A Unilever nasceu como empresa oficialmente no dia 1 de Janeiro de 1930. No entanto, a sua história já tinha começado uns anos antes, uma vez que o que lhe deu origem foi a junção de duas empresas cujas raízes remontam ao século XIX. Uma delas, a Lever Brothers, era uma empresa de sabão inglesa, iniciada por William Lever em 1884. A outra empresa foi a Margarine Unie, uma junção de empresas produtoras de margarina, de onde se destacavam a Jurgens e a Van der Bergh, duas empresas familiares holandesas iniciadas em 1872, que durante muitos anos foram rivais na produção de margarina, mas que se associaram em 1908.
Ambas as empresas tinham já presença internacional e tinham agregado outras no seu percurso, de que se destacam, por exemplo, a Walls, pertença da Lever Brothers, que ainda hoje existe e produz gelados. Em Portugal é conhecida como Olá e, na altura em que foi integrada na Lever Brothers, o seu negócio principal não era a produção de gelados mas sim de salsichas.
A Unilever é actualmente uma das maiores empresas de retalho mundiais, sendo a sua maior concorrente a americana Procter & Gamble, rivalidade que começou logo no ano do nascimento da Unilever, quando a empresa americana entrou no mercado britânico.
No período da 2ª Guerra Mundial, a Unilever passou por algumas dificuldades, que se prenderam sobretudo com o corte na relação entre os negócios da empresa nos territórios ocupados pela Alemanha e o Japão e as sedes da empresa de Londres e Roterdão. Esta separação forçada dificultou a vida à empresa, mas trouxe também lições importantes. Para fazer face a essa dificuldade, a Unilever optou por uma estrutura organizacional que conferia mais independência às divisões da empresa em cada nação, permitindo assim uma concentração maior nas necessidades dos clientes de cada país. No final da Guerra, a empresa ganhou de novo o controlo pleno dos seus negócios internacionais, mas a estrutura organizacional adoptada anteriormente manteve-se. Apesar disto, os negócios da empresa na China e na URSS foram “perdidos”, devido à nacionalizações e controlo político por parte desses regimes na altura.
Os anos 50 foram de crescimento para a marca, mesmo apesar do revés acima referido. Em 1955, a empresa introduziu no mercado britânico os fish sticks ou “douradinhos” como são conhecidos em Portugal, que se tornaram um elemento de relativa importância na alimentação dos britânicos. Ainda nesse ano, introduziu também a marca de sabonetes Dove nos EUA. Três anos mais tarde, entrou no mercado dos congelados na Holanda, com a aquisição da Vita NV, que mais tarde se viria a tornar o Grupo Iglo.
Em 1960, apareceu outra das marcas de renome da Unilever, a margarina Becel, que surgiu como resposta a um pedido que a comunidade médica endereçou à Unilever para produzir um produto que baixasse o colesterol. Devido a esta sua propriedade, a Becel era, nessa altura, apenas comercializada em farmácias. Em 1963, foi lançada no mercado europeu a marca de gelados Cornetto. Nesse ano, a Becel passou ainda a ser considerada margarina de dieta, e com esta nova denominação passou a poder ser comercializada fora das farmácias. Quatro anos depois, deu-se a primeira aparição televisiva do Capitão Iglo (Captain Birds Eye no Reino Unido).
Os anos 70 foram mais complicados para a empresa. O choque do petróleo de 1973 afectou o consumo em todo o mundo, e o único ponto positivo desse choque foi o aumento dos lucros na filial africana da empresa, potenciados pela Nigéria, país exportador de petróleo. Para além disso, na década de 70, os super e hipermercados proliferaram no mundo desenvolvido. Este tipo de comércio teve desde início um grande poder de negociação, o que enfraqueceu um pouco as capacidades negociais de fornecedores como a Unilever.
Apesar da conjuntura menos favorável, em 1971, a Unilever adquiriu a Lipton e tornou-se uma das maiores empresas mundiais na área do chá. Adquiriu também a Frigo, uma marca de gelados espanhola, e já no final da década, em 1978, adquiriu a National Starch, uma empresa americana de produção de adesivos, completando uma das maiores aquisições nos EUA por parte de uma empresa europeia.
