o projecto da Disneyland, que abriu em 1955, em Anaheim, na Califórnia. A abertura deste parque foi na altura o lançamento de um conceito totalmente novo de local de entretenimento e serviu de inspiração e de base para muitos outros parques de diversões espalhados pelo mundo.
Nos anos 60, a inovação nos estúdios Disney continuou e daí saíram êxitos como A Bela e o Monstro, ou os 101 Dálmatas. Outro filme com que a Disney marcou profundamente a história do cinema foi Mary Poppins, lançado em 1964, que se diferenciava por ser um filme de animação, mas onde entravam também actores reais, e onde foram introduzidos efeitos especiais de vanguarda.
Em 1966, porém, deu-se um acontecimento que marcou o fim de uma era na empresa. O seu fundador, Walt Disney, faleceu aos 65 anos. Nessa altura, o seu irmão mais velho, Roy, com quem trabalhava já, tomou conta da empresa. Walt Disney era a principal figura da empresa, e admirado por todos, apesar da cultura rígida que tinha imposto na empresa, rigidez essa que se estendia desde um código de vestuário até à pouca capacidade de perdoar erros, entre outros exemplos.
Antes de morrer, Walt Disney projectava já outro parque temático, para o qual já tinha comprado uma vasta porção de terreno na Flórida. O seu irmão continuou essa ideia, e, em 1971, abria o Walt Disney World, em Orlando. Roy Disney faleceu apenas dois meses após a abertura do parque, tendo a gestão da empresa sido assumida por uma equipa de trabalhadores da empresa, que tinham sido já “treinados” pelos dois irmãos.
Em 1983, abriu o primeiro parque temático fora dos EUA, mais precisamente em Tóquio, no Japão. Os japoneses, fãs confessos do universo Disney na altura, reagiram muito bem ao projecto, o que se revelou nas taxas de afluência ao parque.
No entanto, nem tudo ia bem no mundo Disney. Devido essencialmente à estrutura de custos pesada, os estúdios passavam por um período de pouca saúde financeira. Esta situação precipitou uma mudança na gestão e, em 1984, Michael Eisner e Frank Wells tornaram-se os novos CEO da empresa.
A nova direcção acreditava que a Disney não podia continuar a ser vista como um estúdio de cinema e uma gestora de parques de diversões, mas que tinha que passar para uma nova dimensão e ser considerada uma empresa de entretenimento familiar. Esta política levou assim a uma expansão da marca e a uma maior exploração da rentabilidade das suas personagens e dos seus recursos. Foram abertas mais lojas Disney e produzidos muitos mais produtos de merchandising das personagens favoritas da Disney. Em relação aos filmes, foram lançadas novas edições dos grandes clássicos, e grande parte dos filmes realizados nessa altura foram êxitos de bilheteira. Este ímpeto expansionista só terminou com a abertura da Euro Disney, em Paris, no ano de 1992.

Estátua de Walt Disney, com Mickey - Walt Disney Studios Paris

Poucos anos depois, os filmes de animação tiveram uma nova fornada, com sucessos como Pocahontas, Rei Leão, Corcunda de Notre Dame ou Mulan, a serem lançados com poucos anos de intervalo. No ano de 1995, iniciou-se também a pareceria entre a Disney e a Pixar, empresa de Steve Jobs, com a produção do primeiro filme de animação digital, Toy Story. Desde então, essa parceria tem sido responsável por muitos dos últimos sucessos da Disney.
Em 1996, a empresa deu um passo de gigante no que toca a expansão do negócio, ao avançar para a compra do grupo Capital Cities/ABC, pela quantia de 19 biliões de dólares, adquirindo assim um dos maiores grupos de media americanos, dono de vários canais de televisão, estações de rádio e jornais.
No ano de 2005, Robert Iger tornou-se o novo CEO da empresa, tendo esta entrado um novo ciclo de crescimento. Uma das suas primeiras grandes decisões foi a de adquirir a Pixar, com quem a Disney tinha já uma produtiva parceria. Nos anos seguintes sob a gestão de Iger, a Disney registou lucros elevados, devido ao sucesso de vários dos filmes, como a série Piratas das Caraíbas, ou séries na ABC como Donas de Casa Desesperadas ou Anatomia de Grey.
Em toda a sua história, a Disney tem mudado bastante, mas tem conseguido manter durante toda a sua história a mística e a magia que envolvem o seu universo, estendendo-se isso não só aos consumidores mas também a todos os colaboradores. A sua história mostra-nos também que uma clara definição da actividade da empresa e do mercado em que se quer inserir, bem como um total aproveitamento dos seus recursos fazem toda a diferença entre uma situação complicada e um sucesso estrondoso.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Católica e Nova na lista dos melhores mestrados

