quarta-feira, 30 de novembro de 2011

As marcas da nossa vida (20) - Timberland


Corria o ano de 1952 quando Nathan Swartz adquiriu metade da Abington Shoe Company, em Abington, no estado americano do Massachusetts. Três anos depois, tornava-se dono por inteira da empresa, que fabricava sapatos para várias marcas.
Em 1965, já toda a família Swartz estava presente no negócio, ano em que era introduzida uma inovação no fabrico de sapatos através de um método que permitia fundir a sola ao sapato sem ter que os coser, possibilitando assim criar sapatos e botas verdadeiramente à prova de água.
No ano de 1973, a marca Timberland foi registada, embora apenas como nome de uma linha de botas à prova de água, passando a empresa a denominar-se oficialmente The Timberland Company apenas em 1978. Após mudança de nome, a empresa introduziu os sapatos de vela (boatshoes) no seu portfólio de produtos e, em 1980, expandiu-se para o seu primeiro mercado internacional – Itália.
O final da década de 1980 foi de crescimento e mudança para a empresa. Primeiramente, Sidney Swartz, filho do fundador, tomou conta das operações da marca. Algum tempo depois, abriu em Newport, no estado de Rhode Island (EUA), a primeira loja oficial da marca. Em 1987, a Timberland tornou-se a primeira produtora de botas a fazer publicidade na televisão nacional e, um ano depois, deixou de produzir exclusivamente calçado, começando a produzir linhas de vestuário para mulher e homem. Em 1990, abriu a primeira loja da marca na Europa, em Londres.
A empresa participava já em várias iniciativas de caridade, mas em 1992 deu início a uma das políticas que mais a diferencia do resto do mundo empresarial e que tantos louvores lhe tem valido. Com o intuito de ajudar os seus trabalhadores a serem parte integrante das suas comunidades, a Timberland instituiu o programa The Path of Service, oferta aos seus empregados de 16 horas pagas em que estes podiam fazer serviço comunitário perto de suas casas. A política de responsabilidade corporativa da marca teve no ano seguinte outro marco, quando a empresa adoptou um código de conduta ambientalmente ético.
A Timberland, em especial as suas icónicas botas amarelas, eram uma parte integrante da cultura hip-hop e rap que estava em pleno crescimento nos EUA no início da década de 1990, facto que levou a que as vendas da marca nesse período triplicassem.


Em 1996, deu-se outra expansão de portfólio, tendo sido introduzidas a linha de calçado de criança, bem como a linha de malas e relógios.
Em 1997, a empresa melhorou ainda mais a sua política de responsabilidade empresarial, aumentando o número de horas pagas oferecidas aos seus colaboradores para serviço comunitário para 40. No ano seguinte, nos 25 anos da empresa, foi organizado o primeiro “Serv-a-palooza”, o maior evento até aí realizado de serviço comunitário por parte de uma empresa. Ainda nesse ano, Jeffrey Swartz, antigo Chief Operations Office da marca, tornou-se o novo CEO, cargo que ainda ocupa.
Como prémio por todo o percurso e pelas condições oferecidas a todos os trabalhadores, a Timberland foi considerada em 1998 uma das 100 melhores empresas para trabalhar nos EUA, um índice criado pela revista Fortune. Até 2007, a empresa esteve todos os anos presente nesse ranking, tendo entrado também para outros índices e rankings que avaliam as condições de trabalho das empresas, de revistas como a Forbes ou a Working Mother.
Em 2005, a empresa expandiu a sua área de actividade, adquirindo a Smart Wool Corporation, uma empresa especializada na produção de meias de lã. Em 2006, a Timberland introduziu um novo standard em termos de transparência de produtos e redução da pegada ambiental da empresa, destacando-se a etiqueta que desde aí passou a constar em grande parte dos produtos da marca, que indica a pegada ambiental do produto em questão.
Desde a introdução dessa medida, a Timberland tem lançado vários produtos mais amigos do ambiente. Solas de sapatos feitas a partir de pneus reciclados, blusões e meias feitos a partir de desperdícios de grãos de café, e toda uma linha de produtos ambientalmente responsáveis – linha Earthkeepers, cujas venda têm aumentado todos os anos. Estes projectos fazem da Timberland um caso de sucesso e uma das empresas que servem de referencial no que toca a protecção ambiental interligada com a actividade produtora. Este esforço verde não se fica só pelos produtos. Também nas lojas da marca há sempre o pensamento ecológico em mente, salientando-se a campanha de substituição das lâmpadas regulares por lâmpadas LED, o que permite reduzir a pegada ambiental dos pontos de venda em 11%.
Por todo este esforço ambiental, a Timberland ficou em 2º lugar no ranking da Climate Counts para as empresas que maiores esforços têm desenvolvido para combater as alterações climáticas.
Através da análise da sua história, podemos ver que a Timberland tem conseguido manter um oferta de produtos de qualidade, apreciados um pouco por todo o mundo. Mas o que mais ressalva é que muitas vezes a marca não é falada pelas suas botas ou casacos, mas sim pelas políticas de responsabilidade empresarial, de respeito pelo ambiente e pelos seus colaboradores. Neste campo, a empresa é verdadeiramente um exemplo a seguir, e a prova viva de que lucros e inovação são totalmente compatíveis com boas condições de trabalho e respeito pelo ambiente, demonstrando também que as oportunidades de negócio verde abundam e obtém normalmente boas respostas por parte dos consumidores. Todo este percurso está patente na sua missão: “Equipar as pessoas para fazer a diferença no seu mundo”...

