domingo, 1 de agosto de 2010

As marcas da nossa vida (2) - Majora

Durante os seus mais de 70 anos de existência (71, para precisar), a Majora tem tido a tarefa de proporcionar divertimento, estimulando a fantasia e a imaginação a um número incontável de crianças e jovens, ficando vincada na infância de várias gerações.

Esta empresa foi fundada em 1939 no Porto (onde ainda está sediada a sua fábrica) por Mário José de Oliveira, que, após uma viagem a Berlim, decidiu começar a fabricar jogos e cubos em madeira, usando para esse efeito a cave de casa dos seus pais, na Avenida da Boavista. O seu primeiro jogo foi o Pontapé ao Goal, inspirado no Futebol. No ano de estreia, a empresa acabou com um lucro de 1621 escudos (pouco mais de 8€, actualmente), o que não era muito, mas, mesmo assim, a empresa continuou a expandir-se, transferindo-se para a Rua das Taipas, no centro histórico do Porto, logo em 1944.
Continuando a apostar nos jogos de tabuleiro de cartão, a Majora cresceu e conheceu, na década de 50, um dos grandes momentos de relevo na sua história, o início da produção da versão portuguesa do mais conhecido jogo de tabuleiro a nível mundial, o Monopólio, por acordo com a Hasbro, licença de produção que viria a perder em 1992.
Com a continuação da actividade e do constante aparecimento de novos jogos de tabuleiro, surgiu a necessidade de expansão em termos de instalações, mudando-se a Majora para a fábrica que ainda hoje ocupa, na então recém-criada Zona Industrial do Porto, corria o ano de 1967.
Antes da mudança para a actual fábrica, e nos anos que se seguiram, a Majora foi responsável por colocar no mercado jogos ainda hoje recordados e jogados, como é o caso do Jogo da Glória, do Sabichão, do Mikado, artigos que contabilizam cada um mais de 1,5 milhões de unidades vendidas desde a sua criação, mostrando o enraizamento da marca na sociedade portuguesa ao longo destes 71 anos. Muitos destes jogos são ainda cobiçados, sobretudo os mais antigos, que chegam a estar presentes em vários leilões para coleccionadores.
Nos anos 90, o aparecimento de novas formas de entretenimento no segmento dos mais jovens fez esquecer os jogos mais tradicionais. Apesar desta revolução, a Majora manteve-se como um exemplo de continuidade e perseverança, resistindo à tentação dos jogos electrónicos e permanecendo fiel aos princípios que a levantaram, de servir para entreter e educar as crianças, estimulando-lhes a fantasia e a imaginação.
Assim, em 2000, obteve licença da Disney para várias das suas personagens, carteira que hoje abrange já também personagens conhecidas como o Ruca, o Noddy ou a Hello Kitty.
Em 2008, foi inaugurado museu nas instalações da Majora e, também nesse ano, a terceira geração da família assumiu a liderança da empresa, com os irmãos Pedro e Paula Oliveira a tomarem as rédeas do negócio familiar, o que levou, em 2009, a Majora a expandir-se para outros sectores, através da recém-criada Animate Drinks, entrando no negócio da alimentação (bebidas e bolos) e higiene infantil, apostando nas imagens dos sucessos de vendas Ruca ou Noddy.
Assim, a Majora continua a entreter e educar gerações e crianças portuguesas, conseguindo fazer face às constantes mudanças do sector, lançando em média 20 novidades por ano e empregando cerca de 50 pessoas.
A partir da edição de 31 de Julho de 2010, o jornal Expresso, numa onda de revivalismo, lançou a colecção “Jogos de Sempre Expresso”, colocando assim disponível ao público uma colecção de 5 dos mais carismáticos jogos da Majora. O primeiro jogo publicado foi o Jogo da Glória, estando previstos para o resto da colecção o Jogo das Damas, o Jogo das Escadas, o Jogo do Ludo e o Três em Linha.

Pontapé ao Goal - 1º jogo lançado pela Majora

[Fontes utilizadas: Portugal Global, Facebook, Site Majora]

Sem comentários:

Enviar um comentário