Todos os anos, o Financial Times publica uma lista das melhores escolas de Gestão mundiais. Esta lista divide-se nas categorias de licenciaturas, mestrados, formação de executivos, entre outros programas de ensino em Gestão.
Nesta semana foi divulgada a lista dos melhores mestrados em Gestão a nível mundial no ano de 2011 e nela figuram, pela primeira vez, duas instituições de ensino superior portuguesas. A Católica, primeira universidade portuguesa a figurar nos rankings das licenciaturas, e que também está presente no da formação de executivos, junta agora mais uma distinção, estreando-se na 65ª posição. A Nova, que ocupa agora o 61º lugar, manteve-se neste ranking, onde já no ano passado tinha entrado.
Para além desta classificação individual, a Nova conta com outra presença no ranking, uma vez que faz parte do grupo de 26 universidades internacionais, o grupo CEMS, onde é leccionado o mestrado em gestão internacional, que ocupa o 2º lugar.
De destacar ainda que a Católica ficou em 4º lugar no parâmetro da empregabilidade, garantindo que, ao fim de apenas 3 meses após a conclusão do programa, 100% dos estudantes foram colocados. A Nova, neste parâmetro em particular, atingiu o 10º lugar.
Assim se premeia a aposta que estas duas universidades têm feito na educação e na excelência do seu ensino, dando cartas num mercado cada vez mais global, e figurando assim nos mais importantes rankings de classificação de business schools.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

As marcas da nossa vida (16) - Hewlett-Packard


A história da Hewlett-Packard (HP) começou quando dois recém-formados engenheiros pela Universidade de Stanford se conheceram. Bill Hewlett e Dave Packard tornaram-se amigos em 1934 e, três anos depois, deram início à HP numa garagem situada na cidade de Palo Alto, na Califórnia. Actualmente, esta cidade é sede de muitas empresas ligadas ao ramo das tecnologias, fazendo parte do chamado Sillicon Valley.
Em 1938, foi lançado o primeiro produto da empresa, um oscilador, aparelho que servia para emitir tons puros e tinha aplicação na manutenção de linhas de rádio e telefone. A actividade já tinha começado mas só em 1939 o nome final ficou estabelecido, pois havia a indecisão sobre qual dos nomes dos sócios devia ficar em primeiro lugar. A discussão ficou resolvida com um lançamento de moeda ao ar.
Em 1940, a empresa deixou a garagem-berço e mudou-se para um edifício alugado, também na cidade de Palo Alto. Ainda nesse ano, a HP instituiu um bónus de Natal para os colaboradores e também bónus de produtividade, deixando registado nas fundações da marca o princípio de partilha de resultados. Após os bónus, foi também atribuído aos colaboradores da empresa um sistema pioneiro de seguros de saúde.
Um ano depois, a HP lançou-se num novo mercado, o de medição de ondas. Nos anos seguintes, este tipo de produtos, de análise de ondas e frequências, continuou a ser a principal actividade da empresa. Prosseguiu o lançamento dos osciladores, mas também de contadores de alta-frequência e de osciloscópios.
A HP começou desde cedo a ser também uma referência no que toca a relação e preocupação com os colaboradores. Para além dos programas já atrás referidos, começou em 1957 com um programa de partilha de acções da empresa com os colaboradores, introduziu um programa de objectivos que tinha como principal função a passagem de algum poder de decisão para os empregados e a construção de uma organização mais horizontal. O programa de partilha de acções obrigou a empresa a abrir-se ao público, tendo as primeiras acções sido comercializadas a 16 dólares, ainda em 1957. Em 1958, a empresa contava já com mais de 1700 colaboradores e atingia já lucros de 28 milhões de dólares.
Em 1959, a marca procedeu ao plano de internacionalização, com a abertura de uma fábrica na Alemanha e de uma sede de marketing na Suíça. Este plano deu início a uma série de acontecimentos que projectaram ainda mais a empresa. No começo dos anos 60, a empresa foi cotada pela primeira vez no NYSE, o índice bolsista de Nova Iorque e entrou na produção de artigos para a área da medicina. A expansão da marca era notória e, em 1962, a empresa entrou para o Fortune 500, a lista das maiores empresas americanas, começando por ocupar o 460º lugar (actualmente ocupa o 11º). Este início de década agitado foi apenas o prenúncio do que chegaria. Ainda nessa década, a HP lançou-se no mercado asiático através duma joint venture com a japonesa Yokogawa, abriu os seus laboratórios de investigação e lançou o seu primeiro computador em 1966, conhecido pela referência HP 2116A.