No início da década de 80, outras duas marcas emblemáticas foram acrescentadas ao portefólio: Vienetta, que começou no Reino Unido, e a Axe, que iniciou em França. Devido à sua estratégia de crescimento, essencialmente baseada em aquisições, a Unilever tinha uma estrutura pesada e dispersa por várias áreas de negócio. Dessa forma, em 1984, deu início à Core Business Strategy, que resultou na alienação e desinvestimento de várias marcas, tendo esses fundos sido transferidos para as marcas que constituíam o negócio nuclear da empresa.
Nos anos 90, a reestruturação da empresa continuou, com a venda de algumas marcas e por vezes com a eliminação de divisões completas da empresa. Novas marcas foram também introduzidas, como é o caso da marca de champô Organics. A Unilever também adaptou a sua estratégia à realidade da altura, em que as preocupações ambientais e de saúde começavam a ter mais impacto. Assim, lançou um código de princípios para reduzir as gorduras nos seus produtos alimentares e iniciou um compromisso para pescar o peixe para os seus produtos apenas em zonas de pesca sustentáveis.
Os anos 2000 chegaram, mas a palavra de ordem na empresa continuou a ser reestruturação. Mais marcas foram alienadas e outras foram adquiridas, continuando presente a intenção de dar maior importância às marcas que faziam parte do núcleo da empresa, ou seja, os sectores de cuidado pessoal, doméstico e alimentação. Das marcas que nessa altura passaram a fazer parte do universo Unilever destacam-se por exemplo a Ben & Jerry’s. A estratégia de reorganização da empresa ficou conhecida como “Path to Growth” e pretendia essencialmente, tal como referido atrás, focar a empresa nas marcas e nos sectores de mais relevo, mas também aumentar as margens da Unilever nesses mesmos produtos, e trazer uma nova estrutura organizacional à empresa. A Unilever tornou-se uma empresa mais sustentável e com menor pegada ambiental, através de vários processos de certificação de fornecedores, entre outras iniciativas.
Actualmente, a Unilever é uma das maiores empresas a nível mundial, contando com mais de 400 marcas, que comercializa em mais de 180 países. Os seus colaboradores são mais de 160 000 e a empresa estima que todos os dias 2 mil milhões de pessoas usem produtos Unilever.
Ambas as empresas tinham já presença internacional e tinham agregado outras no seu percurso, de que se destacam, por exemplo, a Walls, pertença da Lever Brothers, que ainda hoje existe e produz gelados. Em Portugal é conhecida como Olá e, na altura em que foi integrada na Lever Brothers, o seu negócio principal não era a produção de gelados mas sim de salsichas.
A Unilever é actualmente uma das maiores empresas de retalho mundiais, sendo a sua maior concorrente a americana Procter & Gamble, rivalidade que começou logo no ano do nascimento da Unilever, quando a empresa americana entrou no mercado britânico.
No período da 2ª Guerra Mundial, a Unilever passou por algumas dificuldades, que se prenderam sobretudo com o corte na relação entre os negócios da empresa nos territórios ocupados pela Alemanha e o Japão e as sedes da empresa de Londres e Roterdão. Esta separação forçada dificultou a vida à empresa, mas trouxe também lições importantes. Para fazer face a essa dificuldade, a Unilever optou por uma estrutura organizacional que conferia mais independência às divisões da empresa em cada nação, permitindo assim uma concentração maior nas necessidades dos clientes de cada país. No final da Guerra, a empresa ganhou de novo o controlo pleno dos seus negócios internacionais, mas a estrutura organizacional adoptada anteriormente manteve-se. Apesar disto, os negócios da empresa na China e na URSS foram “perdidos”, devido à nacionalizações e controlo político por parte desses regimes na altura.