domingo, 13 de novembro de 2011

Trabalhadores portugueses mais caros e menos produtivos

A consultora de gestão Hay Group revelou os resultados de um estudo que efectuou acerca da competitividade do trabalho em Portugal e, como seria de esperar à luz do que têm sido os últimos anos, os dados não são os mais animadores.
Este estudo usou como principal base o indicador ROHC, Return on Human Capital, avaliando o retorno de cada euro investido nos trabalhadores e indica que os trabalhadores portugueses custam cada vez mais, mas são também cada vez menos produtivos.
Actualmente, por cada euro investido em trabalhadores portugueses, são produzidos hoje menos 6% de valor acrescentado do que há 15 anos. Este efeito negativo em muito se deve aos aumentos médios anuais dos custos com pessoal (4,2%) superiores ao aumento médio do valor acrescentado (3,7%). Este estudo vem assim evidenciar uma tendência e um problema já identificado no tecido empresarial português – a baixa produtividade e competitividade, muito em resultado também da aposta excessiva que foi feita no sector não transaccionável da economia durante as últimas décadas. Tudo isto, apesar de os trabalhadores portugueses serem dos que têm horários de trabalho mais extensos e salários mais reduzidos quando em comparação com os outros países da Europa.
Em entrevista ao “Expresso – Economia”, Luís Sitima, partner do Hay Group defende que as organizações deveriam relacionar os aumentos salariais não com a inflação mas sim com a produtividade, bem como que a aposta deve ser feita na exportação, na competitividade e na inovação, desinvestindo nos negócios que destroem valor.

Fonte utilizada: Expresso Economia, 12 de Novembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Coca Cola muda de vermelho para branco em defesa do urso polar

Nos EUA e no Canadá, os consumidores de Coca-Cola terão uma surpresa quando se dirigirem ao supermercado e na prateleira da famosa bebida onde antes reinava a cor vermelha estiver agora uma grande quantidade de latas brancas.
Não se trata de uma nova variedade de Coca-Cola, mas sim de uma mudança temporária de cor da Original. Entre o corrente mês de Novembro e Fevereiro do próximo ano, a Coca-Cola irá colocar no mercado norte-americano milhões de latas brancas, tudo isto para contribuir para a salvação da espécie que tem estado presente em muitas das campanhas de publicidade da marca americana desde 1922 – o urso polar, cuja imagem também aparece na nova lata.
Esta campanha surge para garantir fundos para o WWF – World Wildlife Fund, em especial para a conservação do urso polar e do seu habitat natural no Ártico, que está actualmente ameaçado pelas alterações climáticas.



terça-feira, 1 de novembro de 2011

As marcas da nossa vida (19) - Chocapic

Neste ano, os cereais Chocapic comemoram o seu 25º aniversário. 25 anos de pequenos almoços e/ou lanches mais doces e achocolatados para todos os milhares de pessoas que optam por incluir esta referência no segmento dos cereais na sua alimentação.
Os cereais Chocapic consistem em flocos de trigo cobertos de chocolate e foram lançados em 1986, ano em que também deram entrada no mercado português pela Nestlé, que nesse ano lançou ainda também as Estrelitas e as Crepitas, outras duas marcas de cereais.
Numa altura em que a oferta de cereais se resumia essencialmente aos clássicos Corn Flakes, os Chocapic vieram trazer algo de completamente novo, passando a fazer parte das refeições de muitas crianças, hoje já adultas e que ainda continuam a consumir os cereais de sempre, podendo por isso ser utilizado o termo de geração Chocapic.
Para além do sabor a chocolate, outra das marcas dos Chocapic é a sua mascote, um cão de nome Pico, que anda sempre acompanhado pelo seu amigo Pierre. No entanto, no início da histórias dos Chocapic a mascote da marca ainda não era o Pico, mas sim o Moinho de Cereais, tendo sido feita a substituição em 1991.
Também nos anos 90 os Chocapic atingiram a liderança do mercado dos cereais de criança, que ainda hoje mantêm, com quase 30% do mercado, atingindo uma facturação de cerca de 17 milhões de euros (2010).
Em 2001, deu-se a primeira alteração à gama Chocapic, com o lançamento das barras de cereais da marca. Essa expansão continuou em 2006, quando foi lançado o Chocapic Duo, que contém flocos de cereais de chocolate negro e branco.
Neste ano de 2011, foram já lançados também os Chocapic Go (saquetas individuais de cereais), mais fáceis de transportar para qualquer lado, e também os Chocapic Recheados, que contém, para além dos Chocapic normais, alguns flocos recheados com chocolate.
25 anos passaram e os Chocapic ainda continuam um sucesso em termos de vendas e reputação junto dos seus clientes. Apesar do seu target serem as crianças, a verdade é que ainda muitas ex-crianças continuam leais aos seus cereais de chocolate, contribuindo também para o fenómeno alimentar que são estes Chocapic.