segunda-feira, 30 de agosto de 2010

As marcas da nossa vida (4) - Super Bock


No dia 9 de Novembro de 1927 foi registado o nome da marca Super Bock, marcando assim início a história de uma das mais emblemáticas marcas portuguesas.
A ideia que culminou no surgimento da marca Super Bock partiu de um dos administradores da CUFP (Companhia União Fabril Portuense das Fábricas de Cerveja e Bebidas Refrigerantes), empresa que acabou por originar em 1977 a empresa que actualmente detém a Super Bock e várias outras marcas, a Unicer.
Esta cerveja é da variedade bock, inserida no tipo Lager, a cerveja mais consumida no mundo, caracterizada por fermentar a temperaturas mais baixas, tendo um teor alcoólico de 5,2%.
A história da Super Bock é inseparável da história da CUFP, sendo que, tal como o nome indica, a produção e consumo da cerveja se situou principalmente no Norte do país durante os seus primeiros anos, facto pelo qual demorou algum tempo a estender-se em massa para o sul do país. Esta expansão deveu-se em muito à inauguração da unidade fabril de Leça do Balio na década de sessenta, unidade que estava preparada para produzir cerca de 25 milhões de litros de cerveja por ano, para responder ao aumento da procura e de consumo que se verificou nesses anos. Assim, com o aumento da produção e com a aposta no reforço da distribuição, a Super Bock chegava a Lisboa no ano de 1972.
Em 1975, após o 25 de Abril, o sector cervejeiro português também não fugiu à onda de nacionalizações, decisão que culminou na criação, em 1977, de duas empresas públicas para o sector das cervejas, sendo uma delas a Unicer, resultante da fusão entre a CUFP, a Copeja, a Rical e a Imperal.É ainda neste ano que a Super Bock recebe a sua primeira distinção internacional, ao ganhar a medalha de ouro no concurso Monde Selection de La Qualité, evento realizado no Luxemburgo, que premeia as cervejas com maior qualidade. O número de medalhas ganhas pela Super Bock neste concurso atinge já as 35, sendo a única marca no nosso mercado que atingiu este feito.
Juntando a sua habitual qualidade às distinções de que foi alvo, a Super Bock aumentou largamente as suas vendas nos anos que se seguiram à 1ª medalha de ouro, vendas que cresceram até 1989, altura em que houve uma ruptura dos stocks, devido à elevada procura. É de salientar que o preço da Super Bock se estabeleceu tradicionalmente acima do das cervejas concorrentes, factor que mesmo assim não deixou de impulsionar as vendas, já que a qualidade também era reconhecida como superior. Este facto deu origem a vários slogans da marca, como “custa mais, mas sabe melhor” ou “Super Bock – para quem o custo não conta”.
Em 1990, a Unicer saiu totalmente da alçada do Estado, voltando a estar na mão de privados. Desta forma, em 1992, a Super Bock atingiu a liderança no mercado cervejeiro, posição que tem conseguido manter, apesar da concorrência da Sagres.
Para além da qualidade reconhecida à Super Bock, a sua popularidade também se deve muito a um grande número de campanhas publicitárias eficientes, que ficaram nas memórias dos portugueses, tal como a associação da marca a vários eventos, como a Expo 98, a vários festivais de música, incluindo o Super Bock Super Rock, criado em 1995, ou o Vilar de Mouros, para além do festival de cinema Fantasporto, entre outros.
Actualmente, a gama da Super Bock já não conta apenas com a Original. Existem já disponíveis no mercado a Green (cerveja limão), a Stout (cerveja preta), a Abadia (cerveja gourmet ou artesanal) e também sem álcool.
A expansão internacional também é notória, estando actualmente a Super Bock presente em cerca de 40 países nos 5 continentes.


Evolução do logotipo



As garrafas de Super Bock ao longo do tempo


Fontes utilizadas:
Super Bock - Site Oficial
Unicer - Site Oficial
Wikipédia
Dois dedos de espuma, Impala Editores, Sintra, 2002

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