Os anos 50 foram de crescimento para a marca, mesmo apesar do revés acima referido. Em 1955, a empresa introduziu no mercado britânico os fish sticks ou “douradinhos” como são conhecidos em Portugal, que se tornaram um elemento de relativa importância na alimentação dos britânicos. Ainda nesse ano, introduziu também a marca de sabonetes Dove nos EUA. Três anos mais tarde, entrou no mercado dos congelados na Holanda, com a aquisição da Vita NV, que mais tarde se viria a tornar o Grupo Iglo.
Em 1960, apareceu outra das marcas de renome da Unilever, a margarina Becel, que surgiu como resposta a um pedido que a comunidade médica endereçou à Unilever para produzir um produto que baixasse o colesterol. Devido a esta sua propriedade, a Becel era, nessa altura, apenas comercializada em farmácias. Em 1963, foi lançada no mercado europeu a marca de gelados Cornetto. Nesse ano, a Becel passou ainda a ser considerada margarina de dieta, e com esta nova denominação passou a poder ser comercializada fora das farmácias. Quatro anos depois, deu-se a primeira aparição televisiva do Capitão Iglo (Captain Birds Eye no Reino Unido).
Os anos 70 foram mais complicados para a empresa. O choque do petróleo de 1973 afectou o consumo em todo o mundo, e o único ponto positivo desse choque foi o aumento dos lucros na filial africana da empresa, potenciados pela Nigéria, país exportador de petróleo. Para além disso, na década de 70, os super e hipermercados proliferaram no mundo desenvolvido. Este tipo de comércio teve desde início um grande poder de negociação, o que enfraqueceu um pouco as capacidades negociais de fornecedores como a Unilever.
Apesar da conjuntura menos favorável, em 1971, a Unilever adquiriu a Lipton e tornou-se uma das maiores empresas mundiais na área do chá. Adquiriu também a Frigo, uma marca de gelados espanhola, e já no final da década, em 1978, adquiriu a National Starch, uma empresa americana de produção de adesivos, completando uma das maiores aquisições nos EUA por parte de uma empresa europeia.
No início da década de 80, outras duas marcas emblemáticas foram acrescentadas ao portefólio: Vienetta, que começou no Reino Unido, e a Axe, que iniciou em França. Devido à sua estratégia de crescimento, essencialmente baseada em aquisições, a Unilever tinha uma estrutura pesada e dispersa por várias áreas de negócio. Dessa forma, em 1984, deu início à Core Business Strategy, que resultou na alienação e desinvestimento de várias marcas, tendo esses fundos sido transferidos para as marcas que constituíam o negócio nuclear da empresa.
Nos anos 90, a reestruturação da empresa continuou, com a venda de algumas marcas e por vezes com a eliminação de divisões completas da empresa. Novas marcas foram também introduzidas, como é o caso da marca de champô Organics. A Unilever também adaptou a sua estratégia à realidade da altura, em que as preocupações ambientais e de saúde começavam a ter mais impacto. Assim, lançou um código de princípios para reduzir as gorduras nos seus produtos alimentares e iniciou um compromisso para pescar o peixe para os seus produtos apenas em zonas de pesca sustentáveis.
Os anos 2000 chegaram, mas a palavra de ordem na empresa continuou a ser reestruturação. Mais marcas foram alienadas e outras foram adquiridas, continuando presente a intenção de dar maior importância às marcas que faziam parte do núcleo da empresa, ou seja, os sectores de cuidado pessoal, doméstico e alimentação. Das marcas que nessa altura passaram a fazer parte do universo Unilever destacam-se por exemplo a Ben & Jerry’s. A estratégia de reorganização da empresa ficou conhecida como “Path to Growth” e pretendia essencialmente, tal como referido atrás, focar a empresa nas marcas e nos sectores de mais relevo, mas também aumentar as margens da Unilever nesses mesmos produtos, e trazer uma nova estrutura organizacional à empresa. A Unilever tornou-se uma empresa mais sustentável e com menor pegada ambiental, através de vários processos de certificação de fornecedores, entre outras iniciativas.
Actualmente, a Unilever é uma das maiores empresas a nível mundial, contando com mais de 400 marcas, que comercializa em mais de 180 países. Os seus colaboradores são mais de 160 000 e a empresa estima que todos os dias 2 mil milhões de pessoas usem produtos Unilever.
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