terça-feira, 18 de março de 2014

As marcas da nossa vida (27) - Heineken


 
A história da Heineken começou no ano de 1864, quando Gerard Adriaan Heineken, de apenas 22 anos, adquiriu uma cervejaria, de nome Haystack, localizada em Amesterdão. Na altura, a indústria cervejeira holandesa encontrava-se em declínio, pelo que Heineken conseguiu um bom negócio na aquisição. A entrada no mercado da produção de cerveja deu-se devido à visão de negócio de Heineken, e dos planos para criar nos cafés e bares de Amesterdão uma cultura de cerveja. Apenas 4 anos passados, a produção mudou-se para uma nova fábrica, também em Amesterdão, com melhores condições para produzir cerveja de qualidade. 
Desde cedo, a Heineken demonstrou ser uma empresa inovadora em termos de processos de produção e manutenção de qualidade. Uma prova disso foi o facto da Heineken ter sido pioneira na introdução de um sistema de refrigeração na linha de produção, necessário para o processo de fermentação, que produz grandes quantidades de calor. Até esse ponto, a indústria estava amplamente dependente das condições meteorológicas para proceder ao arrefecimento.
Em 1886 deu-se outro grande passo na história da empresa. Após algumas descobertas científicas sobre o processo de produção da cerveja, a levedura de tipo A da Heineken foi criada, por H. Ellion. A utilização da mesma levedura permite a consistência no sabor da cerveja, sendo ainda hoje esta a levedura utilizada na produção de Heineken.
Em 1914, Henry Pierre Heineken entrou para os comandos da empresa, tendo apenas assumido a empresa nessa data devido a ser ainda um jovem quando se deu a morte do pai, Gerard Heineken, fundador da empresa, em 1893. Em 1927 deu-se a primeira aquisição internacional da empresa, tendo nessa data sido adquirida a Brasserie Leopold, uma produtora de cerveja de Bruxelas. No ano de 1928, a empresa começou também a sua ligação ao patrocínio de eventos desportivos, quando se tornou o fornecedor exclusivo de cerveja para os Jogos Olímpicos de Amesterdão.
O início dos anos 30 foi também decisivo para o crescimento da empresa. Em 1931, numa joint-venture com a Fraser and Nave, a Heineken abriu a sua primeira unidade fabril na Ásia, tendo dado origem à empresa de nome Malayan Breweries. Em 1933, com o fim da lei seca nos EUA, a Heineken conseguiu também assim entrar no mercado Americano. Em 1939 deu-se a entrada da Heineken na bolsa de valores de Amesterdão.
Quando Alfred Heineken, neto do fundador, chegou aos comandos da empresa, trouxe também consigo uma abordagem revolucionária. A Heineken produzia já cerveja de alta qualidade e de renome, sobretudo na Holanda. Tratada a parte operacional, Alfred Heineken apostou verdadeiramente na criação da marca. Em 1948, a marca Heineken começou a estar patente e em destaque nas garrafas de cerveja vendidas, algo que não acontecia antes. A empresa começou também a lançar campanhas publicitárias, prática que também não era comum. 

