domingo, 7 de novembro de 2010

Portugueses em alta

Todos os dias recebemos notícias menos agradáveis sobre a actual situação económica e financeira do país, perspectivando-se tempos ainda piores a avizinharem-se. No entanto, um pouco em contraste com este estado caótico, há também novidades acerca de personalidades portuguesas que enaltecem o facto de em Portugal haver também grandes individualidades nessas mesmas áreas.
Nos últimos tempos, António Borges foi nomeado director do departamento europeu do FMI, e António Horta Osório aceitou tornar-se o novo CEO do Lloyd’s Bank, o maior banco de retalho na Inglaterra e um dos maiores do mundo.

António Borges tem sido uma das mais reconhecidas figuras portuguesas na área da Economia nos últimos anos, com carreira académica notável, tendo leccionado na Universidade Católica Portuguesa, na Universidade de Stanford nos Estados Unidos e ainda no INSEAD, universidade da qual foi reitor entre 1993 e 2000. Foi ainda vice-governador do Banco de Portugal e membro do conselho de administração de várias empresas e instituições ligadas á área económica.
Agora atinge um novo patamar, tornando-se o responsável pelo FMI na Europa, substituindo o polaco Marek Belka, que abandonou o cargo para assumir a presidência do banco central do seu país. Segundo a imprensa, Dominique Strauss-Kahn, presidente do FMI, considerou que António Borges reúne uma grande experiência académica, mas também no sector público e privado, perfilando-se assim como a pessoa ideal para o cargo.
Esta notícia aparece também em bom plano para Portugal, pois, numa altura em que uma nova intervenção do FMI na nossa economia é um cenário cada vez mais provável, o facto de ser alguém com um profundo conhecimento do panorama económico português a organizá-la pode ser bastante positivo.

António Horta Osório, gestor português licenciado na Universidade Católica e com um MBA no INSEAD, tornou-se o novo CEO do Lloyd’s Bank, a convite do próprio ministro das Finanças britânico, uma vez que o Estado inglês teve que intervir neste banco quando se instalou a crise económica.
Assim, Horta Osório mantém-se no topo da hierarquia bancária inglesa, deixando o grupo Santander, onde tinha construído uma carreira notável nos últimos 18 anos. No seio do grupo Santander, António Horta Osório esteve já em Portugal, no Brasil e estava em Inglaterra desde 2006. Para além disso, era já apontado como o mais provável sucessor do actual administrador delegado do grupo espanhol Alfredo Sáenz, e, num futuro próximo, para liderar o banco espanhol como braço direito de Ana Patrícia Botín (que agora o substitui na liderança do Santander UK), filha de Emílio Botín, o presidente do grupo Santander.
Ainda assim, Horta Osório decidiu abraçar um novo desafio e permanecer no Reino Unido, também por razões familiares, uma vez que a continuidade no Santander e a hipotética subida na hierarquia do banco espanhol o iriam provavelmente obrigar a uma mudança para Madrid.
No Lloyd’s Bank, a sua missão será a de “arrumar a casa” e tentar recuperar o colosso britânico após a grave crise económica e financeira que se abateu também sobre a banca, de maneira a criar valor e regressar aos lucros para que o dinheiro que o Governo foi obrigado a investir no Lloyd’s possa ser devolvido, de preferência com lucro, aos contribuintes.

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