quarta-feira, 18 de julho de 2012

Audi lança stand 100% digital


A era digital todos os dias nos traz novidades cada vez mais espantosas, novas aplicações para produtos tecnológicos, com um impacto crescente na nossa vida diária. A relação do digital com as empresas é também cada vez maior e, no futuro, uma boa gestão e utilização desta relação será determinante para o sucesso empresarial. Uma boa prova disso mesmo é este recente lançamento da Audi, em pleno centro da cidade de Londres – um stand 100% digital. 
Quando nos lembramos do acto de escolha de um carro vem-nos a imagem de um stand com 4 ou 5 modelos expostos, onde nos podemos sentar, sentir os materiais, vivenciar o carro. Com este conceito da Audi a experiência passa a ser 100% digital. Através dos ecrãs e simuladores da loja, o potencial cliente pode criar o seu Audi ideal (cor, estofos, extras, etc.) e visionar assim de imediato todo o conjunto, algo que não era possível nos stands convencionais. Existem também todas as amostras de tecido e de cor para que o cliente possa sentir uma parte material do carro. Existe ainda no final a possibilidade de ver uma simulação 3D em escala 1:1 do modelo desejado. Apesar de ser digital, todo este processo é feito com o acompanhamento do vendedor, garantindo assim que não se perde a proximidade com o cliente. 
Eliminada a necessidade de ter em exposição vários modelos, o espaço requerido é também muito menor, o que permite à marca poder ter stands em zonas mais centrais e de maior influência nos grandes centros urbanos, uma vez que o espaço necessário para os stands convencionais tornava pouco viável qualquer renda a pagar nestas localizações. Esta estratégia permite também uma proximidade muito maior com os clientes, pois a marca passa a estar fisicamente presente nos locais de grande afluência.
Segundo a Audi, esta estratégia é para continuar, sendo o objectivo a atingir a abertura de 20 stands digitais até 2015. 




Fontes utilizadas:
 Imagens de Marca
 Audi - Site Oficial
 World Car Fans - Site

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Leituras (9) - Gerrir, de Paulo Morgado




O conceito deste livro, preparado por Paulo Morgado, foge um pouco ao que é considerado o usual nos livros de gestão. Aqui não lemos acerca da história de sucesso de uma dada empresa ou empresário, não lemos sobre os benefícios que uma qualquer medida de política económica poderia trazer para o país. Em Gerrir (Lisboa; Tema Central; 2012) lemos sobre o processo criativo dos entrevistados, que são nada mais nada menos que 11 das mais importantes figuras do humor nacional. A princípio pode parecer que o humor e o sector empresarial são mundos completamente distintos, mas a verdade é que este livro é uma prova da universalidade da gestão. Mostra-nos que até com humoristas podemos aprender algo e transferir esses conhecimentos para as empresas, esperando assim algum resultado. Na verdade, este livro é muito mais um manual acerca do humor nacional, mas de onde é esperado que um gestor tire as suas ilações empresariais. A primeira parte do Gerrir é exactamente uma introdução à história e aos desenvolvimentos do humor português. Aqui são-nos mostrados quais foram os saltos desta indústria nos últimos anos, as personagens decisivas e em alta em cada um desses períodos e também a herança de cada uma dessas eras para o panorama actual do humor português. Posteriormente, temos as entrevistas com os 11 “humoristas” – Nuno Artur Silva, Herman José, Luís Afonso, Luís Pedro Nunes, Nuno Markl, Nilton, Ricardo Araújo Pereira, Fernando Alvim, Nuno Costa Santos, Jel e Bruno Nogueira. Em cada uma das entrevistas estas personalidades descrevem o seu processo criativo enquanto humoristas, quais as maiores dificuldades, como se organizam, onde se inspiram, entre vários outros aspectos. É precisamente destas entrevistas que os gestores podem tirar algumas lições. O processo criativo e as fontes de inspiração, as análises custo-benefício que o humorista faz acerca de cada piada ou actuação, ou ainda a obrigatoriedade de arriscar no momento decisivo são tudo pequenos grandes passos na construção do humor e dos quais o gestor pode tirar relevantes lições para melhorar também o seu processo de decisão e de gestão. No final do livro aparece a parte efectivamente relacionada com a gestão. Paulo Morgado elabora uma lista de 12 verbos (perspectivar, ritualizar, capacitar, ensinar, retoricar, arriscar, simbolizar, vincar, fazer, analisar, intuir e emancipar), descrevendo a importância destes, mais propriamente das acções em si implícitas, para o processo produtivo de um gestor. Em cada um dos verbos é feito também o paralelismo com os relatos dos entrevistados, e onde nas suas histórias podemos ver estes verbos presentes. Por tudo isto, Gerrir é um livro interessante, bem humorado e onde podemos ver os relatos de muitos dos humoristas que são actualmente as “estrelas” da sua indústria. Tê-los em discurso directo a relatar-nos o seu processo criativo é engraçado e inspirador. Por este carácter bem humorado e descontraído, Gerrir requer também uma abordagem não a um livro de gestão, mas sim a um relato do humor de onde se podem tirar lições empresariais. 


