domingo, 9 de janeiro de 2011

Leituras (4) - "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel


“O Príncipe”, escrito por Nicolau Maquiavel, aparece-nos como outro dos grandes clássicos da literatura mundial que se tornou leitura aconselhada para gestores e líderes.
A obra foi dedicada ao filho de Piero de Medici, Lorenzo II de Medici, um nobre italiano, Duque de Urbino e governador de Florença entre 1513, ano em que foi escrito o livro, e 1519.
Com esta obra, Maquiavel pretendia ensinar ao novo governador como ser um líder militar e político exemplar e que dificilmente falhasse. São então dadas instruções de como agir em caso de combate, de que tropas escolher, de que pessoas se rodear, e que atitudes um verdadeiro líder deve adoptar para atingir o sucesso. Estas instruções são acompanhadas com a descrição de episódios da história italiana contemporânea de Maquiavel e até mesmo com alguns relatos de episódios dos grandes impérios da Antiguidade, para mostrar os frutos que se podem colher com uma liderança forte e regida pelos princípios patentes no livro, bem como as desgraças em que o futuro príncipe pode incorrer se acabar por se tornar num líder fraco.
Desta forma, “O Príncipe”, surge como um verdadeiro manual da liderança, lido e pensado por alguns dos grandes estrategas militares da história, como Napoleão Bonaparte, e que também acabou por ser adoptado pela Gestão como um dos clássicos a analisar, pelas importantes lições acerca de liderança que se podem retirar da sua leitura.
O livro conta com 26 capítulos, dos quais grande parte não ultrapassa as 5 páginas. De leitura rápida e fácil, mesmo tendo em conta a época em que foi escrita, está disponível com um vocabulário bastante acessível.


Sublinhados:
“Assim acontece nas coisas do Estado; porque, conhecendo-se com antecipação (coisa que se não oferece senão ao homem prudente) os males que nele nascem, é possível curá-los rapidamente; mas quando, pela ignorância deles, crescem de tal modo que todos se apercebem da sua existência, é que não há mais remédio.”

“E, por isso, um príncipe que não cuide da milícia, além de outras infelicidades, como se disse, não pode ser estimado pelos seus soldados, nem fiar-se neles.”

“ E os homens hesitam menos em ofender um que se faça amar do que um que se faça temer; porque o amor consiste num vínculo de obrigação que, dada a maldade dos homens, é roto no primeiro momento em que se levanta o interesse; mas o temor consiste num medo de represálias que nunca cessa. Deve, todavia, o príncipe fazer-se temer de modo que, se não ganhar amor, evite o ódio, porque pode muito bem conjugar o ser temido com o não ser odiado; (…)”

“Aquele príncipe que produz de si esta opinião é assaz reputado; e contra quem é reputado com dificuldade se conjura, com dificuldade de trata de atacá-lo, porque se sabe que é excelente e reverenciado pelos seus.”

“E os homens em geral julgam mais pelos olhos que pelas mãos, porque ver é coisa que toca a todos, e sentir a poucos. Todos vêem o que parecemos, poucos sentem o que somos; (…)”

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