quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Samsung Portugal e os desejos dos bloggers para 2013

No dia de hoje, um assunto mereceu elevada atenção e comentário nas redes sociais e também na imprensa online. A Samsung Portugal lançou um conjunto de vídeos onde vários bloggers portugueses partilhavam as suas aspirações e desejos para o novo ano. Segundo a página do Facebook da empresa, “A campanha ‘Desejos para 2013’ pretendia partilhar um conjunto de aspirações pessoais e profissionais para o novo ano.”.
Apesar do objectivo da iniciativa, esta ganhou toda uma popularidade negativa, pela forma como os bloggers, em especial num dos casos, falavam sobre as perspectivas de futuro. Filipa Xavier, ou “Pepa”, como ficou conhecida, blogger do Fashion a Porter (http://www.fashionaporterbypepa.com/), partilhou de forma demasiado pessoal os seus desejos, e a crítica estalou. A maneira informal (talvez em demasia) como o relato dos desejos é feita, aliada à muito apontada futilidade dos objectivos de ano novo, gerou uma enorme onda de comentários negativos. A ideia que marcou os espectadores do vídeo foi que o grande objectivo de “Pepa” era conseguir adquirir com o seu próprio dinheiro uma simples mala Chanel, marca associada imediatamente a produtos de luxo e a preços elevados. 
Com toda a atenção negativa que a campanha gerou, no fim do dia a Samsung Portugal retirou a campanha do ar, e publicou na sua página do Facebook um pedido de desculpas.
A iniciativa tinha um objectivo interessante, o de mostrar as perspectivas de ano novo de vários bloggers. Poderia ter relevo pois a independência de pensamento e de ideias destes autores, em conjunto com a noção que possuem das realidades sobre as quais escrevem e pensam, e também com as ideias que recolhem dos seus leitores, poderia trazer pontos de vista interessantes sobre o 2013 em que agora entrámos. No entanto, o ponto de vista demasiado pessoal e, pelo menos no caso acima relatado, completamente descontextualizado da realidade nacional, marcaram negativamente toda a iniciativa. Mesmo sendo passível de discussão a relação entre a campanha e a marca Samsung, a iniciativa tem o seu crédito em termos de ideia, mas que não justificou em termos de execução. Embora mais provas não fossem de todo necessárias, as redes sociais mostraram mais uma vez a sua influência e rapidez de acção. Em poucas horas, o vídeo foi partilhado por diversos utilizadores, gerando um verdadeiro efeito amplificador sobre o tema. Os comentários e opiniões multiplicaram-se rapidamente, o que acabou por levar a Samsung a retirar a campanha do ar. 
Como diria Oscar Wilde, pior coisa que falarem mal de nós é não falarem sobre nós de todo e, sem dúvida, Filipa Xavier e a Samsung andaram hoje nas bocas de Portugal inteiro. No entanto, e apesar da fama quase instantânea da campanha, os riscos são grandes. Os valores demonstrados pelos intervenientes nos vídeos podem ser associados à marca no geral, o que pode denegrir a imagem da empresa. Nem sempre as empresas conseguem ainda gerir a sua relação com as redes sociais, o seu alcance e rapidez, e este foi sem dúvida um exemplo de uma campanha que gerou popularidade (ainda que por motivos menos positivos), mas que, mesmo apesar da rápida acção da Samsung, pode ter denegrido a sua imagem.

Aqui fica o vídeo em questão:

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