HP 2116A - o 1º computador da marca

Após a entrada na era dos computadores, a HP lançou-se também na produção de calculadoras. As primeiras lançadas foram revolucionárias pelo seu tamanho reduzido e capacidade de computação, tornando obsoletos alguns objectos mais rudimentares de contagem e medição.
O desenvolvimento de computadores e instrumentos de cálculo apurados continuou nos anos seguintes (década de 1970), tendo a HP sido uma das mais inovadoras empresas do ramo, introduzindo várias modificações que em muito contribuíram para o conceito de PC que hoje temos.
Em 1979, um dos engenheiros da empresa descobriu um processo de aquecimento de metal que levava a que este se espalhasse de determinada forma. A exploração desta descoberta criou o negócio dos tinteiros da empresa. Em 1984, foi lançada a primeira impressora (como nós conhecemos) HP, mais silenciosa, eficaz e poderosa que todas as outras até aí lançadas.
Novamente um passo à frente da concorrência, até em questões menos corporativas, a HP começou em 1987 um programa de reciclagem de hardware.
Em 1989, a garagem onde tudo começou foi assinalada como lugar histórico, por ter desencadeado o processo de criação de Sillicon Valley.
Em 1996, Dave Packard faleceu, depois de ter mantido funções de chairman na empresa até 1993. Cinco anos depois, deu-se a morte do outro fundador, Bill Hewlett.
Actualmente, o CEO da empresa é Léo Apotheker e a HP é considerada a maior empresa de IT mundial. Emprega mais de 300 mil pessoas e tem negócios em 170 países.
A HP é verdadeiramente um colosso da tecnologia e da sua história podem ser retiradas muitas lições de gestão. Os dois fundadores da empresa sempre tentaram obedecer a um conjunto de regras e princípios que projectaram a marca para o que ela é hoje. A simplicidade, a inovação, o respeito e preocupação pelos colaboradores, a comunicação na empresa, entre outros, são atitudes que têm importância fundamental no sucesso de uma empresa. Dave Packard e Bill Hewlett eram adeptos de ideias simples, procuravam a proximidade com os empregados , o respeito e a confiança nestes acima de tudo. Para além disso, a liderança de cada produto era o objectivo, e para isso era dado grande ênfase à inovação e tecnologia produzidas internamente e às ideias que vinham de dentro da empresa, fosse de quem fosse. Estes ensinamentos não são regras infalíveis, mas na maior parte dos casos fazem toda a diferença no sucesso ou insucesso de uma organização.

Para ilustrar este facto, aqui ficam algumas palavras de Bill Hewlett:
“Se as pessoas tomarem parte no processo de tomada das decisões em que vão estar envolvidas, irão ser muito mais eficazes na implementação dessas mesmas decisões.”

Fontes utilizadas:
HP - Site Oficial
CNN Money - Site
Dearlove, Denis; Crainer, Stuart; As 50 maiores marcas, Abril/Controljornal, 1999


sábado, 17 de setembro de 2011

Pub por Pub (14)



Este anúncio foi produzido pela agência de publicidade alemã Serviceplan para publicitar os sistemas de vigilância da Santec, uma empresa também alemã.
No anúncio vemos uma filmagem de dois ladrões a assaltarem uma casa, quando, de repente, a imagem pára. Em seguida, várias pessoas entram em cena, com os ladrões ainda imobilizados, e começam a mudar todo o cenário envolvente.
Quando os dois larápios voltam a ser vistos no modo “Play”, já não estão na casa que pretendiam roubar, mas sim numa cela de prisão.
Uma forma criativa e humorística de retratar os produtos da marca e de publicitar a sua eficiência. Se esta for tão grande como a “prometida” no anúncio, podemos com certeza esperar tempos mais seguros à boleia da Santec.
Destaque-se ainda que este anúncio foi um dos premiados no festival Cannes Lions de 2011, tendo sido galardoado com um Bronze Lion.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