 Anúncio da Heineken de 1955

Nos anos 60, vários membros da indústria cervejeira holandesa foram adquiridos por empresas estrangeiras. Para evitar maiores ataques à sua quota de mercado, a Heineken tomou uma decisão estratégica, e em 1968, acordou a aquisição da Amstel, empresa com a qual desde sempre tinha discutido arduamente pela quota de mercado, tendo estendido assim a sua influência na Holanda bem como em mercados internacionais onde a Amstel estava já presente. 
Nos anos 70 a indústria cervejeira europeia estava ainda bastante fragmentada, com vários produtores locais em cada país. A Heineken quis assumir uma posição mais global, tendo então entrado numa política de expansão que levou a aquisições em França e Itália, numa fase inicial. Para que a produção acompanhasse a expansão da marca, a empresa abriu uma nova unidade fabril em Zoeterwoude, na Holanda, na altura a maior da Europa. 
A Heineken continuou a sua expansão nos anos 80, dando passos para se tornar uma marca verdadeiramente global. No início dos anos 80 a marca estava já presente em 145 países, mas ainda assim a sua expansão continuou, com mais aquisições na Europa e com a entrada na China, em 1983. Nos anos 90, a expansão não abrandou, sobretudo através de uma política de aquisições, tendo a Heineken cimentado cada vez mais a sua posição como uma empresa de cervejas verdadeiramente global. Em 1999, a Heineken foi considerada pelo sector empresarial holandês como “marca do século”, tendo Alfred Heineken ganho o galardão de “publicista do século”, pelas estratégias adoptadas na globalização da marca Heineken. 
Em 2001 as antigas instalações fabris da Heineken, em Amesterdão, que desde 1988 que já não operavam como fábrica, deram origem à Heineken Experience. A Heineken Experience permite aos visitantes entrar em contacto directo com o mundo Heineken. Em primeiro lugar ilustra ao longo de várias salas a história da empresa. Os visitantes têm também depois a oportunidade de aprender algo mais sobre os ingredientes que compõem a cerveja, bem como qual a estrutura do processo produtivo, e até mesmo sobre a melhor maneira de beber uma cerveja. Passada a parte mais “operacional” da empresa, os espaços seguintes são dedicados ao universo da marca Heineken. Existem espaços dedicados ao futebol e à música, duas componentes importantes para a Heineken em termos de patrocínios, mas também ao histórico da publicidade alusiva à Heineken. Por fim, os visitantes têm ainda a oportunidade de aprender a tirar correctamente uma cerveja à pressão e até receber um diploma pelo feito. Para finalizar a viagem pelo mundo Heineken, há a visita à loja, onde está exposto todo o imenso mundo do merchandising da marca. 


 A antiga fábrica, convertida agora na Heineken Experience



Exemplos de etapas da Heineken Experience

Alfred Heineken faleceu em 2002, aos 78 anos. A sua filha, Charlene de Carvalho-Heineken, integrava já nessa altura a estrutura da empresa, e continua ainda hoje ligada à sua gestão, sendo a 4º geração da família ligada à empresa. 
Actualmente, a marca Heineken está presente em 178 países, tendo a empresa operações directas em mais de 70, e empregando mais de 85 mil colaboradores. No portefólio de marcas da empresa encontram-se diversas outras marcas internacionais e locais de referência no mercado cervejeiro. Em Portugal, a Heineken detém o controlo da Sociedade Central de Cervejas, responsável pela marca Sagres, entre outras.

Fontes utilizadas:
Heineken - Site oficial
Heineken Collection Foundation - Site oficial

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Aplicações móveis utilizadas como forma de publicidade

As aplicações (apps), disponíveis para smartphones e tablets, têm tido nos últimos anos uma expansão enorme, havendo agora disponíveis para o consumidor inúmeras aplicações, para realizar as mais determinadas funções.
Grandes empresas aderiram já a este novo mercado digital, mas cada vez mais vemos marcas a utilizarem aplicações como forma de promoverem não só produtos, mas também valores junto dos consumidores. Utilizar aplicações móveis como forma de publicidade é uma estratégia que pode sem dúvida trazer vantagens na relação das marcas com o cliente. Ao adoptarem as aplicações como forma de publicidade, as marcas acabam por criar alguma utilidade para o potencial cliente com essa mesma publicidade, o que é desde logo um factor diferenciador dos anúncios publicitários mais comuns. Desta forma, as marcas conseguem também comunicar de uma maneira mais eficaz os valores da marca, as suas inovações, entre outras vertentes nucleares na criação de uma relação com o cliente. Para as marcas,  o facto de permitir uma demonstração física de todo esse universo, ao mesmo tempo que oferece um serviço ao cliente é uma mais valia desta nova função das aplicações móveis.
A título de exemplo, a Audi lançou uma aplicação móvel, de nome Start Stop. Esta aplicação foi crida com o intuito de promover a tecnologia do mesmo nome patente agora nos automóveis da marca alemã, que desliga automaticamente o motor do carro quando este para, ligando-o novamente quando o condutor mete a mudança, sendo desta forma mais eficiente no consumo de combustível, e consequentemente mais económico e ambientalmente responsável. Para ilustrar o efeito e as vantagens desta tecnologia nos automóveis, a Audi desenvolveu então a aplicação, que usa o mesmo princípio da tecnologia automóvel, mas desta vez permitindo ao consumidor poupar bateria no telemóvel. A aplicação detecta outras aplicações que não estão a ser utilizadas no telemóvel e envia uma notificação ao utilizador para as fechar, poupando assim bateria, tal como a função Start Stop nos automóveis Audi. Desta forma a Audi consegue de uma forma simples criar uma associação à marca de eficiência e economia na mente dos potenciais clientes.

