domingo, 7 de agosto de 2011

As marcas da nossa vida (14) - Adidas


A história da famosa marca de artigos desportivos começou no ano de 1920, na Alemanha, pelas mãos de Adolf Dassler. No início, Dassler tinha como objectivo a produção de calçado durável e resistente que fosse ao encontro das necessidades dos atletas e fosse também uma ferramenta útil na prevenção das tão indesejadas lesões.
Começou o seu negócio na casa de banho da casa da mãe, com ajuda de dois sapateiros, produzindo calçado em cabedal com trabalho exclusivamente manual.
Três anos depois, conseguiu que o seu irmão Rudolf se juntasse ao negócio, sendo assim criada a Dassler Brothers Shoe Factory Herzogenaurach. Pouco tempo depois, a produção atingia já as 50 unidades diárias, maioritariamente de calçado de atletismo e, em 1925, surgiram pela autoria da Dassler as primeiras botas para futebol com pitons incorporados.
Nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928, vários atletas corriam já com sapatos Dassler, aproveitando Adolf esta oportunidade para estar em contacto com os atletas e assim juntar ideias para optimizar os seus produtos.
A marca continuou a sua especialização no desporto, entrando cada vez mais na indumentária dos atletas de alta competição. Em 1931, produziu os primeiros sapatos dedicados à prática de ténis.
O sucesso nos Jogos Olímpicos continuou, tendo várias medalhas e recordes do mundo sido conquistados por atletas que calçavam sapatos Dassler, tanto nas Olimpíadas de 1932 (Los Angeles), como de 1936 (Berlim), entrando nesta lista o norte-americano Jesse Owens. No final da década de 1930, a Dassler produzia já 30 modelos de sapatos para 11 desportos, chegando a sua produção aos 1000 pares diários.
Após a 2ª Guerra Mundial, a empresa voltou à actividade em pleno no ano de 1947 e, apenas um ano depois, deu-se uma grande mudança na empresa. Os dois irmãos decidiram separar-se, ficando Adolf com a Dassler, e mudando o nome da empresa para Adidas, uma junção da sua alcunha, Adi, com o seu apelido, Dassler. O seu irmão Rudolf criou então a Puma. Foi também nesta altura que as três riscas tradicionais da marca foram introduzidas no calçado.
Nos anos 50, a Adidas começou a dar mais atenção ao futebol, tendo introduzido várias inovações nas botas apropriadas a este desporto que tiveram grande impacto na sua maneira de jogar. Ficaram associadas à Adidas, por exemplo, a conquista do Campeonato do Mundo de 1954 pela selecção alemã, equipa que usava as botas Adidas com pitons adaptáveis. O domínio nos Olímpicos era também notório, já que, nas Olimpíadas de Melbourne, em 1956, 75% dos medalhados calçavam Adidas.
Em 1961, a Adidas começou a produzir também têxtil desportivo, tendo começado dois anos mais tarde a produção de bolas de futebol, que ainda hoje são as utilizadas em grande parte das competições futebolísticas mundiais. Ainda nesta década, contínuas inovações foram introduzidas nos produtos, tendo a marca mantido o domínio absoluto nas principais competições desportivas mundiais.
No Campeonato Mundial de Futebol do México, em 1970, uma bola Adidas, a “Telstar”, foi pela primeira vez a bola oficial duma competição. Nos Jogos Olímpicos de Munique (1972), a marca tornou-se também a patrocinadora oficial do evento. Ainda nesse ano, para diferenciar os produtos genuínos das falsificações, a marca introduziu o logótipo do Trevo.

Logótipo do Trevo

Em 1976, os destinos da Adidas eram já geridos pelo filho do fundador, Horst Dassler, que a levou a líder mundial em termos de inovação desportiva. Nesta altura, várias personalidades do desporto, como Franz Beckenbauer ou Muhammad Ali, calçavam Adidas. Em 1978, faleceu o fundador da marca e grande impulsionador das suas inovações, Adi Dassler.
Nos anos 80, e apesar da liderança que a Adidas tinha no mercado e no mundo desportivo, a empresa passou por algumas dificuldades. A estrutura industrial pesada manchava os resultados, sobretudo numa altura em que a concorrência era já maior, sobretudo por parte da Nike. Então, corria o ano de 1985, Horst Dassler deu início a uma reformulação da empresa, alterando as estruturas e reduzindo o seu pendor industrial, direccionando ainda mais a empresa para a inovação desportiva. Esta mudança já não seria terminada por Horst, pois faleceu em 1986, com apenas 51 anos. Três anos depois, e apesar da empresa continuar no controlo da família Dassler, a Adidas tornava-se uma sociedade de capitais. Esta abertura de capitais levou ao abandono do rótulo de empresa familiar quando, em 1990, a família vendeu acções. O maior accionista da marca passou então a ser o francês Bernard Tapie. No entanto, a gestão da marca passou por períodos conturbados nos anos seguintes, com as faltas de liquidez do então dono e problemas com os bancos.
Em 1993, Robert Louis-Dreyfus tomou então o controlo da empresa. Sob a sua gestão, a Adidas voltou ao sucesso dos tempos áureos. A marca continuou a inovação e a focalização desportiva, mas deu também mais atenção ao vestuário comum.
A reformulação da marca continuava em marcha e, em 1996, a Adidas procurou associar-se a caras novas do desporto mundial, como David Beckham ou Anna Kournikova. Ainda nesse ano, foi lançado o novo logótipo. Em 1998, era já cotada em bolsa e dava entrada no índice DAX (onde estão presentes as 30 maiores empresas alemãs). Em 1999, a empresa comemorou o seu 50º aniversário, e inaugurou também a nova sede, na cidade onde a marca nasceu, Herzogenaurach.
Nos anos mais recentes, a Adidas voltou definitivamente à posição de topo. A empresa abriu as suas primeiras megastores em várias capitais mundiais, continuou a sua associação exclusiva aos grandes eventos desportivos mundiais, bem como a diversos dos mais conhecidos atletas. Durante os últimos 10 anos, a marca tem tido vários anos de vendas recorde, aumentando cada vez mais o seu valor. Em 2006, a Adidas adquiriu a Reebok, juntando assim num grupo duas das maiores insígnias desportivas mundiais.
A Adidas tornou-se numa referência incontornável no desporto mundial, tendo, ao longo da sua história, demonstrado que a aposta constante na inovação e na atenção dada a cada um dos seus atletas deram resultados impressionantes, colocando novas tecnologias ao dispor da alta competição e trazendo-as depois para o comum dos desportistas por lazer, assegurando assim um papel importante na promoção e elevação da qualidade do desporto mundial.

Sem comentários:

Enviar um comentário