sábado, 10 de setembro de 2011

Metro da Baixa-Chiado passa ser uma estação PT Bluestation

A estação do Metropolitano de Lisboa da Baixa-Chiado chama-se, a partir de ontem, Baixa-Chiado PT Bluestation. Esta novidade surge devido à parceria estabelecida entre a Portugal Telecom e o Metro de Lisboa, ficando a operadora de telecomunicações com os naming rights da estação durante os próximos quatro anos. Este tipo de parceria é inovador e ainda único no mundo, sendo a primeira vez em que uma empresa se associa a este tipo de transporte público dando o nome a uma das suas estações.
O aspecto da estação foi também alterado, havendo agora um pouco por toda a estação projecções com notícias, o estado do tempo, informações de trânsito, entre outras. Para além das alterações no aspecto, para que este vá ao encontro das insígnias da marca, existem também outras inovações: a PT oferece aos passageiros acesso gratuito à sua rede WiFi dentro da estação, e está também planeada toda uma agenda cultural para a estação, com actividades mensais. Em toda a sinalética da rede do Metro será também introduzido o símbolo da PT na localização da Baixa-Chiado, bem como iluminação azul, a cor da marca.
O interesse da marca na estação de metro pode ser explicado em grande parte pelos cerca de 13 milhões de passageiros que por lá passam anualmente, e que assim tomam contacto com o universo PT. Muitos destes passageiros são estrangeiros, sendo esta iniciativa útil também para que a PT promova os seus negócios já existentes fora de Portugal. O investimento realizado pela PT não foi divulgado, mas, segundo a imprensa, é significativo. Este investimento surge em boa altura para o Metro de Lisboa, uma vez que a empresa transportadora passa por um momento de aperto financeiro e também existem projectos de expansão das linhas em análise. De qualquer forma, este tipo de apoio será sempre uma ajuda para a sustentação do sistema de transporte público.
Por todos estes motivos, surgem já notícias de que esta poderá vir a não ser a única associação deste tipo no Metro de Lisboa, embora nada de concreto tenha sido ainda divulgado.

Fontes utilizadas:
Marketeer
Meios & Publicidade
Diário Económico

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Grant's activa a prevenir a condução sob o efeito do alcóol


A Grant’s, em associação com a Emparques, vai levar a cabo uma campanha de sensibilização relativa ao consumo de álcool e posterior condução, em especial pelos mais jovens.
Desta forma, será realizada uma iniciativa no Parque Camões, no Bairro Alto em Lisboa, que pretende exactamente premiar os condutores responsáveis. Na altura do levantamento dos carros, os condutores serão submetidos a um teste do balão e aqueles que apresentarem uma taxa de alcoolemia de 0.0 g\l terão como prémio 3 horas de parque grátis. Esta iniciativa decorrerá nos próximos dias 16 a 18 de Setembro, entre as 23h00 e as 03h00.
Desta forma, e apesar de ser uma das mais conhecidas marcas de whisky mundiais, a Grant’s desempenha também um papel importante na moderação do consumo deste tipo de bebidas e no alerta para os perigos de uma condução sob o efeito do álcool.

Fontes utilizadas:
Marketeer - Site
Meios e Publicidade - Site

domingo, 4 de setembro de 2011

Gestão à Vista (3) - Discurso de Steve Jobs em Stanford



Neste vídeo temos um discurso feito por Steve Jobs em 2005, na cerimónia de formatura da Universidade de Stanford, nos EUA, uma das mais reconhecidas instituições de ensino superior a nível mundial. No início do discurso, Jobs começa por dizer que vai contar aos alunos recém-formados apenas três histórias. Vemos depois que essas histórias são um resumo dos momentos de viragem da sua vida, a desistência da faculdade, o despedimento da Apple e o cancro que lhe foi diagnosticado. Enquanto nos relata esses momentos do seu percurso, Jobs vai dando vários conselhos que foi forçado a aprender pelas circunstâncias da vida e que acabam vários deles por ser importantes não só para as pessoas que se movimentam nas estruturas empresariais, mas também talvez para a generalidade da população. Ficam então relatos e conselhos como o de não desanimar perante as adversidades, mas sim encará-las como um momento de mudança, sempre com a esperança de que tudo acabará algures num desfecho mais risonho. Jobs destaca também a certa altura a importância de gostar do que se faz como uma forma absolutamente determinante de sucesso e resiliência em toda a experiência profissional e de vida. Já na parte final, fica o testemunho acerca da sua experiência de fim de vida, deixando o aviso de que a vida é demasiado curta para se perder tempo e para ser vivida através dos pensamentos e ideias de outros, para ser vivida na calada. Ao terminar a sua intervenção, Steve Jobs deixa uma frase que ele afirma ter tentado manter presente em toda a sua vida, finalizando então este discurso notável com um “Stay hungry, stay foolish” para todos os jovens presentes na plateia de Stanford.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