Fontes utilizadas:
Time magazine website
The Drum - www.thedrum.com




sábado, 15 de fevereiro de 2014

Educação Superior - Cada vez mais um investimento com retorno?

Um estudo recente produzido nos Estados Unidos acerca do Ensino Superior concluiu que a diferença em termos de ganhos, no país, entre diplomados e trabalhadores sem educação superior é, nesta altura, a maior dos últimos 50 anos.
Segundo o estudo, no escalão etário entre os 25 e os 32 anos, os trabalhadores com curso superior auferem um rendimento anual médio de cerca de 45 mil dólares, apresentando uma taxa de desemprego de 3,8%. Para o mesmo escalão etário, mas agora para trabalhadores sem educação superior, estes valores médios fixam-se em 28 mil dólares anuais, com uma taxa de desemprego de 12,2%.
Adicionalmente, o estudo concluiu também que jovens com educação universitária têm também mais propensão a casar, viver fora de casa dos pais e até mesmo maior probabilidade de se sentirem satisfeitos com o seu emprego actual.
A realidade em termos universitários e de emprego dos Estados Unidos é, ainda assim, algo diferente da que se vive actualmente na Europa, pelo que estes dados não podem ser transferidos directamente para uma análise do panorama europeu. Apesar deste facto, o estudo não deixa de apresentar conclusões interessantes sobre o impacto que um curso superior tem na vida futura dos jovens não só em termos de salários, mas também em outros aspectos não exclusivamente monetários, corroborando a importância do investimento em educação superior de qualidade.

Fontes utilizadas:
Time magazine - http://business.time.com/2014/02/12/yes-college-is-totally-worth-it/

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Percentagem da Riqueza Mundial dos EUA, comparada com a de outros países


Este mapa compara o PIB de cada um dos 50 estados dos EUA com o de outras 50 nações, no ano de 2012. Na imagem de cada estado, em vez do seu nome original, vem o nome de um país cujo PIB é semelhante ao gerado apenas pelo estado americano em questão.
É impressionante ver que o estado do Texas gera tanta riqueza como a Austrália,  Nove Iorque como o México, ou a Califórnia como a Itália. Neste último caso, é de salientar que a Itália é a nona maior economia mundial actualmente, e que tem 61 milhões de habitantes, comparando com os "apenas" 38 milhões de californianos. No global, os Estados Unidos representam 4,4% da população mundial, mas são responsáveis por 22,3% do PIB mundial. Todos estes dados ilustram bem a real dimensão e influência da economia americana no panorama mundial, bem como as discrepâncias de riqueza existentes entre os vários países. 

Fontes utilizadas:
Business Insider
Time Magazine

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Gestão à vista (5) - Amy Cuddy - Your body language shapes who you are


Este vídeo é de mais uma das conferências Ted Talks, sendo desta vez a convidada Amy Cuddy, professora e investigadora na Harvard Business School. Muita da sua investigação é feita na área da análise dos comportamentos não verbais, ou linguagem corporal, tanto em salas de aula como num contexto mais empresarial. A linguagem corporal é precisamente o tema em foco nesta conferência, na influência deste tipo de linguagem na percepção dos outros acerca de nós, mas também na influência que a nossa própria linguagem verbal tem na maneira como olhamos para nós mesmos.
Segundo Amy Cuddy, o facto de adoptarmos posturas confiantes e de poder desencadeia reacções hormonais que podem efectivamente levar a que nos sintamos mais confiantes nesse momento, podendo tirar-se partido deste efeito para momentos mais críticos, onde a confiança é fulcral.
Tudo isto tem grande aplicação no mundo empresarial, onde entrevistas de emprego, reuniões e apresentações são uma constante, mostrando-nos o papel que a linguagem corporal que exibimos pode desempenhar no nosso próprio sucesso.