Sublinhados:

 “(...)um dos elementos cruciais para a criação do cómico é o ângulo inovador, surpreendente, irreverente, oportuno... com que olhamos para a realidade que nos envolve.”
  
Paulo Morgado, sobre o verbo “Perspectivar”

 “Que se desengane aquele que pensa que o acto da criação não está sujeito a certas rotinas implacáveis! A inovação só é frutífera se as novas células se replicarem ordenadamente dentro de um tecido, com uma identidade única, que as protege. A inovação desordenada, caótica, é, normalmente, o prenúncio da morte de um organismo ou de parte dele – tal como acontecerá nas empresas.”

Paulo Morgado, sobre o verbo “Ritualizar”

sábado, 14 de julho de 2012

Gestores e Economistas na lista dos 100 mais influentes

À semelhança do que foi feito no ano passado, o Expresso voltou a publicar na sua Revista a lista das 100 personalidades mais influentes em Portugal nos últimos 12 meses. Este ano a lista foi restringida aos portugueses com influência em Portugal, ficando excluídas personalidades lusas com maior acento em territórios estrangeiros. Tal como se verificou no ano passado, e como seria de esperar pela importância que os principais líderes empresariais desempenham nas sociedades actuais, entre estes 100 ilustres estão vários ligados à Economia ou à Gestão. Cada um dos presentes na lista tem direito a uma pequena nota, que mistura a introdução biográfica com o salientar dos factos ocorridos no último ano que levaram a que fossem considerados influentes. Em alguns dos casos esses pequenos textos foram escritos por convidados nacionais e estrangeiros, pois o “influente” em questão é merecedor da sua admiração e estima, segundo a Revista. Ao olharmos para esta lista de ilustres influentes, podemos ver que estão presentes nos mais variados sectores de actividade, e que a sua influência é exercida das mais variadas maneiras, nunca deixando de ser notória. Um exercício interessante é o de pensarmos onde estas individualidades exercem influência nas nossas vidas. É fácil de ver, pois as instituições a que estão ligados ou as causas que defendem dificilmente nos são alheias. Se pensarmos nos nossos actos mais banais do quotidiano vemos lá muitas ligações a estas personalidades, o que ilustra eficazmente a enorme influência que exercem na nossa sociedade. Este ano são 21 as personalidades ligadas a estas áreas que figuram na lista dos 100 mais influentes (apresentados pela ordem pela qual figuram na publicação e com os títulos/ocupações presentes na sua descrição):

  • Alexandre Soares dos Santos - Presidente da Jerónimo Martins
  •  Nuno Amado – Presidente do BCP
  • Vítor Constâncio – Vice-Presidente do BCE
  • Francisco Pinto Balsemão – Presidente da Impresa
  • Ricardo Salgado – Presidente do BES
  • António Borges – Consultor
  • Pedro Queiroz Pereira – Empresário
  • António Saraiva – Presidente da CIP
  • Carlos Costa – Governador do Banco de Portugal
  • Américo Amorim – Empresário
  • Isabel Jonet – Presidente do Banco Alimentar
  • António Mexia – Presidente da EDP
  • António Pires de Lima – Gestor
  • Zeinal Bava – Presidente da PT
  • Vítor Gaspar – Ministro das Finanças
  • Jorge Coelho – Gestor
  • Albano Homem de Melo – Cofundador da H3
  • Fátima Barros – Economista
  • João Ferreira do Amaral – Economista
  • Álvaro Covões – Empresário
  • Luís Montez – Empresário

 Sublinhados:

 “É um líder que exerce a sua influência pelo exemplo, pela maneira como abraça e agarra os projectos em que se envolve.” 
  António Horta Osório sobre Nuno Amado

 “Agora, o ministro das Finanças nunca é alguém muito popular, mas convém que seja alguém a quem mesmo os críticos reconheçam competência técnica.” 
Eduardo Catroga sobre Vítor Gaspar