As marcas da nossa vida (15) - IKEA



O início da famosa construtora de móveis sueca remonta a 1943. Ingvar Kamprad, um jovem de 17 anos, dá início ao seu negócio com uma pequena quantia de dinheiro que tinha recebido do pai como prémio de aproveitamento escolar. O seu negócio na altura ainda não se assemelhava ao que hoje é a IKEA, pois comercializava canetas, carteiras, molduras e outros artigos práticos, através da venda porta a porta. O nome IKEA deve-se às inicias dos seus nomes, e também a Elmtaryd e Agunnaryd, a quinta e a aldeia onde Ingvar passou a sua infância. A introdução dos móveis como principal produto da marca dá-se em 1948, com produtos originários de fábricas próximas do local onde nasceu o fundador. Em 1951 é publicado o primeiro dos catálogos IKEA, ainda hoje utilizados. Com a introdução deste sistema de venda, Ingvar pensou que se poderia tornar um comerciante de grande escala e optou desde então pela comercialização de produtos a baixo preço. No entanto, foi em 1956 que surgiu o modelo de negócio da marca. Para que uma mesa coubesse no automóvel sem se danificar, um dos funcionários da empresa retirou-lhe as pernas e assim nasceu o conceito da auto-montagem, que hoje distingue a IKEA, e que permitiu na altura reduzir ainda mais o preço dos móveis vendidos. O baixo preço permitiu que a empresa superasse em parte a concorrência e iniciasse a sua rota de crescimento, que culminou com a abertura da primeira loja da marca em 1958, em Älmhult, na Suécia, na altura a maior exposição de móveis da Escandinávia. Foi também nesta loja que abriu o primeiro restaurante IKEA, em 1960. Como era ainda a única loja da marca, maior parte dos clientes tinha que fazer grandes deslocações para a visitar, e desta forma podiam fazer também as suas refeições na própria loja, sem terem que sair e assim perder mais tempo. Os anos seguintes são de expansão, com o aparecimento de várias peças de mobiliário que ainda hoje são referências IKEA. Com este crescimento, a marca expande-se logo em 1963 para a Noruega, e abre, dois anos depois, a sua maior loja, em Estocolmo. Devido às enormes dimensões, é lá que aparece o conceito de armazém self-service, outra das peças importantes do conceito de compras IKEA que vigora desde então. Até final dos anos 70, a marca sueca expande-se para o resto da Escandinávia e para vários outros países, como Austrália, Canadá, Alemanha e Holanda. Em 1984, é lançada a IKEA Family, o clube de clientes da marca, que hoje conta já com cerca de 15 milhões de sócios. Dois anos depois, o fundador da marca, Ingvar Kamprad deixa a direcção executiva da empresa, tendo passado o cargo de director do Grupo IKEA a ser ocupado por Anders Moberg. Devido à sua actividade maioritariamente consumidora de recursos naturais, a IKEA implementa em 1990 a sua primeira grande política ambiental. Actualmente, a empresa continua esse projecto, procurando tornar-se a si, aos seus produtos, e consequentemente aos seus clientes mais ambientalmente sustentáveis. Para uma maior integração de todo o processo produtivo da marca, a IKEA adquire, em 1991, as suas próprias serrações e fábricas, dando origem ao grupo industrial Swedwood. Pela mesma altura, é também dada uma maior atenção às crianças, sendo lançadas, desde 1994, várias linhas de móveis a pensar exclusivamente nos mais novos. De destacar também o evento Big Thank You que aconteceu em 9 de Outubro de 1999, e se apresentou como um prémio a todos os colaboradores da empresa. Todas as vendas realizadas nesse dia foram divididas por todos os colaboradores, como forma de reconhecimento do seu trabalho e dedicação à empresa. Os anos mais recentes têm sido também de uma continuada expansão dos negócios e da sua notoriedade, sobretudo nas políticas de filantropia e de protecção do ambiente, onde mantém parcerias com muitas das principais ONGs. A IKEA chega a Portugal em 2004, e actualmente conta com mais de 260 lojas em 25 países, contando com 123 mil colaboradores nas suas lojas e no seu grupo industrial. A missão e objectivo da empresa é criar um melhor dia-a-dia para os seus clientes. Não sabemos se o fazem efectivamente, mas a verdade é que a IKEA, com o seu modelo de negócio assente no pilar dos preços baixos, revolucionou completamente o mercado do mobiliário e certamente a maneira como muitas pessoas cuidam da sua casa. A sua gama de mais de 9000 produtos, todos ainda com uma inspiração sueca, está hoje presente em muitas habitações por todo o mundo, ditando tendências em termos de decoração e mudando lares e, quem sabe, até criando mesmo um melhor quotidiano para todos os seus clientes. 

Fontes utilizadas:
IKEA Portugal - Site Oficial
Dearlove, Denis; Crainer, Stuart; As 50 maiores marcas, Abril/Controljornal, 1999