segunda-feira, 11 de julho de 2011

Empresas mais verdes ganham pontos na mente dos consumidores



Recentemente, a Cohn & Wolfe, uma agência de comunicação, realizou um estudo intitulado “Green Brands 2011”, que tinha como principal objectivo analisar a percepção que os consumidores têm dos produtos considerados verdes e, sobretudo, das marcas que os produzem. O estudo já teve edições em anos anteriores, mas este ano foi mais abrangente, contando com 9000 entrevistas a pessoas em 8 países (Alemanha, França, China, Índia, EUA, Reino Unido, Austrália, Brasil).
Os resultados foram ao encontro daquilo que é já uma realidade conhecida: os consumidores estão cada vez mais sensíveis às questões ambientais e transportam essa preocupação para os seus hábitos de consumo.
Face aos anos anteriores, este estudo foi o que obteve melhores resultados e maiores taxas de crescimento no que toca à afirmação de preocupações ambientais por parte dos consumidores, e também foi notório o crescimento destas preocupações nos países em desenvolvimento, o que deve ser encarado também como um sinal extremamente positivo.
Fazendo apenas um resumo dos principais aspectos evidenciados na análise do estudo, os consumidores afirmam, no geral, que as sua preocupações com o ambiente são grandes e que um consumo mais verde é importante, sendo animadores os dados que mostram que, em muitos dos países em análise, os consumidores mostram-se dispostos a pagar mais por um produto verde. Estes números são ainda mais expressivos nos países considerados em desenvolvimento, como Brasil, Índia e China, em que a percentagem de consumidores dispostos a pagar mais por um produto verde (“green price premium”) atinge números de 77%, 91% e 95% respectivamente.
Conjuntamente com este dado, grande parte dos consumidores afirma pretender aumentar o seu gasto em produtos verdes no próximo ano, rubrica esta que atinge, em média, os 39,75%. Este valor é também mais notório nos países em desenvolvimento, em que atingem os 65% na China, os 56% no Brasil e os 64% na Índia. Os países em desenvolvimento mostram assim uma grande vontade de abraçar os produtos verdes, vontade já menos expressiva nos países desenvolvidos. Isto pode dever-se ao facto de, nos países mais desenvolvidos, já haver há bastante mais tempo a preocupação pelos produtos verdes e uma maior consciência ambiental, pelo que é normal que estes valores sejam menos expressivos, ao invés dos países em desenvolvimento, onde ainda surgem quase como novidade.
Outro dos aspectos que saltou à vista dos analistas nos resultados deste inquérito foi a importância atribuída ao packaging dos produtos verdes. A embalagem é, para qualquer produto, uma parte importante na estratégia de marketing, sendo neste caso a principal vertente, também devido a outro factor importante, atribuída à compra destes produtos – a certificação. Esta certificação aparece quase sempre patente nas embalagens, satisfazendo a preocupação por saber se o produto é ou não realmente verde e dando ainda mais alento à construção da embalagem do produto. Em 5 dos países analisados, o packaging foi mesmo a dimensão que os consumidores afirmaram que mais os tornava propensos ou não a comprar um dado produto verde, seguido da publicidade e dos anúncios de televisão, evidenciando também a importância e a quantidade crescente da promoção destes produtos.
É de relevar ainda que os consumidores em questão afirmaram que a maior parte dos produtos verdes que adquirem são ainda essencialmente produtos alimentares, de cuidado pessoal e para usos domésticos, ou seja, produtos de uso maioritariamente privado. Com o crescimento da popularidade e da reputação deste tipo de produtos, é de esperar que os consumidores estendam este tipo de consumo para outras dimensões do seu dia-a-dia, passando a consumir – e, quem sabe, até ostentar – produtos verdes fora de casa.
É no seguimento desta tendência mais consumista, associada a uma maior preocupação ambiental, que o segmento das tecnologias e dos automóveis aparece com grande potencial para este tipo de produtos. No caso do estudo, em quatro dos países analisados, os seus habitantes elegeram o sector automóvel como aquele em que iriam começar a apostar em mais produtos ecológicos, e outros quatro no sector das tecnologias.
Para finalizar, o maior obstáculo aos produtos verdes é ainda, para 5 dos países analisados, o preço elevado destes produtos, o que, mesmo apesar da maior disponibilidade dos consumidores para optar por produtos ecológicos com preços mais elevados, constitui um grande entrave para a sua expansão, sobretudo em contexto de crise, como é aquele em que vivemos agora. Nos outros três países (Brasil, China e Índia), os consumidores encontram como principal problema a pouca variedade deste tipo de artigos ainda existente à sua disposição.
É verdade que estes dados são apenas estatísticas, mas, mesmo assim, e com todo o enviesamento que pode acontecer neste tipo de recolhas, é um dado adquirido para as empresas mundiais que os consumidores estão cada vez mais preocupados com as questões ambientais e que passam essa preocupação para os seus hábitos de consumo. Desta forma, as empresas estão no futuro quase obrigadas a abraçarem o movimento verde, para ir ao encontro das necessidades e dos desejos dos potenciais clientes, mas também pelas obrigações éticas e morais que toda esta questão traz consigo.

Fica ainda a lista das marcas consideradas mais verdes em cada um dos países em análise:
• Austrália – Subway
• Brasil – Natura Cosméticos
• China – Haier
• França – Yves Rocher
• Alemanha – Alnatura
• Índia – Amul
• Reino Unido – The Body Shop
• E.U.A. – Seventh Generation

Os resultados do estudo e a apresentação das conclusões podem ser encontrados na íntegra aqui.

Fontes utilizadas:
Cohn & Wolfe – Site Oficial
Marketeer – Site Oficial

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